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Our Lady of the Drowned Lake | Pescaria em águas amaldiçoadas nesse indie brasileiro

A atmosfera de locais isolados é perfeita para histórias de terror. Tanto que Twin Peaks é uma das obras mais influentes da cultura pop. A própria obra que fez Junji Ito ficar famoso mundialmente é ambientada em uma cidadezinha. E não podemos esquecer de coisas que aconteceram de verdade e até hoje não tem explicação, como Exorcismo. E a desenvolvedora Monumental Collab um indie com proposta focada exatamente em algo assim isolado, e que ainda consegue ter seu toque de inovação!

Aqui você assume o papel de Bento, um jovem jornalista que quer fazer uma reportagem sobre pesca noturna que comunidades locais da beira do Rio São Francisco fazem. No entanto, após um desastre que leva alguns pescadores à morte, o seu pescador guia acaba não podendo ir. Dessa forma, Bento vai sozinho fazer um episódio para o "Zero Reporter", mas na medida em que pesca, começa a se lembrar de uma lenda de uma entidade chamada "Caboclo-d'água".
Vários jogos como My Daughter is a Cultist e Replay têm uma coisa em comum com esse, que é o fato de que foram feitos para uma JAM. Ou seja, aqueles desafios que programadores se fazem para receberem uma proposta e criarem um jogo rapidinho dento da proposta. Isso força os criadores a se virarem e inovarem, podendo sair pequenas joias e frequentemente gerando ideias que fogem da caixinha. Muitas vezes isso resulta na empolgação de se criar algo melhor e até fazer os devs brincarem com a coisa, como vimos em Celeste 64.

Aqui, notavelmente temos um jogo limitado em mecânicas, mas com uma ótima ideia apresentada. Você vaga pelo rio e tem que se preocupar com o ruído. Encontre manchas vermelhas e pesque para ver o que vai conseguir. Podem aparecer peixes, mas pode ser lixo ou coisas estranhas, como uma imagem da "Nossa Senhora do Lago Afogado", ou mesmo a tradicional Carranca, usada por marinheiros e pescadores pra afastar o mal.
Durante as pescas você decide o quanto quer arriscar, podendo puxar forte pra fazer muito barulho, ou levinho. Ainda tendo opções para observar o que acontece ou simplesmente liberar o que fisgou. O game usa toda aquela estética VHS que tanta gente ama, inclusive com algumas imagens meio estranhas relacionadas ao rio.
 
Como se trata de um jogo de uma JAM, a mecânica é bastante simples, não sendo algo super detalhado como outros jogos de terror e pescaria, tipo o maravilhoso DREDGE, ou o complexo até demais Sunless Sea. Porém, tem um certo charme e também consegue ser mais obscuro que ambos, com um local muito mais escuro e uma história bem misteriosa.


Enfim, tá aí um pequeno jogo de terror com uma proposta de conto sombrio e que pode ser ótimo para se aproveitar naqueles momentos noturnos em que você só quer ver algo intrigante, mas sem ser absurdamente assustador, sendo focado na atmosfera. Pra quem ama o horror da mitologia brasileira, como apresentado em Despacho, vai ter um pequeno toque disso aqui. Baixe de graça:
 
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Sobre horror no Brasil

As lendas urbanas exercem um fascínio peculiar sobre a psique humana. Elas se infiltram em nossas conversas, se enraízam em nossas mentes e, muitas vezes, nos assombram durante a noite. Para muitos que cresceram nos anos 90, essas histórias de horror eram uma parte intrínseca da infância, permeando playgrounds, corredores escolares e até mesmo os cantos mais tranquilos de nossas mentes. Existem algumas das lendas urbanas mais icônicas que ecoaram através dessa década no Brasil, desde as tradicionais narrativas folclóricas até as aparições assustadoras de criaturas em áreas urbanas.

O Lobisomem do Pé de Garrafa: Uma Lenda Tradicional Reinventada

Uma das lendas mais disseminadas em todo o Brasil é a do Lobisomem. No entanto, cada região tem sua própria versão da criatura. Nos anos 90, uma versão particularmente assustadora desta lenda emergiu em algumas regiões do país, como o Nordeste. Conhecido como "O Lobisomem do Pé de Garrafa", essa história contava a saga de um homem que, após um encontro com uma bruxa, se transformava em um lobisomem todas as noites de lua cheia. Diziam que a única forma de curá-lo era enfiar uma garrafa no pé da criatura enquanto ela dormia.

Essa narrativa, além de despertar medo, serviu como uma forma de entretenimento compartilhada entre crianças, que se reuniam ao redor de fogueiras imaginárias para recontar os detalhes arrepiantes desta história.

A Loira do Banheiro: Um Clássico das Escolas Brasileiras

Outra lenda urbana que se destacou durante os anos 90 foi a da "Loira do Banheiro". Esta história, que ecoava nos corredores das escolas por todo o país, contava a história de uma jovem que teria morrido tragicamente no banheiro da instituição. Diziam que ela assombrava o local, aparecendo para quem ousasse invocá-la, geralmente chamando seu nome três vezes diante do espelho.

Essa lenda, embora simples, alimentava o medo coletivo das crianças, transformando um local comum em um espaço de terror imaginário. Muitos evitavam os banheiros escolares, especialmente durante os intervalos, com medo de um encontro sobrenatural.

O Chupa-cabra: Uma Criatura Misteriosa que Aterrorizava o Imaginário Nacional

Nos anos 90, uma criatura misteriosa e assustadora capturou a imaginação do povo brasileiro: o Chupa-cabra. Relatos de ataques a animais em áreas rurais espalharam-se rapidamente, alimentando teorias sobre uma criatura sedenta de sangue que aterrorizava o interior do país. Descrições variadas descreviam o Chupa-cabra como uma criatura de aspecto reptiliano, com olhos vermelhos brilhantes e a capacidade de sugar o sangue de suas vítimas.

Embora os relatos reais desses ataques possam ter sido resultado de predadores comuns, o mito do Chupa-cabra persistiu e foi incorporado ao folclore brasileiro dos anos 90, tornando-se uma fonte de fascínio e temor para crianças e adultos.

O Homem do Saco: Um Alerta para Crianças Desobedientes

Uma das lendas urbanas mais antigas e universalmente reconhecidas é a do "Homem do Saco". Nos anos 90 brasileiros, esta figura sombria era frequentemente usada como uma ferramenta para dissuadir crianças de se aventurarem sozinhas ou de desobedecerem aos seus pais. Dizia-se que o Homem do Saco era um homem sinistro que sequestrava crianças desobedientes, levando-as embora em seu saco.

Embora sua existência fosse amplamente contestada pelos adultos, muitas crianças temiam encontrar-se com essa figura sombria ao anoitecer, transformando os simples atos de brincadeira na rua em experiências carregadas de ansiedade.

As lendas urbanas dos anos 90 exerceram um papel significativo na formação do imaginário coletivo das crianças brasileiras dessa época. Essas histórias de horror, que misturavam elementos folclóricos com a vida cotidiana, proporcionavam uma maneira de explorar o medo de forma segura e controlada. Embora muitas dessas lendas possam parecer antiquadas hoje em dia, o impacto que tiveram nas gerações que cresceram ouvindo-as permanece vivo, continuando a ecoar através das memórias e experiências compartilhadas da infância dos anos 90.

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