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Detroit: Become Human | Que tal encarar mais de 80 finais nessa narrativa incrível?

E aqui está um jogo que foi um deleite conseguir chegar a ele. Embora eu tenha levado séculos desde que zerei Fahrenheit: Indigo Prophecy  até finalmente ter a oportunidade de jogar o maravilhoso Heavy Rain, e logo em seguida já parti direto para o jogo seguinte da Quantic Dream, Beyond: Two Souls, que mais uma vez deu um grande passo, contratando atores Hollywoodianos de peso. Então o que Detroit: Become Human poderia oferecer a mais? Descobriremos!

A história se passa em 2038, um futuro em que as coisas evoluíram demais, com androides sendo extremamente comuns. Mas isso gerou mudanças bruscas na sociedade, com pessoas revoltadas pela falta de empregos, religiosos que consideram a tecnologia de androides uma abominação e questões sociais em geral como as permissão para robôs jogarem em times de esporte. Isso sem contar com os que ficam autoconscientes, chamados de "Divergentes" e que resolvem matar...
O universo parece ter sido extremamente inspirado na série inglesa "Humans", com uma estética bastante semelhante, e explorando exatamente as mesmas coisas, relacionadas a máquinas que se vestem com roupinhas de um design muito peculiar e servem para agradar aos humanos, mas começam a ter consciência.

É claro que antes disso já tiveram várias outras obras parecidas e que abordam o tema, como "O Segundo Renascer", ou mesmo coisas absurdamente mais antigas como o livro "Eu Robô". Mas essa série em especial, me pareceu praticamente o mesmo universo, ainda mais que a Quantic Dream é francesa e está ali do ladinho. Sendo assim, se você assistiu, deve se sentir em casa nesse jogo.
Normalmente eu não começo falando disso, mas tenho que dizer... O gráfico desse jogo é surreal! Simplesmente lindo demais! A Quantic Dream se superou demais no trabalho que fez, apresentando ambientes absurdos de se ver. As expressões faciais mostradas e todo o ambiente dão uma imersão simplesmente maravilhosa.

É aquele tipo de jogo que quando a câmera se aproxima do rosto, você fica encantado em ver os detalhes e como aparenta ser algo vivo. Ao mesmo tempo, quando se está em algum lugar aberto, você olha bem distante a quantidade de detalhes, com lugares super cheios de pequenas coisas que com certeza são capazes de fazer alguns computadores suarem muito. A empresa já fazia isso antes pra criar o ambiente cinematográfico, mas a diferença é que aqui eles tinham disponíveis um visual que ia bem além dos títulos anteriores.
Em especial os ambientes noturnos têm visuais absurdamente bonitos. Sinceramente, não lembro de ter jogado algo antes desse que tenha sido tão bonito. Mas obviamente isso é graças ao fato de que os ambientes são limitados. Por mais que você tenha alguns locais mais abertos ou possa enxergar a cidade distante, é fácil ver que você está preso.

Felizmente eles voltaram atrás com os controles de Heavy Rain e abandonaram os controles horrorosos de Beyond Two Souls. Sendo assim, para fazer movimentações, você precisa segurar o mouse e clicar, mexer, fazer símbolos e etc. Todos representando coisas como pegar algo no chão ou abrir uma porta. Isso ajuda bastante a fazer coisas de maneira mais clara.
Como os seus personagens são androides, também é possível segurar o botão direito do mouse e fazer análise do ambiente. Com ela, você pode observar objetivos, a distância e receber informações sobre o que precisa fazer, tanto os objetivos principais, como os opcionais. Em algumas situações é possível fazer a análise de determinados itens.
 
Em alguns momentos estão presentes algumas mecânicas de escolha de movimentação bem empolgantes e que é uma pena serem apenas momentâneas. Nelas você pode observar e calcular a chance de certos movimentos darem certo. E assim você vai olhando várias partes do cenário e simulando pra ver se consegue.
Uma outra mecânica bem interessante, que muito provavelmente Watch Dogs Legion e Cyberpunk 2077 copiaram, é a possibilidade de refazer acontecimentos. Aqui você pode ver um vídeo 3D e em certos momentos analisar determinados objetos do cenário para identificar o que rolou ali. Talvez uma inspiração tenha sido uma mecânica semelhante que tinha em Remember Me.

Infelizmente esse foi o primeiro jogo da Quantic Dream que enfrentei tantos bugs. Chega até a ser irônico, levando em consideração que é um jogo sobre androides bugados. Mas aqui, eu vi coisas demais... Desde coisas que não interferem, como personagens agindo de maneira meio macabra até coisas que realmente atrapalhavam, como os controles não aparecerem ou o cenário sumir e eu cair fora dele.
Novamente temos dublagem em português, e simplesmente muito elegante. O fato do jogo ter todo um estilo de alto nível, com visual fantástico e baita narrativa faz com que a dublagem torne algo muito imersivo. Naturalmente, digo isso para quem não tem problemas com dublagem. Achei as escolhas muito boas e a quantidade de conteúdo como jornais ou manifestantes falando fazem tudo ficar bem imersivo.
 
A liberdade do jogo é surreal. Existem vários jogos que são como evolução do gênero point and click, tipo Road 96, no entanto um grande problema de obras do tipo, é que por mais que tenham múltiplos finais, existe uma forte sensação de que os acontecimentos dentro do jogo sejam limitadas Mas em Detroit eu realmente pude ver a grandiosidade que as escolhas afetavam. Pra terem uma ideia, eu matei a linha temporal inteira de duas personagens, porque eu queria ver se elas morriam, e bom... Elas realmente bateram as botas e nunca mais se ouviu falar sobre.
Eu vi que o jogo tem em média 40 finais diferentes, sendo que se você considerar pequenas variações nesses finais, o número aumenta para 85! Então realmente as coisas podem ser guiadas para um nível completamente diferente. Isso te deixa super tentado para dar uma olhada novamente e com certeza esse entrou na minha lista para jogar de novo no futuro e escolher personalidades diferentes para meus personagens.

Infelizmente, enquanto se tem uma liberdade narrativa imensa, a liberdade nos cenários é limitada demais, chegando a coisas feias como paredes invisíveis. Esse é o tipo de jogo que seria uma delícia se tivesse cenários mais abertos para explorar o universo. E não acho que seria tão difícil, existe um grande problema de você apertar o botão e já ver onde está o objeto que precisa de interação. Alguns cenários a coisa fica bem certinha, com controles sólidos, mas que basicamente é um "vá até ali e clique pra interagir".
O universo do jogo é extremamente vivo. Frequentemente pessoas conversam na  rua sobre acontecimentos, jornais dão as notícias na TV e revistas mostram os mais variados tipos de tendências. Essas combinações te fazem sentir que as coisas estão acontecendo e as suas escolhas muitas vezes fazem as notícias mudarem e as conversas de rua serem outras.
 
Também não posso deixar de falar do menu, em que aparece uma androide que te recebe e é super interativa. Ela fala frequentemente, seja sobre o que você escolheu no jogo, seja curiosidades do dia, ou mesmo piadas como "Eu... Eu acabei de detectar um erro no seu jogo... É brincadeira!". Eu sei que o jogo inteiro foi inspirado pela tech demo Kara, mas sinto essa conexão especialmente no menu.

Enfim, tá aí um jogo maravilhoso para quem gosta de histórias. Sem dúvidas a narrativa e consegue brilhar com tudo nas opções dadas ao jogador, mas também tem vários pontos interessantes, como o gráfico absurdamente lindo. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.

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