Quando um jogo faz sucesso, é praticamente certo que logo uma pessoa vai começar a pensar sobre como essa essência poderia ter sido lançada em uma outra época. E é aí que entra o mundo dos demakes, jogos que ao invés de terem melhorias gráficas, sofrem exatamente o contrário. E no caso de Elden Ring, o desenvolvedor Shin decidiu ir além, transformando em um jogo de verdade de Game Boy Pocket.
A maioria dos demakes não são jogos que de fato rodariam nos consoles que simulam os gráficos. Isso porque são basicamente jogos de computador, só que com visuais iguais aos da época, porém sem chance de rolarem. Outros jogos da FromSofware já passaram por isso, como Dark Souls pra Nintendo 64, que tem mais o estilo techdemo, Bloodborne pra PS1, que foi um verdadeiro estouro, ou o não tão falado Bloodborne pra Super Nintendo.
Mas Elden Ring GB tem lago realmente diferenciado, que foi trazer o jogo para para o Game Boy, mas de uma forma muito literal! Isso porque o arquivo disponibilizado pelo desenvolvedor foi mesmo algo com a extensão .gb pra rodar de verdade no portátil da Nintendo lançado em 1989, seja por algum cartucho capaz de ler roms, seja via emulador. Mas felizmente também disponibilizou a opção de jogar online direto do navegador.
Nessa adaptação a coisa não pega tanto a essência de um gênero soulslike com todas as mecânicas, apenas parte delas, focadas mais na dificuldade, que aliás era algo bem comum em jogos desse tempo, sendo assim talvez se tivesse sido lançado naquele tempo, o povo até achasse normal no final das contas e não tivesse nenhum falatório em relação a ser algo difícil.
Acredito que o que mais se destaca em relação a um soulslike, é o combate. Infelizmente sem opção de defender com escudo, o que pode acabar sendo estranho para os jogadores que costumam focar mais em defesa do que esquiva. Por outro lado, para aqueles que são acostumados a zerar jogos do gênero rolando sem parar, vão sentir muito da essência, pois é o que mais tem aqui.
Morrer é muito fácil e é notavelmente um jogo em que você terá que aprender a observar a hora certa para atacar e desviar, pois os amigos são implacáveis e a quantidade de dano dada é alta demais para simplesmente ir tentando descer a espadada até matar, sem se preocupar com os ataques que os inimigos vão te dar.
Também existe a mecânica de descanso na fogueira, em que você pode escolher por salvar o jogo ali, o que também vai recuperar a sua vida. No entanto, se você fizer isso, todos os inimigos que derrotou no mundo irão renascer e então você vai ter que enfrentá-los de novo. Dessa forma é o tipo de coisa que tem um custo que pode ser bem alto.
Os gráficos usam o estilo de muitos jogos desse portátil, como pokémon, com aquele visual aéreo muito comum em jogos de RPG em geral, às vezes mudando para visão lateral. Também usa a paleta de cores do Game Boy Pocket, não do Game Boy Color, que é o que muitas pessoas conhecem. Sendo assim, o jogo tem uma limitação de cores, usando uma paleta esverdeada. Isso dá um certo charme, mas pode ser estranho para algumas pessoas.
Você vai encontrar alguns dos NPCs que encontra no jogo original, e isso também inclui as falas dele, que naturalmente são apresentadas apenas em forma de texto, mas que você vê bem quem é. O mesmo se aplica a locais que dá pra perceber onde você está, indo desde a catedral em que inicia o jogo, à posição das bonfires.
Enfim, tá aí uma pequena obra interessante, que apresenta a primeira área do tão falado jogo, explorando Precipice of Anticipation, Northern Limgrave e Stormveil Castle. Você reconhecerá ambientes e enfrentará inimigos até chegar à localização do primeiro grande lorde do anel prístino, o Godrick. É algo que é mais interessante pela curiosidade do que por uma grande jogabilidade, mas que com certeza vai encantar alguns. Você pode baixar ou jogar direto aqui.
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