O século XIX e início do século XX têm um charme enorme para adaptação de histórias. Essa ambientação civilizada, mas com tecnologia limitada são capazes de fazer coisas incríveis. Tanto que até hoje em dia Scotland Yard é um dos jogos de tabuleiro mais amados, perfeitos pra uma noite com os amigos, e temos obras que são puro mistério como o conteúdo do incrível Grandes Contos, que até brilha no escuro. Mas normalmente quando pensamos na parte oriental, é muito mais fácil pensar no Japão, inclusive o Junji Ito chegou a ganhar um Eisner com uma adaptação nessa época. Mas a Ásia é muito maior e um verdadeiro poço de cultura, inclusive figuras reais que fizeram histórias dignas de ficção.
Liao Tianding foi um jovem que nasceu em 1883 e morreu decapitado aos 26 anos em 1909 em Taiwan, durante a ocupação japonesa. O motivo é que ele agia como um verdadeiro Robin Hood, e em meio a toda a injustiça da época, ele usava artes marciais para roubar dos ricos e distribuir aos pobres. O jogo é uma adaptação da história dessa figura histórica, se passando um ano antes de sua morte.
Enquanto existe um mar de jogos genéricos, muitos títulos usam suas próprias artimanhas pra se destacar. Desde títulos de baixo orçamento, como You Will Die Here Tonight, que clona Resident Evil, mas apresenta ideias inovadoras, até jogos Triplo A, como Lords of the Fallen, que deixam qualquer um boquiaberto com o visual. Além dos que usam um nome de franquia famosa, como The Lord of the Rings: Return to Moria, que no fim das contas surpreendeu com sua proposta tão diferente do que tínhamos visto.
Já pa no caso desse aqui, é um jogo que eu me atrai tanto pela ambientação diferenciada, quanto pelo visual. Eu gosto de jogos do gênero Metroidvania, mas existem tantos jogos desse estilo, que eu não fico obcecado assim que vejo um, portanto precisa ter algo a mais. E sem dúvidas esse é um jogo com personalidade, tendo um estilo de humor um tanto esculhambado que o torna singular.Eu consumi muito pouco conteúdo de feitos na Taiwan, que pra quem está muito por fora, é aquela ilha que se separou da China e se declara independente, enquanto a China a declara como parte do gigante asiático, sendo um lugar peculiar. Eu tenho um carinho enorme por Rebeldes do Deus Neon, que é um filme taiwanês que é uma verdadeira obra prima, e tenho certeza que eles são cheios de outras joias. Sendo assim, foi uma ótima oportunidade.
No caso, você assume o papel de Tianding retornando à cidade de Taipei, após um tempo desaparecido. Ele já é uma figura conhecida, e passa a restabelecer laços e fazer trabalhos para os habitantes do lugar. Além disso combate a injustiça e investiga casos misteriosos que estão acontecendo, seja pela autoridade japonesa, seja por pessoas conspirando no submundo.
Ele usa mecânicas gerais de metroidvania, te colocando para vagar por ambientes variados, indo desde a superfície da cidade, com ruas lotadas de pessoas, seja nos esgotos ou em certas construções. Usa um estilo 2.5D que dá um charme todo especial para apresentar isso tudo, mas com texturas que estão mais voltadas para algo cartunesco. Isso permite apresentar coisas com ângulos diferentes que dão aquele tempero, parecendo um desenho, mas sem ser chapado. Também tem um visual de história em quadrinhos inclusive com os quadros aparecendo na tela, balões de fala e até páginas passando.
O seu personagem já começa extremamente poderoso, sendo um mestre do Kung Fu, você pode executar combos com socos, chutes e movimentos especiais, fazendo coisas exageradas como chutar um inimigo pra cima, lançar um pano para amarrá-lo, e então o arremessar para um canto, enquanto rouba sua arma pra usar a seu favor.
A mecânica de armas dá uma verdadeira variada na coisa, indo desde machados e tacos, até coquetéis molotovs e até armas de fogo. Isso faz o combate ser extremamente fluído e inclusive muito bonito de se ver, dando uma baita emoção. Não é um jogo extremamente difícil, mas a jogabilidade é moderada, sendo que morri algumas vezes. E para quem é realmente ruim nesse gênero, existe também o modo história.
Existe também um bom desafio de plataforma. Seu personagem pode lançar um gancho e se puxar nos lugares, assim como precisa girar pra atravessar determinados obstáculos que vão desde pregos enormes, até líquidos que causam dano. Os estúdios Creative Games Computer Graphics Corporation e Neon Doctrine com certeza criaram uma boa variação de movimentação que vão testar as habilidades dos jogadores.
Também é possível dar uma nivelada no seu estilo, com talismãs equipáveis que você consegue durante as missões ou recebe como presente. Esses artefatos vão te dar determinadas vantagens e você escolhe como deve equipá-los, dependendo do que te agradar mais e assim podendo facilitar na hora dos combates contra capangas e chefes através das missões.
E por falar em história, eu fiquei bastante impressionado com a fluidez e constância da trama. Isso talvez não seja muito legal pra quem não tem paciência. Mas como se trata de uma história suave e cheia de humor, eu sinceramente nem vi passar. Cheguei a jogar em live, quando tenho pressa com as coisas e mesmo lá, eu li todos os diálogos porque a coisa ao mesmo tempo que tinha piadinhas constantes, também tinham múltiplas tramas apresentadas, representando um mundo vivo com conspirações rolando.
Apesar de tudo, uma coisa que pode parecer muito estranha, é a narrativa. Por um lado é algo super bem humorado e que em algumas vezes te faz gargalhar exatamente pela forma meio ingênua da coisa, tipo o malvado é malvado ao extremo, tudo dele é do mal e imundo, não pode ter nadinha de bom, parecendo algo bem voltado para crianças. Mas por outro lado tem umas coisas do tipo a melhor amiga de infância dele ter virado cortesã e logo após conversar com um protagonista, ir atender um cliente que seu personagem chama de tarado. Talvez estejamos diante de um choque cultural.
Existe ainda um formato de programa de rádio que acho que dá um charme enorme. A coisa é dividida em capítulos, e no começo de cada um deles, você ouve o narrador (com legendas em português), explicando tudo o que aconteceu no episódio passado. Parece um rádio de programa do começo do século passado, com aqueles típicos "Será que nosso herói vai conseguir? Quem serão essas figuras misteriosas? Descobriremos no episódio de hoje!" e aparece na tela o número do episódio e seu título.
Fora isso, o jogo tem uma série de pequenos detalhes aqui e ali enquanto você vaga pela cidade, tendo um mapa isométrico super bonitinho, personagens para interagir, como mendigos para ajudar e até um jogo de cartas típico local, o "jogo de cartas de quatro cores taiwanês". Além de amigos para visitar, é um pequeno mundinho.
Enfim, The Legend of Tianding é um jogo peculiar e que as notas extremamente positivas dele na Steam mostram que no geral foi algo que caiu no gosto popular e que a possibilidade de você amar é bastante alta. Então recomendo e tenho certeza que muitos de vocês vão se divertir pra caramba com as possibilidades apresentadas.
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