Esse foi um jogo que o que me chamou a atenção de primeira foi a sua ambientação japonesa tão robusta. Sim, eu notei que os gráficos eram limitados, mas eu nunca liguei muito pra isso, eu prefiro mais a beleza do design ou atmosfera do que gráficos realistas, por isso fiz aquela lista de jogos pixelizados maravilhosos, e aqui vi um jogo com visual bem limitadinho, mas com um baita elegância visual.
Você assume o papel de Yukio, um jovem professor do ensino médio que acabou pegando no sono após o expediente e ficou tarde. Ao acordar, ele se surpreendeu com o céu vermelho e a escola com todas as luzes apagadas. Porém não está sozinho, uma estranha mulher anda pelo lugar, um tipo de homem macaco fecha as portas, uma criatura anda pelo tento e coisas parecidas com chapéus saltam pelo pátio.
A princípio eu pensava que esse era um jogo japonês mesmo, já que a maioria dos jogos japoneses que conheço não usam cultura tradicional japonesa, como Resident Evil ou Silent Hill, que são nos Estados Unidos, e mesmo aqueles jogos que tem um "toque japonês" como Final Fantasy, não usam elementos culturais clássicos da cultura. Sendo assim, ao ver esse jogo desse jeito, pensei que era realmente de lá.
Me pareceu ser um jogo no estilo Okaeri , Yomawari: Mignight Shadows ou NG, que tem aquele terror japonês super carregado. Isso pareceu ainda mais forte quando notei que era um pouco difícil achar informações sobre o Kanashi Studio, mas ao achar a página do Kickstarter do jogo, vi que na verdade se trata de um criador de jogos da Espanha.
Apesar de ser algo curioso, no final das contas não é tão difícil assim, temos por exemplo Yuppie Psycho, que é de uma equipe francesa e espanhola, ou o maravilhoso The Friends of Ringu Ishikawa, do Yeo, que é um desenvolvedor russo. Então essa atmosfera acaba sendo influente e encantadora pra outras pessoas do mundo e foi o caso aqui.
O objetivo do jogo é um tanto básico, relembrando bem a época de ouro das creepypastas, em que tivemos aquela explosão de jogos indie de terror, como Slender. E certamente se tivesse sido lançado naquela época, seria um verdadeiro estouro. Isso porque ele tem uma série de mecânicas próprias mais avançadas do que apenas coletar papéis. No entanto, sendo um jogo de 2022, acaba não tendo o mesmo peso.
Aqui o objetivo é acender as doze lamparinas que estão espalhadas pela escola para espantar os espíritos malignos que dominaram o local. Porém não basta vagar e ir diretamente nos locais, pois muitas das portas estão fechadas e você precisará de chaves que tenham as cores delas. Em algumas salas de química você poderá usar misturas pra usar uma chave e uma flor de cor equivalente pra fazer ela se tornar daquela cor e assim abrir a porta. Tem sentido? Não, mas ter espíritos no lugar também não, então levando em consideração que o jogo é todo simples, acho que tá ok.
Enquanto explora os vários andares, você também vai se deparar com Kitsunes, mulheres raposas aprisionadas. Enquanto você vai descobrindo as notas de outra professora no lugar, aos poucos vai descobrindo o que tudo isso significa. Quem são as criaturas, o que são as mulheres-raposa e outras coisas.
Os gráficos são limitados, mas eu acho que existe um charme muito especial. É algo para quem gosta de jogos indie, obviamente. Então se você não se atrai por coisas mais simples, certamente não vai achar muito atraente. Mas se você vê beleza na simplicidade, esse visual com a atmosfera de ambiente japonês é bem bacana.
Infelizmente o jogo acaba tendo muitos pontos negativos. A movimentação é horrorosa e o personagem se mexe com uma velocidade lenta demais, o que é especialmente estranho para a situação em que ele se encontra. Ele é lentíssimo ao andar normal e correndo parece ser só um passo um pouquinho mais rápido.
Por outro lado os inimigos são do mesmo jeito. A inteligência artificial é bem esquisita, a mulher que vaga pela escola falando que quer comer coisas vivas parece não estar ligando muito pra você. Ela sai dando uns passinhos aqui e ali, passa bem perto de você, mas tem que chegar realmente perto pra te perseguir. Parece que só está saindo aleatoriamente. E ainda assim ela é bem lenta. Essa falta de velocidade tira a emoção da coisa.
Enfim, Yakyosho é um jogo indie curioso, com um visual que me agradou, mas que pode desempolgar com o quanto as coisas são duras, desde a câmera até a movimentação e interação com objetos. Acho que o criador foi justo em cobrar menos de R$5 pelo jogo. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Nuuvem antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.
0 Comentários