É normal alguns ex-funcionários não terem coisas boas pra falar das empresas onde trabalharam, no entanto as coisas ficam ainda mais intensas quando se trata de uma peça chave. Sendo assim, os gamers tiveram sua atenção chamada quando viram Mark Darrah, que dirigiu vários projetos como "Dragon Age", e fez críticas pesadas à cultura de crunch-time da empresa.
O desenvolvedor saiu do estúdio canadense em dezembro de 2020 e não estava nem um pouco satisfeito. Em uma entrevista, ele comentou sobre o que chamam de "A Magia da Bioware", que é o termo usado para a fase final do desenvolvimento em que existe uma pressão imensa para que os funcionários trabalhem rápido (o crunch-time) pra entregar os produtos nos prazos.
Isso era algo admirado por causa dos projetos dando certo e sendo super aclamados. No entanto as coisas começaram a mudar com o tempo, levando os funcionários à exaustão e com o fracasso de Mass Effect: Andromeda, essa pressão já não causava a sensação de que iria ser para algo bom, pois se tinham fracassado antes, era óbvio que essa não era a fórmula do sucesso.
A coisa piorou com a má fama da EA Games pra complementar e o público começando a se irritar junto e descer o pau na empresa. Em 2019 rolou uma frustração, quando Jason Schreier e a Kotaku publicaram que na empresa tinha uma salinha que foi dedicada exclusivamente para funcionários chorarem isolados durante o crunch-time. E as declarações de Mark Darrah em 2022 foram:
"A magia da BioWare é um processo de merda. Ele diz a você: não se
preocupe, não tenha medo do pior, porque sabemos que no final tudo
ficará bem. Tudo vai ter um final bom. Mas a realidade é que o
Crunch-Time surge apenas quando você pensa: 'nós vamos sobreviver', é
daí que começam os adiamentos, e todo o pesadelo se inicia novamente."
"Pode parecer que estou mirando minhas críticas a BioWare agora porque
esse é o estúdio com o qual tive experiência... Mas a realidade é que é
assim que funciona em muitos estúdios. A mesma coisa que parece
acontecer na CD Projekt, e em muitos outros estúdios. Porque eles têm
dificuldade em transmitir a urgência aos funcionários para entregar o
melhor trabalho possível no início do desenvolvimento de seus projetos."
Vixe, ein? Apesar de sempre existir essa cultura, e inclusive ter sido um dos problemas que fez Cyberpunk arregaçar a CD Projekt Red, a coisa só começou a ser falada entre o público durante a década de 2010. Isso fez gerar dois grupos de gamers, aqueles que desprezam a prática achando um absurdo a forma de trabalho que desenvolvedores são submetidos, e aqueles que acham frescura, já que se a pessoa não gostar, ela pode pedir demissão. E vocês, o que acham?
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