Antologias de histórias de terror são intrigantes em qualquer lugar do mundo, isso é o que torna tão obras como Clássicos Japoneses Sobrenaturais, ou mesmo coisas mais próximas como o intrigante Despacho, que mostra o horror underground brasileiro. Mas um toque mais realista é algo que, se bem trabalhado, pode ser muito mais assustador! E por isso que aquele Box de Sherlock Holmes com um conto de Stephen King, se torna tão atraente. E essa ideia de realidade e horror é a base de American Horror Story: NYC.
O enredo principal gira em torno de uma série de assassinatos e
desaparecimentos de indivíduos homossexuais na cidade de Nova Iorque em 1981. O
detetive Patrick Read e o jornalista Gino Barelli estão determinados a
descobrir a identidade do responsável por esses crimes, enquanto
enfrentam ameaças diretas de um assassino conhecido como "Mai Tai Killer", mas também tendo como suspeito um homem apelidado de Big Daddy (Paizão), que surge vestido em roupas fetichistas.
Paralelamente, a médica Hannah Wells descobre uma nova doença se
propagando entre a comunidade LGBT, incluindo a população de Fire
Island.
American Horror Story: NYC, é a décima primeira temporada da aclamada série de televisão American Horror Story, e mergulha em um tema sensível e perturbador: o surgimento da epidemia de AIDS. Ambientada na cidade de Nova Iorque durante o começo dos anos 80, a temporada aborda o medo, a discriminação e a violência que assolaram a comunidade gay na época e é bastante focada no underground.
Inclusive, de certa forma me lembrou a atmosfera da segunda temporada de True Detective, no quesito de ambientação noturna. Com aquele toquezinho de coisas acontecendo no submundo e um baita contraste com o dia. Não que todas as cenas sejam à noite, mas eu acho difícil achar séries que é notável a atmosfera noturna presente, e ironicamente uma série de terror como AHS normalmente não passa essa sensação na maioria das temporadas.E com certeza uma das características que com certeza chamam a atenção em American Horror Story: New York City é a sua atmosfera noturna e underground, onde ao invés de focar nas partes grandiosas e brilhantes já tão mostradas na cidade mais famosa do mundo, explora ambientes marginalizados, especialmente o submundo gay da época. Os cenários sombrios e underground ajudam a criar uma sensação de isolamento e desespero, refletindo o clima sombrio da trama.
Enquanto assistia com um amigo, cheguei a comentar com ele que era incrível como eu nunca tinha visto algo focado nesse universo em especial e quantas histórias interessantes não poderiam sair. Nós vemos normalmente os anos 80 representados por ambientes mais glamourosos como Stranger Things, ou focado no horror da época, como o próprio American Horror Story 1984, que tem foco em simular uma das obras slasher da época.
Talvez as obras mais parecidas que tenham alguma forma maior, sejam algumas poucas dos anos 70, como The Warriors, de 1979, que tem foco no mundo das gangues da cidade de Nova Iorque e passa bem uma atmosfera muito própria. Outro que acho que mostra bem a marginalidade da coisa é Taxi Driver, apresentando um motorista e a loucura noturna. Mais moderno, dá pra citar o fenomenal A Hora do Lobo, que transmite muito bem a sensação de medo e paranoia de viver em um bairro não glamouroso.
Um detalhe que definitivamente me chamou a atenção em relação às temporadas anteriores com certeza foi a trilha sonora, que recebeu um cuidado especial. Muitas cenas são complementadas por músicas que, por vezes, transformam-se em verdadeiros videoclipes, proporcionando momentos visualmente cativantes e sincronizados. Com destaque pra uma cena maravilhosa de 10 minutos cheia de simbolismo.
Um detalhe que definitivamente me chamou a atenção em relação às temporadas anteriores com certeza foi a trilha sonora, que recebeu um cuidado especial. Muitas cenas são complementadas por músicas que, por vezes, transformam-se em verdadeiros videoclipes, proporcionando momentos visualmente cativantes e sincronizados. Com destaque pra uma cena maravilhosa de 10 minutos cheia de simbolismo.
E por falar em simbolismo, que abertura fenomenal! Assumo que a primeira vez que assisti, não gostei de imediato, mas na medida em que fui vendo e entendendo melhor, comecei a ficar maravilhado com a coisa. A ideia de guarda-chuvas, como um ponto inicial, representando aqueles guarda-chuvinhas de drinks noturnos, mas se multiplicando como vírus e cheio de detalhes relacionado a fotografia e submundo.
Mas ao contrário do que se imagina, a série fala muito pouco o tema preconceito, e o foco são outras coisas. Então não espere algo como um personagem que sofreu homofobia e todo um desenrolar em cima disso. O criador da série, Ryan Murphy, sempre mostrou elementos do mundo gay ao longo das temporadas, mas imagino que como ele mesmo é homossexual, deve ter se sentido bem em casa nessa temporada, já que todo o elenco principal é gay, heróis e vilões, e assim pôde explorar desde o mundo do fetichismo até a falta de educação sexual em relação a doenças.
American Horror Story: NYC aborda a epidemia de AIDS e os desafios
enfrentados pela comunidade LGBT na década de 1980. Ao retratar os
medos, o estigma e a luta por sobrevivência, a temporada oferece uma
reflexão sobre a história real e trágica que marcou essa época. A série
não tem medo de confrontar temas difíceis e tabus, o que pode ser
desconfortável para alguns espectadores, mas é uma parte importante da
abordagem provocativa de American Horror Story.
Embora seja uma temporada de American Horror Story, que é uma série conhecida por seu elemento sobrenatural proeminente, em NYC esse aspecto é mais sutil e menos explorado. Já vimos algo assim em American Horror Story: Cult. O foco principal é sobre o horror da realidade, em vez de forças paranormais. Essa abordagem discreta pode agradar alguns espectadores, enquanto outros podem sentir falta dos elementos fantásticos mais característicos da série.Apesar de tudo, ele está lá, mas bem mais discreto.
Embora seja uma temporada de American Horror Story, que é uma série conhecida por seu elemento sobrenatural proeminente, em NYC esse aspecto é mais sutil e menos explorado. Já vimos algo assim em American Horror Story: Cult. O foco principal é sobre o horror da realidade, em vez de forças paranormais. Essa abordagem discreta pode agradar alguns espectadores, enquanto outros podem sentir falta dos elementos fantásticos mais característicos da série.Apesar de tudo, ele está lá, mas bem mais discreto.
Inclusive me surpreende não terem dedicado uma parte a fanatismo religioso e fim dos tempos, o que casaria muito bem com o que costuma ser apresentado nas temporadas. Mas é notável que o foco foi realmente muito mais em um horror realista e na paranoia das pessoas. Foi desenvolvida de forma incrível a ideia de que tem "algo lá fora e está vindo", em relação a essa doença misteriosa que surgiu. Você consegue ver bem os personagens começando a entrar em desespero ao ver que não é só mais uma doença que você toma um remédio e acabou.
No geral, American Horror Story: NYC é uma temporada ousada e impactante que me surpreendeu demais! Ela mergulha em uma história sombria e realista. Com sua trilha sonora marcante, atmosfera noturna imersiva pra caramba e uma abordagem mais sutil do sobrenatural, a série continua a desafiar as convenções do gênero de horror e a oferecer uma experiência intensa aos fãs da franquia.
No geral, American Horror Story: NYC é uma temporada ousada e impactante que me surpreendeu demais! Ela mergulha em uma história sombria e realista. Com sua trilha sonora marcante, atmosfera noturna imersiva pra caramba e uma abordagem mais sutil do sobrenatural, a série continua a desafiar as convenções do gênero de horror e a oferecer uma experiência intensa aos fãs da franquia.
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Sobre o horror dos anos 80
A década de 1980 é um período marcante na história, conhecido por sua cultura vibrante e diversas referências. Uma das características mais marcantes dessa época é a atmosfera nostálgica e vintage que, quando utilizada em ambientações, pode evocar um sentimento de terror e horror de forma única e inquietante. O uso cuidadoso desses elementos pode criar uma experiência imersiva e assustadora, capaz de envolver os espectadores ou leitores de maneira profunda e angustiante.
As ambientações dos anos 80 têm o poder de provocar um medo psicológico, fazendo com que os sentimentos de suspense, tensão e desconforto permeiem cada detalhe da trama. A estética retrô, em contraste com o contemporâneo, cria um enigma visual e sensorial que mantém a audiência intrigada e curiosa. Ao explorar o desconhecido e o sinistro, a ambientação pode mergulhar os personagens em um mundo desolado e desamparado, tornando a jornada deles uma verdadeira busca por sobrevivência.
A sensação de isolamento é um dos principais elementos que contribuem para o terror que essas ambientações proporcionam. Em um cenário de ruínas e abandono, os protagonistas são confrontados com perigos e mistérios, cujas respostas parecem esconder-se nas sombras do passado. A cultura da época, representada através de relíquias e referências obscuras, cria uma distopia única que eleva o nível de horror e desafio enfrentados pelos personagens.
Uma das formas mais icônicas de se trazer o horror dos anos 80 é o uso das fitas VHS, cuja estética granulada e visual desgastado adiciona um aspecto tenebroso às cenas. Essas fitas, frequentemente encontradas em locais abandonados, podem conter segredos e revelações que lançam uma luz sinistra sobre os acontecimentos presentes na trama.
A ambientação dos anos 80 é uma verdadeira aventura para os sentidos, onde cada detalhe trabalha em conjunto para causar sensações inquietantes. A mistura de elementos como música, moda, tecnologia e cenários cria um amalgama que transporta o público para um mundo sombrio e desconhecido.
No entanto, é importante destacar que o terror gerado por essa ambientação não se baseia apenas em ameaças sobrenaturais ou criaturas monstruosas. O horror natural é construído através da exploração cuidadosa dos aspectos psicológicos dos personagens, que enfrentam seus próprios medos e angústias em meio a um cenário desafiador e opressor.
A nostalgia dos anos 80, mesmo que recheada de elementos referentes à fantasia, não se mostra como uma simples lembrança saudosa do passado. Ao contrário, essa ambientação é capaz de mergulhar o público em um universo de trevas, em que o desconhecido se mistura ao familiar, criando uma experiência única e aterrorizante.
Portanto, a utilização de ambientações inspiradas nos anos 80 proporciona um horror autêntico e envolvente, que se destaca por sua atmosfera sombria, sua imersão perturbadora e suas sensações inquietantes. Com um equilíbrio cuidadoso entre o passado e o presente, essa abordagem continua a exercer um fascínio macabro sobre os apreciadores do gênero, provando que o terror não precisa necessariamente ser sobrenatural para causar impacto e medo.
A década de 1980 é um período marcante na história, conhecido por sua cultura vibrante e diversas referências. Uma das características mais marcantes dessa época é a atmosfera nostálgica e vintage que, quando utilizada em ambientações, pode evocar um sentimento de terror e horror de forma única e inquietante. O uso cuidadoso desses elementos pode criar uma experiência imersiva e assustadora, capaz de envolver os espectadores ou leitores de maneira profunda e angustiante.
As ambientações dos anos 80 têm o poder de provocar um medo psicológico, fazendo com que os sentimentos de suspense, tensão e desconforto permeiem cada detalhe da trama. A estética retrô, em contraste com o contemporâneo, cria um enigma visual e sensorial que mantém a audiência intrigada e curiosa. Ao explorar o desconhecido e o sinistro, a ambientação pode mergulhar os personagens em um mundo desolado e desamparado, tornando a jornada deles uma verdadeira busca por sobrevivência.
A sensação de isolamento é um dos principais elementos que contribuem para o terror que essas ambientações proporcionam. Em um cenário de ruínas e abandono, os protagonistas são confrontados com perigos e mistérios, cujas respostas parecem esconder-se nas sombras do passado. A cultura da época, representada através de relíquias e referências obscuras, cria uma distopia única que eleva o nível de horror e desafio enfrentados pelos personagens.
Uma das formas mais icônicas de se trazer o horror dos anos 80 é o uso das fitas VHS, cuja estética granulada e visual desgastado adiciona um aspecto tenebroso às cenas. Essas fitas, frequentemente encontradas em locais abandonados, podem conter segredos e revelações que lançam uma luz sinistra sobre os acontecimentos presentes na trama.
A ambientação dos anos 80 é uma verdadeira aventura para os sentidos, onde cada detalhe trabalha em conjunto para causar sensações inquietantes. A mistura de elementos como música, moda, tecnologia e cenários cria um amalgama que transporta o público para um mundo sombrio e desconhecido.
No entanto, é importante destacar que o terror gerado por essa ambientação não se baseia apenas em ameaças sobrenaturais ou criaturas monstruosas. O horror natural é construído através da exploração cuidadosa dos aspectos psicológicos dos personagens, que enfrentam seus próprios medos e angústias em meio a um cenário desafiador e opressor.
A nostalgia dos anos 80, mesmo que recheada de elementos referentes à fantasia, não se mostra como uma simples lembrança saudosa do passado. Ao contrário, essa ambientação é capaz de mergulhar o público em um universo de trevas, em que o desconhecido se mistura ao familiar, criando uma experiência única e aterrorizante.
Portanto, a utilização de ambientações inspiradas nos anos 80 proporciona um horror autêntico e envolvente, que se destaca por sua atmosfera sombria, sua imersão perturbadora e suas sensações inquietantes. Com um equilíbrio cuidadoso entre o passado e o presente, essa abordagem continua a exercer um fascínio macabro sobre os apreciadores do gênero, provando que o terror não precisa necessariamente ser sobrenatural para causar impacto e medo.
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