Apesar de no Brasil termos opções maravilhosas voltadas para o público adulto, como o fenomenal Pluto, existem obras que marcaram na infância e simplesmente ficaram como tatuagens no coração. Se por um lado vemos gente entrando no tapa pra pegar edições de One Piece 3 em 1, muito antes dessa obra pensar em existir, já rolavam coisas que marcaram. Algumas inegavelmente cabulosas, o que explica aquela edição definitiva surrealmente elegante de Dragon Ball, mas outros, apesar de mais discretos, viraram quase um amor presente no Inconsciente coletivo. E esse é o caso de Yu Yu Hakusho.
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Hoje em dia a cultura do mangá e anime está tão impregnada na cultura pop mundial, que é só normal. E isso faz ser estranho para muitos imaginarem que teve uma época em que era algo muito mais modesto, sem lançamentos de mangás em português e com animes sendo bem escassos. A falida rede Manchete, que existiu nos anos 90, foi revolucionária com isso, trazendo diversas obras japonesas.
Se o primeiro grande estouro dos animes foi com Cavaleiros do Zodíaco, em 1994, que tinham inúmeras coisas temáticas, inclusive coisas bem nada a ver, como a dupla Sandy e Junior lançando músicas temáticas e um álbum musical focado neles, isso abriu portas para o amor por animes. E em 1997 veio algo diferente, mais urbano e misterioso, o maravilhoso Yu Yu Hakusho, com 112 episódios e histórias de um adolescente normal que se torna detetive espiritual.
Inclusive existem críticas a Bleach, que dizem ter roubado a ideia toda, já que existem muitas semelhanças. Já outros fãs menos irritados, consideram Bleach como sequência espiritual. Apesar de Yu Yu não ter o mesmo estouro que Pokémon e Dragon Ball, além de muitos fãs de Hunter x Hunter ficarem pasmos ao descobrirem que Yoshihiro Togashi também é o autor de Yu Yu Hakusho. E assim, virou meio que aquela obra que as pessoas conhecem, mas muitos não vão tão a fundo, porém sempre dando pra notar bem que existe um amor enorme por ela.E assim, quando foi lançado o mangá no Brasil, não deu outra, foi um estouro automático. A editora JBC com certeza viu que foi uma aposta certeira, já que é um dos títulos que frequentemente se mantém entre os mangás mais vendidos do nosso país, tendo edições variadas competindo entre si para ficarem bem posicionadas, e que facilmente você as acha entre as mais vendidas.
Uma das coisas mais bacanas presentes, é que como Yu Yu Hakusho foi lançado em 1990, acaba sendo bem natural a atmosfera urbana da década de 90 que é tão idolatrada hoje em dia. Mas com a diferença de que aqui a coisa é tirada direto da fonte. Então é aquela coisa, um ambiente de colegiais delinquentes juvenis formando gangues, mas em um ambiente urbano do Japão daquela amada década.
Particularmente, acho que é o tipo de leitura perfeita pra você ler de noite quando estiver quietinho, apenas imaginando esse ambiente, como se estivesse rolando lá fora em algum lugar. O autor brinca muito com essa jornada do herói e você percebe bem o desenvolvimento de Yusuke, inicialmente sendo um baita de um trombadinha revoltado, mas passando cada vez mais a entender e respeitar as outras pessoas.
O povo teve uma reação bem peculiar quando a Netflix apresentou o trailer do live action de Yu Yu Hakusho, e parte disso com certeza foi pelo amor já existente pela obra. Para quem gosta de mangás clássicos, sem sombra de dúvidas o tipo de coleção que é naturalmente atraente, tanto pelo seu conteúdo, quanto pelo charme de se ter uma obra mais tradicional na estante. Atualmente é possível encontrar as edições no Brasil, inclusive algumas com desconto. Confira:
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