É bem comum se ouvir o termo "Triplo A" por aí e muita gente tem uma ideia mais ou menos do que é, relaciona rapidamente a ser o "Cinco Estrelas" do Mundo dos Jogos, mas não sabe exatamente o que o define como Triplo A e pode acabar gerando certos problemas ao usar essa nomenclatura para jogos que gosta muito, o que acaba sendo errado e a coisa é bem mais profunda e existe uma imensa variação, indo desde jogos indie fabulosos e complexos até mesmo com jogos caros e horrorosos. Então resolvi criar essa postagem para falar sobre o assunto de uma forma mais específica.
Jogos A
Também conhecido como "Single A", não são jogos de má qualidade como podem parecer. Na verdade, dependendo do que for, pode ser que esse tipo de jogo seja exatamente o que mais se destaca no quesito qualidade. O motivo é que são jogos feitos sem se ter orçamento e enquanto isso faz com que alguns desenvolvedores não liguem nem um pouco e criem aquelas tosqueiras que todos conhecem, é também o que empolga muitos a se esforçarem ao seu limite, pois sabem que vão precisar de algo diferente para conseguirem algum destaque.
Existe uma enorme variedade em Jogos A e enquanto a maioria é um mar de lixo exatamente porque basta fazer um jogo pra já entrar nessa classificação, é também onde estão os indie que nasceram de fortes sonhos como vimos em Indie Game: The Movie, que apresenta desenvolvedores solitários ou duplas que fizeram jogos que conquistaram a indústria e se tornaram extremamente populares, mudando a vida dos criadores.
A maioria dos Jogos A são em 2D, especialmente por causa de engines facílimas para esse público, como é o caso do clássico RPG Maker, no entanto isso não quer dizer que não existam jogos 3D no gênero, ainda mais pelo fato de que temos também engines com suporte 3D, como é o caso da Unity, mas no desespero de fazer algo rápido ou apenas testar as habilidades, o 2D acaba sendo uma opção que gera obras rápidas.
Mas não dá pra dizer que todos os jogos indie são A e isso acontece porque a indústria mudou muito, com a abertura da steam para o mercado indie e a valorização dos consumidores por esse tipo de jogo, empresas grandes começaram a publicar ou adquirir jogos indie. Um exemplo cabuloso é Minecraft, que nasceu sendo criado por um cara, com gráficos quadrados e que virou um dos jogos mais vendidos do mundo, adquirido pela Microsoft e com investimentos monstros. Hoje não dá mais pra chamar ele de jogo indie.
É nessa categoria também que estão os desenvolvedores que acabam virando modders, pois ao invés de fazerem todo um esforço pra criar algo do zero, por que não pegar algo bom e melhorar? Coisas como Evacuation, que retorna ao mundo de Half-Life 2, podem ser surpresas maravilhosas. Isso sem contar que tem mods que são tão absurdamente bem feitos, que se tornam jogos independentes, como Cry of Fear. E tem vezes inclusive que dão um salto e o que era menos que um Single A, às vezes pula pra outro nível por uma empresa grande comprar, como foi o caso de Dota 2, Counter Strike, Team Fortress... Todos jogos que nasceram como mods.
Por um lado, tem alguns jogos que são obviamente"A" e você nota só de olhar, como Subway Surfers de Terror, que nem os direitos autorais o criador tem, ou Conquer Humanity, feito por um cara em homenagem à série The Boys. Mas por outro lado tem obras indie Single A que estão exatamente na extremidade e se confunde, sendo um pouco difícil de dizer se são ou não Duplo A, como Garten of Banban, que apesar de gratuito, foi produzido para divulgar a sequência, Garten of Banban 2.
Jogos AA
Também conhecidos como "Duplo A" ou "Double A", esses são jogos que já têm uma produção mais séria. Enquanto nos jogos A qualquer um faz, nos jogos Duplo A é muito comum se ter uma empresa, mas não uma gigante como a Square Enix ou a Capcom. Uma empresa com recursos limitados. Essa empresa pode já ter um certo nome no mercado, mas não é incomum as que surgem do nada focadas em fazer um jogo. Nesse último caso, não é como as empresas indie de "Jogos A" que surgem só para se ter um nome e apesar dos responsáveis às vezes não terem dinheiro também, se diferenciam pela presença da união de vários profissionais que já sabem o que estão fazendo e comprometidos em usar suas habilidades pra criar um jogo sem ter recursos.
Ou seja, se você pegar um monte de profissionais que entendem de um assunto, eles podem fazer um jogo, mas agora se você pega um monte de veteranos em jogos Triplo A e coloca para fazerem algo, eles podem até não ter dinheiro, mas são capazes de fazer algo realmente maravilhoso e de outro nível. Um bom exemplo é Mortal Shell, que se destaca em muitos aspectos, mas que é um jogo minúsculo e têm suas limitações.
Ou seja, se você pegar um monte de profissionais que entendem de um assunto, eles podem fazer um jogo, mas agora se você pega um monte de veteranos em jogos Triplo A e coloca para fazerem algo, eles podem até não ter dinheiro, mas são capazes de fazer algo realmente maravilhoso e de outro nível. Um bom exemplo é Mortal Shell, que se destaca em muitos aspectos, mas que é um jogo minúsculo e têm suas limitações.
Inclusive esse quesito de veteranos fazendo Duplo A é uma característica que acaba se destacando muito especialmente porque é bastante comum esse tipo de jogo se esforçar demais pra parecer um Triplo A, seja pela empresa por trás que foca muito nos gráficos e atrai pessoas exatamente pelo quesito visual ou pelos profissionais, que dão o máximo de si para fazerem o melhor possível sem estarem sendo pagos adequadamente porque têm esperanças de que é um investimento para que sua empresa cresça.
E claro, além do meio, existem duas extremidades pra esses tipos de jogos, eles podem estar mais próximos de um jogo Single A, sendo tão fracos que você só nota que não são Single A porque têm algumas coisinhas aqui e ali que obviamente precisou de um investimento a mais, seja uma trilha sonora de qualidade, seja uma dublagem com muitas falas e suporte a múltiplos idiomas. E a outra extremidade é próxima dos Triplo A, que você percebe que são jogos magníficos, mas que você percebe que tem alguma coisinha faltando ali e que não dá pra por do lado de um jogo da Blizzard.
Além das duas extremidades, também tem dois lados dos Duplo A no meio. Podem ser jogos bem dignos, tipo aqueles indie bonitinhos, bem feitos, com mecânicas bem elaboradas, trilha sonora legal e tudo mais, mas que você sabe que a grana nunca chegará perto de um The Witcher 3 da vida, por mais que seja um jogo bem feito e que você pode até considerar melhor. Por outro lado tem jogos que focam muito no visual, eles têm visual de Triplo A, gráficos fantásticos, mas ao jogar, você percebe que são completamente limitados em sua jogabilidade e bate aquele sufoco. Esses jogos costumam ter trailers fenomenais e muitas vezes histórias maravilhosas. Suas vendas são bem rápidas, pois logo começam a descer o cacete, então focam bastante no marketing pra pegarem a grana que conseguirem no lançamento.
Existem também os Duplo A criados por estúdios famosos, porém sem o orçamento bancado por uma produtora. Lembrando que os estúdios e as produtoras são coisas diferentes. Um estúdio pode ou não pertencer a uma produtora. Eles costumam ser contratados por produtoras para fazer um determinado jogo e é essa mesma produtora que banca parte da coisa, seja a distribuição obra completa (incluindo os salários), seja um marketing pesado (Pode não parecer nada demais, mas o marketing de The Witcher 3, que é Triplo A, por exemplo, foi maior que o preço do desenvolvimento do jogo). Essa parceria dá uma folga para a equipe criativa, mas normalmente a franquia pertence à produtora. Veja o Kojima e Metal Gear, ele é associado como o criador da franquia, mas ela é da Konami, ele foi demitido e não pôde mais fazer nada com a franquia, mesmo sendo o "rosto" de Metal Gear.
É comum fazerem isso para tentar ficar independentes, às vezes eles têm grana o suficiente para fazer um Triplo A, mas nem sempre. Um exemplo é Hellblade, da Ninja Theory. Gráfico maravilhoso, história incrível, atmosfera fantástica e jogabilidade com seus toques próprios. Foi um sucesso, mas é notável que tem suas limitações.
Os conhecidos "Triplo A" ou "Triple A" são os mais fáceis de se diferenciar, isso porque os Single A cresceram demais em qualidade com a liberação de engines gratuitas, fazendo com que se confundissem com os Double A. Agora os Triplo A não tem muito erro, são aqueles jogos cabulosos de caros, feitos por grandes empresas e que em grande parte das vezes tentam fazer gráficos o mais perto da realidade possível. De FIFA 23 a Elden Ring e God of War Ragnarok.
E claro, além do meio, existem duas extremidades pra esses tipos de jogos, eles podem estar mais próximos de um jogo Single A, sendo tão fracos que você só nota que não são Single A porque têm algumas coisinhas aqui e ali que obviamente precisou de um investimento a mais, seja uma trilha sonora de qualidade, seja uma dublagem com muitas falas e suporte a múltiplos idiomas. E a outra extremidade é próxima dos Triplo A, que você percebe que são jogos magníficos, mas que você percebe que tem alguma coisinha faltando ali e que não dá pra por do lado de um jogo da Blizzard.
Além das duas extremidades, também tem dois lados dos Duplo A no meio. Podem ser jogos bem dignos, tipo aqueles indie bonitinhos, bem feitos, com mecânicas bem elaboradas, trilha sonora legal e tudo mais, mas que você sabe que a grana nunca chegará perto de um The Witcher 3 da vida, por mais que seja um jogo bem feito e que você pode até considerar melhor. Por outro lado tem jogos que focam muito no visual, eles têm visual de Triplo A, gráficos fantásticos, mas ao jogar, você percebe que são completamente limitados em sua jogabilidade e bate aquele sufoco. Esses jogos costumam ter trailers fenomenais e muitas vezes histórias maravilhosas. Suas vendas são bem rápidas, pois logo começam a descer o cacete, então focam bastante no marketing pra pegarem a grana que conseguirem no lançamento.
Existem também os Duplo A criados por estúdios famosos, porém sem o orçamento bancado por uma produtora. Lembrando que os estúdios e as produtoras são coisas diferentes. Um estúdio pode ou não pertencer a uma produtora. Eles costumam ser contratados por produtoras para fazer um determinado jogo e é essa mesma produtora que banca parte da coisa, seja a distribuição obra completa (incluindo os salários), seja um marketing pesado (Pode não parecer nada demais, mas o marketing de The Witcher 3, que é Triplo A, por exemplo, foi maior que o preço do desenvolvimento do jogo). Essa parceria dá uma folga para a equipe criativa, mas normalmente a franquia pertence à produtora. Veja o Kojima e Metal Gear, ele é associado como o criador da franquia, mas ela é da Konami, ele foi demitido e não pôde mais fazer nada com a franquia, mesmo sendo o "rosto" de Metal Gear.
É comum fazerem isso para tentar ficar independentes, às vezes eles têm grana o suficiente para fazer um Triplo A, mas nem sempre. Um exemplo é Hellblade, da Ninja Theory. Gráfico maravilhoso, história incrível, atmosfera fantástica e jogabilidade com seus toques próprios. Foi um sucesso, mas é notável que tem suas limitações.
Jogos AAA
Um marketing extremamente forte usado nos Duplo A são "Estamos fazendo um jogo com qualidade de Triplo A". Isso é usado especialmente quando são equipes compostas por veteranos, no entanto não quer dizer que vá realmente acontecer isso. Muitas vezes estúdios podem ir em busca da sua independência para lançar jogos AAA fazendo parcerias com produtoras. Por exemplo a Kojima Productions com Death Stranding e a a Remedy com Control. Ambas usaram a 505 Games como produtora, mas são donas das franquias e lançaram Triplo A.
Mas claro, isso tem literalmente um preço a se pagar... Um exemplo é a desenvolvedora Arc System Works, , que lançou Guilty Gear -Strive- de forma independente, usando toda sua experiência e com preço muito mais em conta, mas a coisa muda muito com DNF Duel, que tem duas produtoras, NEOPLE Inc. e NEXON Korea Corp, e DRAGON BALL FighterZ que a Bandai Namco distribui, esses dois títulos não independentes ficaram aquele precinho de Triplo A que tanto conhecemos.
Esse tipo de jogo está na casa dos milhões de dólares e investimento, equipes gigantescas que bem frequentemente passam dos 100 trabalhadores e às vezes até tem múltiplos estúdios, cada um trabalhando em um aspecto da coisa,tipo movimentação, inteligência artificial, multiplayer, e assim vai.
Franquias e estúdios conhecidos não são exatamente garantia de Triplo A, é algo que realmente está focado no investimento feito. Então Assassin's Creed Odyssey é Triplo A, agora Assassin's Creed Chronicles Russia é Duplo A, pois mesmo tendo o nome da franquia e sendo bem feito, nunca vai chegar perto do orçamento de um jogo da saga principal.
Normalmente não existem jogos indie Triplo A, a não ser "anomalias" como Minecraft, que nasceu indie e recebeu uma injeção monstruosa de dinheiro quando a Mojang Studios foi comprada pela Microsoft, e assim o que era um jogo indie pra Windows, que nunca saiu na Steam, de repente ficou disponível pra macOS, Linux, Android, iOS, iPadOS, Xbox 360, Raspberry Pi, Windows Phone, PlayStation 3, Fire OS, PlayStation 4, Microsoft Xbox One, Xbox Series S e X, PlayStation Vita, Nintendo Wii U, Apple TV, tvOS, Nintendo Switch, New Nintendo 3DS e provavelmente uma penca de outras plataformas de consoles portáteis a consoles de mesa. É até estranho entrar na Playstation Network e tá uma obra tão forte da Microsoft lá. Mas isso é completamente incomum algo assim rolar. É normal empresas adquirirem franquias indie ou estúdios inteiros, mas na maioria das vezes eles no máximo sobem para Duplo A (isso se já não forem).
Jogos AAAA
O termo é aplicado para jogos que parecem ser o híbrido entre o que se tem de melhor em um Single A e um Triple A. Isso porque enquanto existem Single A inovadores que servem de combustíveis para a indústria e que aplicam mecânicas que se popularizam e vão subindo de nível, os Triple A são onde a grana está. Então um Quadruple A é a mistura entre um jogo de preços astronômicos e ousado o suficiente para aplicar mecânicas inovadoras.
O negócio é que a indústria dos Triplo A chegou a um padrão em que ficou muito fácil ver jogos parecendo evoluir apenas graficamente. As franquias anuais se tornaram populares, o mesmo jogo todo ano em um ambiente diferente, mas com as mesmas mecânicas adaptadas. Ironicamente a própria Ubisoft (dona de Beyond Good & Evil) é dona de Far Cry, Assassin's Creed e Watch Dogs, que são franquias extremamente semelhantes em suas mecânicas e que mostram bem o quanto um Triplo A pode ser igual ao que já foi visto.
Então o termo acabou se encaixando em alguns poucos títulos e gerando expectativa para outros antes de serem lançados, isso por terem "cara de AAAA", graças às promessas presentes, como foi o caso de Cyberpunk 2077, que foi taxado assim antes do lançamento por ser absurdamente caro e cheio de promessas de muitas possibilidades, além de uma alta expectativa graças ao The Witcher 3, último jogo grande da CD Projekt Red antes dele. No entanto, apesar da grandiosidade do projeto, faltou elementos inovadores (tem muitos elementos, mas nada novo), somando isso com seu lançamento turbulento acabou embaçando a imagem de Quádruplo A e se encaixando mais como um Triplo A mesmo, um jogo caríssimo, mas sem inovações.
Mais pra frente a própria Ubisoft acabou lançando Skull and Bones e o classificando abertamente como quádruplo A, dizendo que essa era a explicação para o preço do jogo ser tão caro. Porém com isso também veio o peso da cobrança. Apesar de muitos jogadores terem gostado, a nota no Metacritic e Steam mostra que teve uma certa revolta em cima do título, com exigência de que o game oferecesse mais. Além das acusações de que usaram essa nomenclatura como desculpa pra cobrar mais sem oferecer nada real que um Triplo A não tem. Embora empresas possam classificar seus jogos como AAAA, tipo a Ubisoft, que classificou Far Cry 6 assim, muitos jogadores veem a coisa apenas como teórica, não classificando nenhum game como merecedor disso, e afirmando que é puro marketing.
Enfim, essas são as diferenças, lembrando que nenhuma das categorias quer dizer que o jogo é bom ou ruim. Lembrando também que o valor da produção é referente à sua geração. Então não adianta pegar o Super Mario Bros pra Nintendo Entertainment System (NES), ou mesmo um jogo caro de Playstation 2 e classificar como um A só porque hoje um indie conseguiria refazer ele, sendo que precisou de grana de um AAA pra ser lançado com a tecnologia disponível na época. O tempo passa, engines evoluem e jogos ficam mais baratos, mas uma vez classificados, precisam ser colocados de acordo com sua época e a evolução dos videogames. E aí, vocês recomendam que jogos bons de cada classe?
@nerdmaldito Games quádruplo A são um tipo de jogo marcado por seu orçamento que consegue superar o Triplo A. Nesse vídeo eu faço sobre as classificações de games. Você pode ver mais detalhes procurando por "quádruplo A" na busca de nerdmaldito.com #Videogames #Gamer #QuádruploA #TriploA #Gaming #Ubisoft #Rockstar #Playstation #Xbox #PCGamer #Nintendo #SkullAndBones #beyondgoodandevil2 veja também meu vídeo sobre tramas em j@Nerd Maldito ♬ Motivation Song - Nciv GK
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