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Sengoku Biohazard | Veja como Onimusha quase foi Resident Evil de PS1 no Japão Feudal

Apesar do remaster de Onimusha: Warlords ter dado um gás à mais na franquia, ele só acabou provando que ela é nichada, não vendendo muito e provando que, embora seja algo muito amado pelos fãs, não tem a força de outras sagas da gigante japonesa. No entanto talvez a coisa fosse bem diferente, já que antes de ser Onimusha, ele era um jogo da saga Resident Evil que ficou diferente demais e acabaram decidindo lançar como saga própria.

Muito provavelmente quem jogou Resident Evil 2 de 1998, vendo uma obra tão absurdamente carregada de ficção científica, iria ficar completamente confuso se pudesse olhar para o futuro e ver Resident Evil: Village, que parece mais o universo de Drácula do que algo de ficção científica. Porém se engana quem acha que isso só rolou anos depois, pois a Capcom já mostrava tendências a levar a coisa para lugares inusitados já no primeiro ano de sucesso da saga, mas apenas tinha medo de tomar uma decisão errada.

Quando Resident Evil 1 foi lançado em 1996, o jogo era apenas uma aposta aleatória da Capcom em meio a várias outras franquias. E embora muitos achem ele inovador, no fim das contas era uma cópia completa de Alone in the Dark 1, usando todas as mecânicas apresentadas descaradamente, com câmeras fixas, movimentação em forma de tanque, sistema de inventário, puzzles, horror... Tudo! Ou seja, por que esse jogo não seria só mais um?
No entanto, ao cair nas graças do público e virar uma verdadeira febre, não demorou para que a gigante visse o potencial e abrisse a mente para os mais variados tipos de possibilidades. E foi assim que entra Yoshiki Okamoto, que já tinha participado de várias obras da empresa, indo desde Final Fight a Street Fighter 2. Ele apresentou em 1997 o conceito de um jogo chamado "Sengoku Biohazard", que seria no universo de Resident Evil, mas seria uma "versão ninja".
 
A ideia era de ambientar tudo em um grande casarão do feudalismo japonês. E toda  fórmula seria igual a Resident Evil, mas ao invés de usarem armas de fogo e facas, os personagens estariam equipados com arsenais da época como espadas katana e estrelas ninja shuriken. Além disso também iria abandonar a ideia científica, apresentando feitiços ninja e pergaminhos mágicos. 
Em relação à ambientação, ela estaria também lotada de armadilhas pelo lugar. Sendo assim, enquanto resolvia quebra-cabeças espalhados pelo lugar, também era preciso se preparar para ser pego de surpresa por perigos instalados pela casa para tentar matar o jogador. Porém também teriam portas secretas, dando vantagens.

O projeto era bastante ambicioso, tendo foco no lançamento para Nintendo 64DD, que era aquele acessório revolucionário para Nintendo 64 que permitia editar jogos, criando mods e colocando músicas próprias. Então os próprios jogadores poderiam expandir o universo apresentado e colocar na rede para que outros pudessem baixar.
Porém, exatamente essa quantidade de ideias tão diferentes do que vimos inicialmente, acabou assustando a Capcom em mudar tanto e estragar o que ela tinha conseguido conquistar. Dessa maneira, preferiu separar as coisas e criar uma franquia própria, nascendo assim Onimusha, livre para fazer o que quiser.

Okamoto alguns anos depois mostraria que ele é apaixonado pela ambientação no Japão Feudal, com o lançamento do primeiro jogo de sua empresa independente, a Games Republica. Foi "Genji: Dawn of the Samurai", um hack and slash que inclusive chegou a ganhar uma sequência depois. Não está ligado a "Sengoku Biohazard", mas faz imaginar que a coisa poderia ter evoluído para uma obra feita com alguém que tem muito carinho pela ambientação.
O atraso na criação acabou fazendo com que o projeto passasse a ser destinado para ainda para o Playstation 1, mas enrolaram tanto que só foi sair em 2001 e para Playstation 2. Imagina que interessante ser os gráficos dessa franquia à moda antiga se tivessem conseguido encaixar na agenda? Mas a Capcom estava focando em Resident Evil 2 e 3 que eram prioridade.
 
Mas Onimusha provavelmente nunca foi um RE puramente pelo medo, já que se você olhar o protótipo de Resident Evil 4, já dava pra ver claramente as tendências da Capcom a levar a saga pra locais inusitados, já que lá aparecem criaturas sobrenaturais. Sendo assim, desde os primeiros anos ela já se mostrava doida pra ir para outros caminhos.
Imagina como poderia ter sido? Provavelmente a história seria diferente, já que a Umbrella teria que ter raízes bem mais antigas para se encaixar. Mas nunca saberemos, não é? Talvez tenha sido melhor assim... Se por um lado Onimusha não conseguiu um público grande o suficiente para ser um estouro em vendas, pelo menos tem uma saga própria. Mas talvez se desse certo, provavelmente iriam cortar as partes "mágicas" da história pra ficar com aspecto mais científico como a série Kingdom.

Curiosamente, os personagens de Resident Evil acabaram indo parar de forma inusitada nesse universo de samurais com Onimusha Soul, lançado em 2012 e completamente desconhecido. O motivo é que ele foi disponibilizado apenas no Japão, sendo o primeiro jogo da Capcom focado em navegador. No ano seguinte foi lançado pra celular e em 2014 foi a vez da Playstation Network disponibilizar ele para Playstation 3. Mas fecharam os servidores em 2015.
Esse era um jogo que e diferenciava do resto da saga, sendo um spin-off de administração que te colocava em uma simulação de senhor feudal. A maioria das personagens presentes eram femininas e inclusive estavam presentes a Ada Wong, Jill Valentine e a Claire Redfield (Essa imagem aí em cima), de Resident Evil. Apesar de tudo, também tinham outros personagens da Capcom, como o Dante de Devil May Cry.

Enfim, essa saga acabou tendo um caminho próprio, com um universo para chamar de seu, e seus próprios subprodutos, como a adaptação para anime da Netflix, que obviamente empolgou muita gente com a ideia de expansão através de uma série animada, dando aquele novo fôlego à coisa. Mas e vocês, gostam de Onimusha? Acham que seria legal se fosse um Resident Evil Feudal de PS1? Ou preferem o caminho que trilhou? Olha como era o jogo no PS1:

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