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PC Gamer ou Consoles? O custo/benefício de um hobby caro demais...

Sempre rolou uma guerra entre fãs de jogos. É comum a ideia de pessoas brigando por sua plataforma, talvez porque seja um impulso humano natural o de competir, ainda que que seja de uma maneira irracional. Mesmo na era do Super Nintendo, onde os gamers era muito mais concentrado por crianças, já existia a rivalidade de Mario vs Sonic. O tempo passou, as coisas mudaram, o PC se tornou uma plataforma muito mais influente e entrou na competição. Mas colocando a irracionalidade de lado, será que sua plataforma favorita é realmente a de melhor custo?

Video Games sempre foram um hobby caro demais. Inicialmente nem tinha mercado aqui no Brasil, apesar do público gigantesco. Mas o poder aquisitivo dos brasileiros tornava inviável para as empresas arriscarem, sendo assim era completamente selvagem os anos 90 e 2000, com a pirataria tomando conta de tudo. O próprio conceito de pirataria era meio confuso em relação a jogos, já que era quase impossível alguém ter um jogo original.

E os preços dos consoles sempre foram caros, e não era qualquer mãe que iria dar para o filho um video game. Sendo que dessas, ainda se tinha o pensamento de que não iria rolar a compra de jogos originais depois. Ou em resumo... Era uma bagaceira sem fim o negócio. Pagar R$200 em um jogo de Playstation, em uma época onde o salário mínimo era R$130,00, era algo que fazia naturalmente os poucos jogos originais disponíveis no mercado parecerem mais umas action figures caras enfeitando uma loja. Se alguém comprasse é porque normalmente era colecionador ou algo assim.
A época do Playstation 2 foi na mesma direção, um console super caro que só alguns poderiam ter, e quando tinha, a pessoa precisava ser bem riquinha pra ter jogos originais e mesmo que por algum motivo ela fosse assim, simplesmente não se achava jogos o suficiente à venda. A verdadeira era da barraquinha do seu João.

Nesse tempo, algumas pessoas começaram a ter computador. Bem poucas mesmo, mas já se começava a ouvir falar de gente jogando em um PC. Jogos como The Sims e Age of Empires 2 eram obras super atraentes, mas acabava sendo coisa do amigo que o pai trabalhava em um computador. Afinal de contas, pra que mais serviria um PC além de digitar coisas, né? Porém ali era onde se estava plantando a sementinha dos jogos em um PC.

Claro, isso não nasceu em 2000, muitos jogos vieram dos anos 90, mas a revolução da internet aconteceu após a virada do milênio. Foi ali que começamos a ver propagandas na TV falando sobre como a internet era um lugar maravilhoso e todo mundo ia se dar bem, e assim era lotado de competidores como a America Online, o BOL e a IG. Todo mundo queria estar na internet e o foco foi forte, até o SBT tinha o provedor dele, o SOL.

Essa propaganda acabou fazendo com que a ideia de comprar um computador começasse a parecer interessante. Os modelos divididos em infinitas vezes (com muitos juros) pareciam atraentes. A ideia do seu filho ficar mais inteligente porque era uma máquina de estudar ou o povo de empresa poderia ter sua vida facilitada.

E claro... Quando se é um moleque e se tem uma máquina que você sabe que dá pra jogar, fica meio inevitável dar uma conferida. A ideia esquisita de jogar com o mouse e teclado era simplesmente ignorada, afinal de contas quando se quer diversão, você usa o que tem. Talvez ali tenha se formado a primeira geração de PC Gamers do Brasil, com algumas mães comprando o que supostamente era pra estudos e portanto nem pensando que o principal foco poderia virar jogos.

Isso acabou sendo feito de maneira discreta e para o público geral do console, a ideia de jogadores de PC não era de gamers, mas apenas de outros moleques que por acaso, tiveram a oportunidade de jogar algo em um computador, mas que o ideal mesmo eram os video games. Até muitas revistas de jogos da época citavam as plataformas e só ignoravam o PC, fingiam que não tinha uma versão pra ele.
Nos computadores foi onde as compras de jogos originais realmente começaram. Isso porque era a única plataforma onde a coisa era acessível. Não é que fosse barato, mas a coisa não era completamente ridícula. Além do mais, as caixas de jogos de PC na época eram cabulosas, algo grandioso que fazia parecer que valia mais a pena, vindo com manuais grossos detalhados, e assim vez ou outra dava pra ver algum garoto que comprou Diablo 2 original.

Mas claro, quando se fala de vendas de verdade, não dá pra negar que onde o mercado existia mesmo eram nas bancas de jornal. Os jogos que vinham em revistas eram simplesmente tentadores. Entre R$10 e R$20 e você levava pra casa jogos como Twinsen's Odyssey e Constructor. Cada mês um jogo novo, era quase uma assinatura da PS Plus arcaica hahaha. O motivo eram os impostos, pois enquanto video games injustamente eram classificados como jogos de azar e recebiam impostos burríssimos fora da realidade, jogo de PC era visto como software.

Outra coisa que também se tornou mais comum para o público do PC, e era completamente esquisito nos consoles, era a presença de jogos em português. Não apenas as legendas, mas também a dublagem e  por isso era normal alguns fãs de console tomarem um susto ao ver jogos como Soul Reaver e Max Payne rodando com dublagem em português. Algo curioso é que essa dublagem era feita pela distribuidora local na maioria das vezes. Ou seja, ela aproveitava que tinha acesso aos arquivos e contratava uma pequena equipe, era um investimento. Starcraft 1, por exemplo não tem dublagem lá fora, só o Starcraft Remastered, que a Blizzard mesmo fez.
Apesar disso tudo, não dá pra negar que quando se falava de jogos, estavam se referindo a consoles. A indústria em geral via assim, e por mais que rolassem vantagens no computador, parecia uma barreira muito grande. Não parecia confortável, algo tão grande, com um investimento tão maior que um console e em uma época onde gamers ainda eram um nicho pequeno ali. Valia a pena o investimento?

Simplesmente não dava pra negar, no fim das contas, comprar um PC era muito mais caro. Boa parte dos gamers tinham um porque era consequência de outra coisa e não porque era algo que foi comprado pra jogar como passamos a ver anos depois. É verdade que já existiam PC Gamers em 1998, mas aquilo era o tipo de coisa que garotos ricos excêntricos tinham, e não algo como um video game que qualquer um desejava.

Graças a isso, foram muitos anos em que a ideia de gamer era bem centralizada em consoles. Jogos exclusivos para video games eram realmente comuns. Na verdade, toda vez que um jogo novo era anunciado, se não falassem a plataforma, era um verdadeiro desespero se iria ou não sair no computador também, o medo era grande.
E quando não saia, o boato de que iria sair era frequente. Tudo era teoria da conspiração de que um jogo teria versão para computador. A espera se tornou infinita para inúmeros títulos, que hoje em dia é simplesmente óbvio que a versão pra PC é garantida. Mas naquele tempo, a única garantia de que um Triplo A sairia era nos consoles, o computador era algo totalmente secundário.
 
Inclusive tinham algumas coisas que eram sacanagens ainda maior, que eram as versões exclusivas para PC de um jogo famoso no console. Só que a diferença é que a versão de computador era obviamente feita apenas para pegar a fatia do público. Pelo jeito saia mais barato fazer um jogo de orçamento do que um port de alguns. Por exemplo... Observe o trailer de Homem-Aranha  2 de Playstation 2:
 
Pode parecer simples, ou nada demais. No entanto, a adaptação do primeiro filme era um jogo de fases. Então imagina de repente esse mundo aberto ser apresentado? A ideia de um Spiderman em mundo aberto era uma loucura! GTA 3 era novidade naquele tempo, então o pensamento era "Imagina um GTA do Homem-Aranha", e era isso que esse trailer apresentava. Imagina? Agora saca só a versão de PC:
Talvez não tenha nem dado pra entender direito essa tranqueira... Mas essa é uma versão de fases onde pra se balançar com teias, você precisa mirar nos símbolos levitando entre os prédios. O jogo é todo duro e realmente dá pra dizer que foi feito nas coxas. Não tem nem sentido essa bagaceira. E era assim... Do nada saía um jogo com uma versão pra PC.
 
Então realmente quem tinha console, podia se sentir aliviado. E antes que perguntem, SIM, existia isso do jogo não rodar no computador. Mas existia uma diferença, enquanto hoje todos os jogos rodam, só que vai ficando mais e mais lento dependendo do quanto seu PC for uma bosta, naquela época, ele só não rodava mesmo. Você abria e aparecia a mensagem na tela "VAI RODAR NÃO FILHÃO!", e era isso aí. Talvez isso fosse outra coisa que assustava as desenvolvedoras. 

No console a coisa sempre foi cômoda. A pessoa comprava um jogo, colocava no video game e pronto, já podia jogar. No computador a coisa já era um pouco mais complicada. E inclusive muitos jogadores de videogames criticavam a ideia de jogar no PC. Ter que instalar um jogo, por muitos anos era uma verdadeira abominação para jogadores de console. Existia uma repulsa na ideia de comprar e não poder jogar imediatamente.
Já nos computadores, era comum. Até cômodo dependendo do jogo, já que era possível instalar diversos jogos e não precisar ficar trocando mídia, pois já estava tudo ali prontinho para jogar. Mas apesar de tudo, naquela época não tinha proteção DRM como a steam, então a proteção era tacar o CD só pra verificar que você tinha a mídia original. Agora muitos jogos da internet como o fenomenal "Abuse" ou o tão idolatrado "Dink Smallwood", era só instalar e aproveitar.

O que quero dizer é... Gostando ou não, o PC era um belo de um trambolho. Não encaixava bem com os consoles. Se você tivesse um videogame, podia pegar ele, colocar na mochila, ir pra casa do seu amigo e pronto, podia jogar sem problemas. Agora com um computador a coisa mudava completamente e se você fosse levar pra casa de um amigo, ia ter que levar o monitor (que eram aqueles de tubo, grossões) e o resto dos itens.

Muito provavelmente o que fez o computador começar a ser reconhecido como algo mais gamer, foram as épocas das lanhouses e Counter Strike, que virou uma febre monstra. O povo se unia pra fazer corujões (passar a madrugada jogando junto). Isso também fez as pessoas começarem a experimentar outras coisas como Warcraft 3 e assim perceber que ali tinham jogos e eram divertidos. Para alguns era mais divertido que um console.
Outro ponto, foram as chegadas dos MMORPGs gratuitos. De repente apareceu algo realmente novo, que era a possibilidade de jogar com pessoas que moravam a milhares de quilômetros. Jogos como Priston Tale, Tibia e Ragnarok Online fizeram muitas pessoas que não tinham computador, ficarem viciadas na plataforma.

A chegada da era do Playstation 3 trouxe algo curioso... A obrigação de se comprar jogos originais! Todo mundo queria ter um PS3. O primeiro Xbox não fez um sucesso tão grande no Brasil quanto lá fora, diferente do Playstation 2, que com certeza dominou sua geração e isso naturalmente fez com que as pessoas quisessem ir para o seu sucessor, por conhecer a marca e saber o tanto de coisa boa que teve.

Mas... Diferente do antecessor, que a farra pirata foi feita, o PS3 era um tanque. O povo fez de tudo pra destravar aquele negócio, mas não conseguiu até chegar no fim da geração. Muitas pessoas compraram pensando que destravariam e foram obrigadas a comprar jogos originais pra poder se divertir com seu novo brinquedo.
Isso fez com que muitas pessoas corressem para o Xbox 360, que foi onde fizeram a farra naquela geração. As pessoas pirateavam adoidadamente e com o passar do tempo, o público do Playstation 3 se conformou e passou a ver as vantagens de ter um console desbloqueado. Provavelmente esse foi o console que moldou uma nova forma de pensar, já que essa foi a geração em que o online se popularizou em nosso país. 
 
A geração anterior tinha conectividade, mas a pirataria em massa desde o começo fez com que o povo nem ao menos visse isso. Mas na geração do PS3 e Xbox 360, os jogadores tiveram um gostinho do que é poder jogar online e como isso levava para outro nível a coisa. Essa vantagem também acabou se tornando essencial para muitos jogadores que só se interessam por multiplayer online.

A década de 2010 acabou trazendo muitas mudanças na tecnologia. A vinda da era dos smartphones deu uma freada brusca no público do computador. Enquanto na década anterior muitas mães, idosos e outros tipos de pessoas estavam comprando computadores pra entrar no orkut e os filhos acabavam aproveitando pra jogar. Esse público todo desapareceu com os novos celulares.
Nós entramos em uma era em que não fazia mais sentido ter um computador em casa. Afinal de contas, pra que gastar uma grana dessas e ocupar um espaço desses? Aquele estouro tinha chegado ao seu ápice e as pessoas passaram a comprar celulares. O que sobrou no PC foi o público gamer e produtores de conteúdos, como modeladores 3D,  youtubers, etc.

À partir de então, tudo começou a ser "gamer", a cadeira gamer, a mesa gamer, a webcam gamer... Tacavam gamer em tudo quanto era coisa. Mas além dessa concentração imensa desse tipo de público, também tivemos a ascensão da Steam, que com certeza foi algo que mudou os rumos da indústria. E novamente vimos o debate sobre a pirataria.

Inicialmente as pessoas não queriam saber de steam. Parecia algo desagradável demais, ter que pagar por algo em que você tinha que abrir um programa pra poder abrir o jogo. Lembrando que até então cada jogo era separado. A steam foi lançada em 2003, mas só na década seguinte que ela explodiu, e no Brasil, nem se fala, né?
Com a pirataria adoidada, era muito forte a pergunta "Qual a diferença entre baixar pirata e pagar pra algo que eu não vou ter nem caixinha e vou ter que baixar na internet de qualquer maneira?". Com conexões péssimas e poder aquisitivo baixo, as pessoas não se sentiam muito tentadas a pagar uma grana pra Valve. Para muitos a ideia era até mesmo ridícula.

Mas o começo dessa década foi algo um tanto diferenciado... Um combo de coisas foram um belo de um benefício. As conexões estavam muito mais rápidas e as pessoas acabavam baixando a plataforma da Valve por causa de um jogo. Counter Strike, por exemplo já era bem comum as pessoas terem o original e assim estarem habituadas.

Somando isso com as promoções do tipo "Half Life por 98 centavos", já fazia as pessoas começarem a pensar "Poxa... É legal o CS ali naquela listinha... Já pensou se tivessem outros jogos? Só 98 centavos...". E assim, preços ridiculamente baixos foram fazendo as pessoas brincarem de comprar aqui e ali. Ir testando, ir vendo a biblioteca aumentar...
E quando começaram a aparecer os Bundles, ou melhor... Quando apareceu o Humble Bundle, aquilo sim foi insano... Todos os sites de jogos falando "Que tal tal ter 5 jogos e ESCOLHER quanto você quer pagar?" Eram World of Goo, Aquaria, Gish, Lugaru e Penumbra. E se a pessoa quisesse, ela pagava 1 centavo e tinha isso na lista.

Essas promoçõezinhas foram meio que moldando uma vontade de pagar por jogos. Aquela biblioteca crescendo cada vez mais era algo que se tornava cada vez mais atraente. E isso começou a esquentar loucamente com a vinda dos jogos grátis. A distribuição de keys teve um estouro e as pessoas passaram a querer pegar.

Outra coisa interessante dessa época, é que a cena indie começava a se destacar. Nos video-games elas não tinham vez. Mas no computador, sendo uma plataforma aberta, qualquer pessoa podia criar seu jogo e tacar na internet. E embora a Valve aceitasse indies, ainda assim era uma coisa complicada. Ao menos até 2012, quando veio o Steam Greenlight.

O Steam Greenlight foi algo revolucionário e que impulsionou muitíssimo a criação de jogos indie. Isso porque a Valve abraçou todos os desenvolvedores indie. Você criava seu jogo, pagava R$200 pra Valve, eles viam se não tinha nada ilegal e você podia deixar ele ser votado na plataforma, e se a comunidade votasse positivamente, ele seria exposto para o mundo inteiro. Muitos modders desistiram de fazer e investiram em uma carreira pra criar seus próprios jogos e a vinda das engines gratuitas só facilitava.

É claro que surgiram e ainda continuam surgindo muito lixão de lá pra cá. Mas isso também abriu as portas para os indie brilharem, serem respeitados e desejados. Isso fez com que videogames também quisessem suas fatias e assim se apressaram para abrir para que os jogos indie mais populares pudessem sair pra consoles.

Essa foi também a época do lançamento do Xbox One e Playstation 4, que pela primeira vez era uma geração de consoles em que colocavam o PC como um igual. Inclusive sofreu certas críticas pelos gráficos não terem sido o mesmo estouro que as gerações anteriores. Desde o final da geração do PS3, já se notava que os gráficos do PC estavam tunados demais, mas mesmo com a vida da geração seguinte, a coisa não deu aquele salto que vimos por exemplo do PS1 pro PS2.
Mas essa geração certamente foi a que os consoles ficaram mais parecidos com o PC. A ideia de instalar jogos se tornou super normal, assim como ter uma biblioteca, jogar online, até mesmo mods tentaram arriscar nos consoles. Enquanto na geração PS3 x Xbox 360 o PC era ignorado, pois mal saia os jogos Triplo A, na geração seguinte, toneladas de jogos para PC não saiam para consoles e os Triplo A no geral sempre saiam para PC.

Também começaram a acontecer coisas como sair pra uma das plataformas principais e PC. O hardware dos consoles se mostrou limitado muito mais rapidamente e também rolou uma pressão maior por inovação. Afinal de contas, diferente do público do PC, os fãs de console não iriam querer ficar trocando peças.

Serviços novos foram criados para tentar concorrer melhor, como o Games with Gold, que já seguia o estilo da PS Plus, que foi criada no final da geração do PS3. Mudanças escandalosas surgiram, como a Microsoft decidindo lançar todos os seus serviços pra PC e criando o "Ecossistema Xbox", o que fez muita gente zoar na época e dizer que estava falindo, para depois na prática a coisa encantar muita gente. E as coisas foram mudando...
E em 2020 tivemos a crise dos chips, que ferrou com tudo de tecnologia. A concorrência imensa e a crise econômica mundial fez com que os preços chegassem a valores absurdos. Quando o Playstation 5 e Xbox Series foi lançado, o valor de R$5 mil não deve ter surpreendido tanto assim as pessoas, apesar de caro. 

E se isso parecia ruim para o pessoal do console, para os PC Gamers, a coisa parecia impossível. O preço de uma placa de vídeo facilmente cobria o preço de um PC Gamer completo alguns anos antes. A vinda das criptomoedas ferraram ainda mais a coisa, com pessoas não gamers concorrendo pra comprar placas e poder minerar, deixando tudo ainda mais caro que o normal.
 
E claro que veio a briga do custo/benefício, que no fim das contas boa parte das vezes não eram discussões nada racionais, mas apenas com argumentos simplórios como se a realidade de todo mundo se encaixasse. Em boa parte das vezes ficava claro que eram apenas fanboys de PC e Consoles se rebaixando, mas sem parar pra ver os benefícios e defeitos da outra plataforma.
No PC sempre ficou bem clara a hipocrisia de muitos argumentando sobre os gráficos maravilhosos do PC e como é algo superior ao console, mas sem ter uma máquina adequada. Ou seja, um computador rodando só o bagaço e o cara falando sobre como se deu bem porque sua plataforma consegue muitos fps e resoluções absurdas.
 
A verdade é que assim como a plataforma é super versátil a ponto de rodar um jogo com gráficos horrorosos ou maravilhosos, o seu público também é. Talvez até mais, já que o PC que a pessoa tem não reflete o que ela gosta de jogar e aí vem a piada do garotinho com um monstro de PC, mas rodando Minecraft, ou o cara do PC do bagaço que faz gambiarras pra rodar jogos pesadíssimos.
 
E então um argumento de fãs de consoles, é sobre conseguir uma qualidade visual muito decente e pagar preços muito menores que um computador. Durante a crise dos chips, isso ficou bem mais em evidência. Afinal de contas, com placas de vídeo parrudas ano mercado, gráficos maravilhosos sendo apresentados usando tecnologias únicas no PC, superando consoles da 9ª geração, era algo tentador, mas caro demais... E em uma época de PC Gamers impossíveis, os preços absurdos do PS5 e Xbox Series não ficavam tão mal assim...
Mas a verdade é que são muitas coisas em jogo e não apenas algo simples. Uma pessoa que tem um PC, quer apenas jogar? E os preços dos jogos de console? Valem a pena? Com o passar dos anos, os preços tão mais baixos, foram aumentando cada vez mais e em 2021 a Square Enix oficializou seus preços de lançamentos como R$349, um valor impensável anos antes.
 
E por falar em preços altos, o Nintendo Switch é um exemplo de preços surreais em jogos, mas que também acabou tendo o seu toque único. Tanto que ele nem é muito visto como concorrente, já que é uma experiência diferente, com jogos bem próprios e que obviamente acabou gerando um público diferenciado também. E assim ficou como a opção de "um outro lugar" pra gamers que quisessem sentir outra coisa ao jogar.

O real custo/benefício de algo depende completamente da pessoa. Ela precisa muito pensar no que realmente quer e o que vai encarar a longo prazo, ao invés de simplesmente sair mergulhando no mundo dos fanboys. Videogames é um hobby que precisa de algum investimento em alguma parte para a pessoa usufruir.
Dependendo da situação, a solução pode ser muito mais simples do que parece. Por exemplo, se a pessoa é encantada por jogos indie, ela pode pegar um PC mediano e resolver seus problemas, não precisará investir em um mega PC tunado. Porém a atmosfera envolta em computadores faz muita gente achar que se comprar, tem que ser uma fortuna, e ainda terá que atualizar todo ano, coisa que é uma bela de uma mentira e fora da realidade da maioria.

Da mesma maneira, existem aqueles que ouvem tanto falar da tal superioridade do PC, que vira um ponto cego total a ideia de comprar o console. Às vezes a pessoa quer gráficos bonitos e se divertir, e poderia ter isso com um console, mas do jeito que alguns falam, parece que os consoles são o PS1, que é impossível ter gráficos bonitos ou uma performance bacana. Como se fosse equivalente a jogar em um PC de 2005. E não é assim... Consoles tem obviamente suas limitações, mas conseguem fazer visuais maravilhosos e rodar de forma muito mais fluídas do que diversos PCs.
 
Também é preciso ver o "depois". Afinal de contas, se um argumento é como um PC é caríssimo inicialmente, tem que se lembrar também as vantagens como jogar online de graça, receber jogos grátis toda semana, incluindo vários Triplo A, promoções escandalosamente baratas e etc. Dependendo da pessoa, isso pode valer a pena ou não.
Acredito que o Xbox Series S seja o console de melhor custo/benefício de sua geração. Acho que ele foi inteligentemente projetado, pois uma combinação dele com o serviço Xbox Game Pass, significa que a pessoa só precisava comprar o console, que é muito mais barato que o Xbox Series X e Playstation 5 e pagar a mensalidade pra ter acesso a lançamentos e vários outros jogos.
 
O negócio é que na geração anterior, a Microsoft já tinha feito umas variações dos consoles e ela sabia bem que muita gente só queria jogar as novidades com qualidade e se divertir, sem exigir 4K. E os preços de jogos, especialmente lançamentos, sempre foram caros no console. Além de que se tornou padrão pegar jogos e guardar sem jogar, sendo assim, por que não alugar e ter uma plataforma de preço bem inferior? Ficou perfeito!

Uma outra alternativa que acho fenomenal, são os serviços de streaming. Nesse caso o investimento é a internet da pessoa ser decente, e então é possível ter acesso a maravilhas. Seja pelo Xbox Game Pass Ultimate, que dá acesso ao Xcloud e a pessoa pode jogar de console, PC ruim ou celular. Ou o Game Pass, que a pessoa só precisa ter o programa no PC ou celular, mesmo que sejam bem ruins e ainda assim vão rodar gráficos monstros de jogos direto da biblioteca steam.

Enfim, as coisas não são tão simples como fanboys fazem parecer. O PC monstruosamente caro pode ser substituido por um mediano que vai permitir a pessoa jogar e ainda fazer várias outras coisas como edição, enquanto um console não precisa ser sustentado por compras caras e o dono pode investir pouco e ainda ter acesso a belíssimos gráficos. E pra vocês, qual solução encaixa melhor? Participação nos comentários me fazem ver o interesse em matérias e me incentivam a continuar pessoal.

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