Sempre foi comum ver pessoas reclamando que os consoles limitam os computadores, por terem um hardware inferior e assim, os gráficos serem limitados pelas desenvolvedoras para rodarem ali. Mas afinal... Será que se não fosse isso, os gráficos estariam realmente melhores? O passar dos anos mostrou que a evolução gráfica veio, mas a preguiça dos desenvolvedores também veio junto, pois ao invés de aproveitarem as maravilhas modernas para criar coisas ainda melhores, simplesmente deixaram de otimizar jogos e passaram a lançar se encostando na ideia de que os computadores aguentariam. E Doom Eternal evidenciou isso de forma surpreendente.
Na época de games clássicos como Pac-Man, os gráficos pixelizados exigiam criatividade e um esforço enorme era feito para tentar se destacar. Você vê bem gráficos como a versão de NES (Nintendo 8 bits) do primeiro Metal Gear, que os caras usaram tudo o possível para cada pixel transmitir bem os gráficos que superam muitos jogos da época. Isso porque não tinha saída e se quisessem se destacar, tinham que focar no melhor possível com o que tinham.
O tempo passou e, na medida em que mais poder foi surgindo, melhores gráficos foram aparecendo. Cada salto de geração era notável de um jeito absurdo. A potência gráfica do PS1 abria as portas para o mundo 3D, os gráficos do PS2 realmente usavam tudo o que tinha disponível e franquias como Devil May Cry surpreenderam em sua época.
E apesar de antigamente muita gente não via jogo de computador como jogo de verdade, essa plataforma sempre teve seu público e suas próprias evoluções gráficas sem precisar de um "salto de geração" como nos jogos de videogames. O próprio Doom 3: Resurrection of Evil de 2005, era uma conquista gráfica à frente de seu tempo.
Mas chegou um momento em que as empresas pararam de se preocupar em lançar gráficos melhores ou tentar fazer o jogo rodar no máximo de máquinas, passando a não otimizar. Começaram a surgir jogos em tamanhos absurdos porque não poliram texturas e cortaram mexas de modelos 3D, afinal de contas os HDs ficaram gigantes, pra que se preocupar com espaço, né? O que resultou em outro problema, com mais texturas pesadas e um monte de efeitos visuais descontrolados sem limite, mais processamento era necessário e jogos mais pesados surgiam.
E então chegamos à era da bagaceira, em que essa preguiça aumentou tanto que vimos jogos como Watch_Dogs 1 e Cyberpunk 2077, que parecem ter pego o beta, completamente injogável em muitas máquinas que atingiam os requisitos mínimos e lançaram sem medo algum. Esse último, embora tenha recuperado sua dignidade após muitos patches e o anime da Netflix, causou um caos tão grande, que fez empresas finalmente ficarem com medo de lançarem jogos incompletos. Todo mundo começou a ter medo de "lançar o novo Cyberpunk" e ver o que acontecia com sua empresa.
Naturalmente essa tendência dos jogos bugados era mais comum em empresas grandes, com franquias de peso, podendo investir pesado em marketing e ao mesmo tempo já ter fãs que iriam comprar de qualquer forma. Assim, elas pegavam o dinheiro, lançavam alguns patches e partiam para a próxima sem se preocupar com isso. Embora God of War tenha sido super otimizado, o tão amado Elden Ring, embora bom desde a versão de Playstation 4 à versão de Xbox Series S veio repleto de bugs no PC e foi idolatrado mesmo assim.
E, indo contra a maré, em 2020 a "id Software" decidiu lançar Doom Eternal, usando a API Vulkan, ao invés do Directx 12. Mesmo antes do lançamento ela já estava fazendo todo um falatório sobre o nível de otimização que conseguiu atingir, e apresentando detalhes no mínimo surreais do potencial da engine id Tech 7, que o jogo foi desenvolvido. O programador Billy Khan disse:
"No id Tech 6, aumentamos (a atualização) para 250 quadros por segundo. Nesse caso, se você tiver o hardware certo, poderá atingir mil quadros por segundo. Esse é o máximo que tivemos. Realmente não há limite superior. Eu tive algum hardware aqui localmente que criei apenas para testar onde tivemos cenas sendo executadas nos 400 quadros por segundo."
Obviamente o povo desconfiou do número absurdo e muitíssimo além de seu tempo, já que isso não apenas ultrapassava demais os quadros que um monitor disponível no mercado era capaz de aguentar, mas em comparação ao que empresas grandes tinham apresentado, como poderiam gráficos tão bonitos rodar tão liso? Aliás, muitos não conseguiam nem ao menos alcançar 60fps, então imagina 1000? Com tanta tranqueira mal otimizada lançada de forma descarada como padrão de qualidade normal, uma empresa grande mostrar que isso era possível, era quase como trapacear em videogames. XD
Ainda que não conseguisse algo tão cabuloso, isso despertou o interesse especialmente aos fãs donos de PCs fracos, e logo a galera do Intel HD Graphics ficou bem animada. E ao lançarem, realmente a coisa teve uma otimização surpreendente. Afinal de contas, se estava disponível na Nintendo eShop para a galera do Nintendo Switch jogar, imagina um PC, que emula Switch e ainda deixa os gráficos melhores?
E não podia dar outra, de fato o jogo deixou as pessoas boquiabertas com o quanto ficou rodando liso. Cada vez mais apareceram pessoas fazendo seus testes. Placas de vídeo bem antigas da Nvidia e AMD conseguindo aguentar, e até mesmo coisas surreais, como o jogo sendo testando em um Pentium 4, família de processadores lançadas no ano 2000, e ainda assim conseguindo uma alta taxa de fps.
O jogo se tornou vitrine para o quesito otimização, especialmente porque não dava para ser leve algo com os gráficos tão bonitos somados à jogabilidade frenética com uma movimentação muito rápida e cheia de coisas acontecendo na tela. Mas simplesmente ficou ótima, mostrando um vislumbre de como o mundo dos jogos poderia realmente ser, se existisse um foco maior em aproveitar o que a evolução trouxe.
Muitos gamers dizem que não apoiam empresas que não respeitam os jogadores, e certamente esse acabou sendo um ótimo exemplo de título que fez muito pirateiro deixar o bittorrent de lado. Mas, fora isso, o jogo também acabou sendo considerado por muitos como uma carta de amor aos sanguinários títulos frenéticos dos anos 90, indo desde sua jogabilidade à trilha sonora, como "The Only Thing They Fear Is You", que encantou os que se atraem por música. Essa:
Esse é o tipo de coisa que só faz repensar sobre tudo o que é possível e oportunidades que deixaram de ser aproveitadas, pois se hoje em dia temos jogos eletrônicos de navegador como Doodle Champion Island Games, teve uma época que era simplesmente impensável imaginar uma coisa tão simples como essa, um jogo rodando diretamente em um navegador. Antes até imagens podiam ser vistas carregando lentamente na tela, então imagina uma coisa sendo jogada?
Apesar de jogar Counter Strike Online ser algo padrão pra qualquer um atualmente, Doom é a franquia que popularizou os jogos de tiro em primeira pessoa, dando um estouro em muitas obras em sua época, como Unreal Tournament e Quake. Mas com o passar do tempo, se tornou algo apenas algo padrão. A coisa se espalhou por jogos dos mais variados, indo desde jogos cooperativos como Far Cry 6, Left 4 Dead 2 até aqueles onde a competitividade rola solta como Call of Duty: Modern Warfare 2, Overwatch 2, Halo
E você, chegou a testar? Ficou impressionado com a coisa rodando lisinho? O que acha sobre a falta de otimização em empresas? O jogo tá disponível pra Sony PlayStation 4, Google Stadia, Microsoft Windows (Também no Xbox Game Pass), Microsoft Xbox One, Nintendo Switch, Sony PlayStation 5 e Microsoft Xbox Series X e S. Caso queira comprar uma key baratinha,
recomendo sempre dar uma olhadinha no preços das keys da Steam (e outras
lojas) à venda na GMG, muitas vezes os preços deles estão bem abaixo do
normal, e comprando keys lá, você acumula XP, que gera várias vantagens
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