Quem conhece Boktai, sabe que aquele foi o mais inovador jogo do Hideo Kojima, mas também viu o quanto ocara é um entusiasta em fazer diferente. Sendo assim, não é surpresa ver que ele foi um dos designers de games que mais abraçou o controle Dual Sense e o tornou como essencial para ter a experiência completa em Death Stranding: Director's Cut, sendo algo super único. Mas a ideia de fazer diferente não está apenas na parte técnica, o próprio jogo quis fazer algo semelhante a um blockbuster no cinema, e isso incluiu a presença de famosos. Mas, o que um produtor de games japonês fez pra convencer alguém como Norman Reedus, astro de The Walking Dead, a fazer parte do primeiro jogo de uma empresa?
Para quem não sabe, não basta uma pessoa ser famosa na indústria dos videogames. Ela é bem cruel, e por isso jogos "Triplo A" normalmente surgem com uma parceria entre estúdio, que vai desenvolver e produtora, que vai injetar dinheiro loucamente, cuidar do marketing e fazer a coisa acontecer. É por isso que tem tantos estúdios que ficam sumidos, pois precisam de investimentos para fazer projetos grandes. E a Kojima Productions teve a Sony como produtora, e no PC a 505 Games. Mas ainda assim era um estúdio começando, e seu fundador comentou o que fez pra Norman Reedus entrar:
"Quando eu tinha acabado de começar o meu próprio estúdio e não tinha nada, apresentei o projeto de Death Stranding ao Norman num restaurante de sushi e perguntei-lhe se gostaria de participar. Ele disse imediatamente que sim, embora eu não tivesse nenhum argumento. No mês seguinte, fizemos o scanning e captura de movimentos para um trailer. Eu estava abaixo do peso e magricelo na época."
When I had just started my own studio and had nothing, I pitched the DS project to Norman at a sushi restaurant and asked him if he would like to do it with me. He instantly said yes even though I didn't even have a script. The following month, we conducted scanning and… pic.twitter.com/eviCSp14mJ
— HIDEO_KOJIMA (@HIDEO_KOJIMA_EN) June 26, 2024
Pelo jeito, basicamente o que ele fez foi mostrar o seu gingado, né? O que eu mais acho engraçado em relação a isso, é que me pergunto se atores realmente conhecem o Kojima, visto que muitos gamers ouvem o nome dele, mas não conhecem ninguém da indústria, pois só querem jogar. Então, será que existe algum peso entre pessoas de outro tipo de mídia? Ou terá sido sorte? Reedus sempre se mostrou um cara bem mente aberto e empolgado com as coisas.
Confira também To the Star, um visualmente deslumbrante jogo cooperativo em mundo aberto inspirado no "País das Maravilhas". E se procura formas inovadoras de jogar, Pulse Elite é um headset da Sony pra PC e PS5 que surpreende com sua tecnologia. Mas se você estiver procurando outro tipo de mídia, conheça o RPG de Mesa de Game of Thrones, que saiu em português!
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Sobre Hideo Kojima
A narrativa e a construção de mundos de Kojima são tão detalhadas e profundas que muitas vezes se assemelham a filmes. Isso se deve, em parte, ao seu amor pelo cinema, que frequentemente transparece em seus jogos. "Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty" (2001) e "Metal Gear Solid 3: Snake Eater" (2004) são exemplos perfeitos de sua habilidade em mesclar jogabilidade e narrativa. O primeiro explorou temas de manipulação da informação e pós-modernismo, enquanto o segundo mergulhou na Guerra Fria, oferecendo uma experiência de sobrevivência na selva. Ambos os jogos foram aclamados pela crítica e cimentaram Kojima como um mestre contador de histórias.
Apesar de seu sucesso, a relação de Kojima com a Konami teve seus altos e baixos. Em 2015, após o lançamento de "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain", ele deixou a empresa em circunstâncias conturbadas. Este jogo foi considerado um dos melhores da série, embora sua produção problemática tenha resultado em algumas partes inacabadas. Após sua saída, Kojima fundou seu próprio estúdio, Kojima Productions, e começou a trabalhar em novos projetos, livres das restrições corporativas que enfrentava na Konami.
O primeiro fruto dessa nova fase foi "Death Stranding", lançado em 2019. Este jogo polarizou opiniões com sua jogabilidade única e história enigmática. Em "Death Stranding", Kojima abordou temas como conexão humana e isolamento, usando uma mecânica de entrega de pacotes em um mundo pós-apocalíptico. O jogo contou com a participação de grandes nomes de Hollywood, como Norman Reedus, Mads Mikkelsen e Léa Seydoux, o que reforçou ainda mais a afinidade de Kojima com o cinema. Apesar das críticas mistas, "Death Stranding" foi um sucesso comercial e provou que Kojima ainda tinha muito a oferecer à indústria dos videogames.
Além de seus jogos, Kojima também é conhecido por suas previsões ousadas sobre o futuro dos jogos e da mídia. Ele frequentemente discute a convergência de diferentes formas de entretenimento e a crescente importância das experiências interativas. Seu trabalho influenciou muitos desenvolvedores e continua a inspirar novas gerações. Kojima é um visionário que nunca teve medo de experimentar e desafiar as convenções estabelecidas, e essa coragem é uma grande parte do que o torna uma figura tão respeitada e admirada no mundo dos videogames.
Kojima além de um criador de jogos, também é um contador de histórias, um visionário e um apaixonado pelo que faz. Sua habilidade de fundir jogabilidade inovadora com narrativas profundas e complexas criou alguns dos momentos mais memoráveis na história dos videogames. Mesmo enfrentando desafios e controvérsias ao longo de sua carreira, ele continuou a empurrar os limites do que é possível na mídia dos videogames. O impacto de Hideo Kojima na indústria é imensurável, e sua influência continuará a ser sentida por muitos anos.
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