O estúdio de
Absolver levou muita gente à loucura quando mostrou um novo jogo de artes marciais, tendo inspiração em filmes de ação chineses e uma série de clichês, assim como fazendo homenagem a obras orientais como
Oldboy. No entanto, após a empolgação inicial, novas questões surgiram e em seu lançamento, caíram em cima acusando o jogo de ser apropriação cultural.
O estúdio decidiu enviar um kit promocional, com incensos e kits de oração, para o escritor da Kotaku, Sisi Jiang, e ele comentou o seguinte no twitter:
"O kit de marketing do SIFU é a coisa mais embaraçosa que já vi em anos.Eu
mudei de ideia sobre estúdios brancos fazendo jogos chineses. Se você
fizer isso, eu vou zombar implacavelmente de você em público."
O site TheGamer foi um dos que pegou mais pesado em cima da coisa e apontou os aspectos clichê da coisa e como parecem mais enfeites do que algo necessário. Confira:
"Retire todas essas menções chinesas e o núcleo do jogo ainda será o
mesmo. Isso porque o conto de vingança que Sifu está tecendo não é
intrinsecamente chinês. [...] O aspecto chinês em Sifu é reduzido a uma
mera troca de paleta; você pode facilmente substituir o protagonista
por, digamos, John Wick, e Sifu ainda será o mesmo jogo de luta."
"O problema com resumir SIFU puramente em suas mecânicas e sistemas, é
que as críticas da perspectiva cultural ou socioeconômica têm sido
negligenciadas há muito tempo, como se esses fossem aspectos menos
importantes do jogo que não merecem tanta atenção. De alguma forma, isso
implica que a mecânica e a gameplay são sagradas para os jogos, como se
isso fosse tudo o que o meio fosse capaz de entregar – um ponto que
obviamente sabemos que não é verdade."
Já o The Verge comenta que o estúdio poderia ter aproveitado a oportunidade de contar algo diferente do que conhecemos e fugir de estereótipos presentes. O portal comentou:
"Eles
anseiam por essa representação tão necessária e afirmadora da vida. E
quando é dada a eles ocasionalmente, quase sempre é filtrada pelas visão
da família, honra e dever. Sifu então torna-se apenas mais uma forma de
suas práticas culturais e estéticas serem resumidas a mesma narrativa
de sempre.A indústria ocidental de videogames é dominada por
brancos contando histórias de brancos. E na chance de um desenvolvedor
decidir contar uma história asiática, é feito em grande parte por
estúdios predominantemente brancos e preenchidos com o mesmo clichê de
“honra familiar” para que a história também possa ser para pessoas
brancas. O mesmo que aconteceu com Ghost of Tsushima."
Naturalmente também tiveram alguns gamers que se manifestaram afirmando que o estúdio francês, Sloclap, se aproveitou da cultura de outros para usarem de maneira que o foco são ocidentais. Mas os desenvolvedores responderam assim:
"Nossa intenção é fazer algo que seja o mais autêntico e respeitoso
possível com a cultura chinesa de kung fu. Embora tenhamos um artista
conceitual na equipe que é de cultura e descendência chinesa, que foi
importante para nós em obter certos textos e detalhes do ambiente
corretamente. Mas isso não foi suficiente para nós. Queríamos ir mais
fundo.Só espero que tenhamos feito um bom trabalho. A única
coisa que procuro é isso, e o que me deixa feliz é quando vejo
comentários traduzidos das redes sociais chinesas de jogadores que
dizem: 'Achamos incrível que um estúdio do outro lado do mundo tenha se
inspirado nossa cultura e ama o que vem de nossos países.' "
E vocês, o que acham disso? Acreditam que rolou apropriação cultural? Ou não concordam?
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