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Road 96 | Uma jornada através dos anos 90 alternativos

Quando vi esse jogo, me atrai, mas logo desconfiei da proposta que parecia grandiosa demais, apresentando uma grande quantidade de possibilidades e uma estrada onde tudo pode acontecer, fazendo com que suas escolhas afetem frequentemente a jornada e trazendo toda aquela nostalgia dos anos 90, indo desde as boas lembranças do mundo dos arcades até a simplicidade da época. E no fim realmente não é tão cheio de escolhas como o marketing faz parecer, porém ainda assim continua sendo um ótimo jogo.

A história se passa em uma realidade alternativa no ano de 1996 em um país fictício chamado Petria, onde está rolando eleições e o lugar está em caos. Uma série de desaparecimentos de jovens está rolando por todo o país, um grupo terrorista conhecido como Black Brigade ameaça fazer algo grandioso semelhante a um atentado de dez anos antes, um serial killer vaga pelas estradas e dois assaltantes aterrorizam lojistas. Você é um jovem que viaja pela estrada 96, na tentativa de fugir de Petria e conseguir um futuro melhor.
Esse é um jogo que se passa em episódios, sendo que cada um deles é um jovem diferente e é dividido em diversos capítulos, sendo que cada capítulo é uma parada em algum lugar diferente. Ou seja, não é um jogo aberto em uma estrada, mas sim ambientes de beira de estrada como lanchonetes, hotéis, postos de gasolina e mais.

As coisas que acontecem no capítulo afetam os futuros tanto do personagem atual como os que vierem nos próximos episódios. Então você conhece personagens e faz coisas que depois são citadas ou você percebe que realmente contam como ligação, seja algo sendo citado na TV antes de um episódio começar, seja boatos enter NPC's de beira de estrada.
O jogo é bastante narrativo, apesar da frequência de opções. Você tem uma quantidade limitada de dinheiro e energia que usa da forma que achar mais adequada. Gasta energia fazendo coisas que exigem mais esforço, e dinheiro você ganha de várias maneiras, desde apostas até roubo, trabalho, dinheiro encontrado, etc.
 
Cada lugar tem uma mini história relacionada ao universo do jogo, sejam as eleições, o psicopata da estrada, a repórter que cobre os acontecimentos, entre outros personagens que você encontra. São vários com suas próprias histórias e às vezes você os encontra em um lugar e depois com outro personagem em um local completamente diferente e em outra situação.
São histórias como uma festa no meio do nada onde uma famosa está sendo observada por um cara extremamente suspeito, uma perseguição em que você está em um caminhão e precisa atirar nos perseguidores, um assalto a um banco em que você é obrigado a ajudar os assaltantes e oferecer detalhes sobre o sistema de segurança e etc.

O jogo cria aquele climinha aconchegante de uma vida árdua, porém cheia de beleza. Então você vaga pelo lugar e tem momentos maravilhosos com belas músicas, gerando aquela sensação de calma e paz que alguns simuladores de andar como Dear Esther trazem, porém também traz também momentos de tensão maravilhosos, como estar sozinho no meio do nada e um carro ameaçador passa e para lá na frente.
 
O fato de se passar nos anos 90 e ser em ambientes belos, traz um toque bem próprio tanto com a nostalgia de explorar esse ambiente, como tantos jogos vá fizeram (tipo The Friends of Ringo Ishikawa e Yuppie Pscho) quanto oferecer cenários que dão vontade de ficar olhando, seja o deserto lá fora, seja a maravilha do céu.

Os gráficos do jogo usam um estilo cartunesco em 3D. Existe quem goste e quem ache horrível, mas é algo que me agradou bastante, ainda mais que os cenários são bem robustos. Só me incomodou mesmo a parede invisível na estrada e limites do cenário, o que deixa claro que você está dentro de um quadradão bem detalhado.
Os personagens que você controla têm diferentes finais. Pode ser que consiga chegar ao final da estrada e arrumar um jeito de atravessar a fronteira, seja pagando alguém, seja se escondendo em um caminhão ou usando outra artimanha, mas também é possível ser preso ou até mesmo morto por fazer as escolhas erradas.

Existe muito o toque de interpretação de personagem e quando joguei em live, estava escolhendo as personalidades de cada um. Às vezes eu era o bonzinho e só dava respostas legais, outras eu era o espertalhão, outras eu queria criar o caos, e assim ia... Fazia uma mescla e isso gerou uma bela de uma diversão para quem assistia, com coisas super inusitadas acontecendo.
Existem várias opções dentro de cada ambiente, inclusive portas que você não conseguiu abrir e itens que você perdeu a oportunidade de usar. Isso aumenta muito a jogabilidade do jogo. Apesar de tudo é notável que existem suas limitações, com paredes invisíveis dentro do cenário, algumas frases que não importa o que responda, dará na mesma e de vez em quando a sensação de você estar muito amarrado a uma narrativa, apesar de que realmente é possível morrer no jogo.

O mundo criador é focado em parecer vivo e portanto você vê as coisas tanto direta quanto indiretamente. Por exemplo, todo episódio começa com um programa de TV com uma apresentadora chamada Sônia, que fala sobre acontecimentos do mundo e ela finaliza mostrando três personagens desaparecidos, essa é a seleção de personagem, as fichas incluem idade, dinheiro, energia e distância da fronteira, ao escolher, a voz da Sônia vai ficando distante enquanto um mapa vai surgindo e você começa o episódio.
Mas essa mesma Sônia pode ser encontrada às vezes, seja fazendo a cobertura de algum evento que está acontecendo, seja uma das pessoas com problemas na beira da estrada. Dependendo do que você fizer com os personagens, as coisas podem ficar diferentes pra eles depois. A política é algo forte e você tem que ver em quem vão votar e assim saberá como agir mais ou menos, e também é possível usar conhecimentos prévios sobre certos NPC's para ver as reações deles a determinadas ações suas.

Ao terminar um capítulo, você pode seguir estrada a pé, que vai gastar energia, pegando carona, que você não sabe se a pessoa é perigosa, pegando um táxi, que você tem que pagar, pegando um ônibus, que você terá que pagar e pode conhecer pessoas novas dentro, roubando um veículo, que exige sorte ou habilidade. Cada um desses modos pode gerar um capítulo novo na história.
Os episódios de estrada são curiosos, podem envolver você no meio de uma treta em uma van, pegar carona com gente ameaçadora, conversas com um casal de atitudes esquisitas, a solidão e perigo da estrada a pé ou mesmo ser assaltado enquanto dirige um carro. Algumas formas são mais seguras que outras, porém mais caras.
Enfim, Road 96 é um ótimo jogo. É notável que tem sim limitações e não é tão aberto, mas tem uma narrativa gostosa e uma história interessante de se ver em que você sente o mundo realmente vivo e não apenas sua história acontecendo. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.

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