Esse é um filme que assisti da forma errada e receio que muita gente também, isso porque vi logo após Hereditário, e como é o segundo longa-metragem do mesmo diretor Ari Aster, vindo um ano depois, também com uma proposta de essência macabra, foi um caso da expectativa matar a diversão. Isso porque é um filme maravilhoso, bem detalhado, cheio de metáforas e coisas escondidas, ótima fotografia e diálogos, mas... Eu esperava algo diferente do que é, o resultado foi uma decepção que vejo que foi injusta. Porém indo assistir sem esperar nada, é certeza que consegue marcar muito fãs de terror elegante!
A história apresenta Dani, uma estudante de psicologia que perdeu a família inteira de forma traumática, se prende completamente ao namorado Christian. Por outro lado, o namorado é completamente desconectado dela e vai viajar para a Suécia com os amigos, para conhecer uma comunidade religiosa pequena chamada Hårga, que estão prestes a realizar um ritual de verão que é feito a cada 90 anos.
Realmente existe o ritual chamado Midsommar (significa Meio do Verão) na Suécia, que significa Solstício de Verão e é uma celebração que acontece entre 19 e 25 de junho, sendo algo mais ou menos equivalente à nossa Festa Junina e nos dias em que a luz do sol mais dura, sendo quase 18 horas cada dia. É uma celebração pagã que foi adotada pelo cristianismo para a população local adotar melhor a religião.
Apesar de tudo, foram adicionados elementos macabros à coisa para montar a mitologia do filme. Então há elementos da cultura nórdica como runas e uma mistura de rituais próprios para a aldeia onde se passa. A essência da coisa é de algo belo, um grande verão sem noite com hippies vivendo em harmonia com a natureza e vendo beleza, mas também tendo rituais pesadíssimos e sua tradição.
Bom, acho que o maior "problema" do filme no fim das contas é não ser Hereditário 2, e boa parte das pessoas acaba indo com essa expectativa. Somando isso com o tanto que o povo é dramático, fica fácil dizer coisas como "É o pior filme que já vi na minha vida!" ou "Eu até dormi de tão horrível que era!". Claro que obviamente a pessoa pode sim achar horrível de verdade, mas é notável que é um filme elegante, com um esforço pra desenvolvimento, não é uma gritaria na floresta com Satanás correndo atrás como a maioria dos filmes de terror.
Acho que Midsommar é para Hereditário o que Suspiria é para Phenomena. Digo isso porque Midsommar é algo mais belo, voltado para um estilo com um toque de conto de fadas. Aquela atmosfera bela, porém um tanto surreal. Não é para se ver o horror em sua mais pura forma, mas sim o medo que se esconde atrás de algo muito lindo.
A ideia por si só é ótima, pois acaba sendo ousada, já que é naturalmente difícil criar uma atmosfera de medo em algo muito luminoso. E aqui a forma que o diretor lida com isso é colocando aquele climinha intrigante, pois você sente o perigo o tempo todo. Porém algo bem bacana também é que os membros da comunidade não ficam bancando os malvados, nem nada. Você realmente vê que eles falam com todo o coração.
Ou seja, a atmosfera não é daquele tipo Far Cry 5, que é benéfico, porém todo mundo armado e facilmente irado. Aqui você vê coisas um tanto perturbadoras, mas que os membros fazem com toda naturalidade e tentam acalmar os personagens. Além disso o uso de drogas gera aquele climinha de "Será que é real ou não?". Isso porque eles têm as crenças deles e envolve sim muita coisa mística, inclusive feitiços. E aparecem coisas sobrenaturais, mas será que são mesmo? Ou será a penca de drogas que usam?
A fotografia do filme é muito bonita mesmo. Cria aquela atmosfera de pureza, tudo muito claro, envolvendo flores, todo mundo de branco, um vasto gramado. Aquele climinha realmente bem gostoso, mas que ao mesmo tempo deixa quem assiste bem atento, pois dá pra notar o tempo todo que o perigo está nesse lugar, não é apenas beleza, é algo que está escondido por trás de tudo.
A narrativa dos personagens é bastante semelhante a contos de fada mesmo. O namorado da protagonista consegue ser um personagem absurdamente irritante. As coisas são colocadas de maneira muito escrachada na maneira dele agir. Uma pessoa que não está nem aí, que sinceramente me deixou um tanto irritado, com tão babaca que é o personagem, e os outros personagens também têm características fortes, como Dani, que é apegada a ele de maneira nada saudável, ou os amigos que têm dois lados, mostrando formas de pensar opostas para o casal.
Esse não é um filme de gritaria, é mais para a sensação de impotência diante de algo muito maior. Existe um certo gore apelativo em alguns momentos, mas são cenas concentradas. Não é aquele tipo de coisa que aparece o tempo todo. De repente acontece algo meio cabuloso que pode dar um certo incômodo pela bizarrice.
Enfim, é um filme que gostei muito, que assumo que não é pra qualquer pessoa, mas que pra quem for assistir, tem que ir preparado do jeito certo, que é esquecendo Hereditário e esperando aquele tipo de horror mais artísticos. É preciso prestar atenção nos detalhes e também o tipo de filme que você vai dar uma lidinha em detalhes ao acabar. A propósito, adorei o slogan "O mal não espera a noite". Recomendo! Tá disponível no Amazon Prime.
Bom, acho que o maior "problema" do filme no fim das contas é não ser Hereditário 2, e boa parte das pessoas acaba indo com essa expectativa. Somando isso com o tanto que o povo é dramático, fica fácil dizer coisas como "É o pior filme que já vi na minha vida!" ou "Eu até dormi de tão horrível que era!". Claro que obviamente a pessoa pode sim achar horrível de verdade, mas é notável que é um filme elegante, com um esforço pra desenvolvimento, não é uma gritaria na floresta com Satanás correndo atrás como a maioria dos filmes de terror.
Acho que Midsommar é para Hereditário o que Suspiria é para Phenomena. Digo isso porque Midsommar é algo mais belo, voltado para um estilo com um toque de conto de fadas. Aquela atmosfera bela, porém um tanto surreal. Não é para se ver o horror em sua mais pura forma, mas sim o medo que se esconde atrás de algo muito lindo.
A ideia por si só é ótima, pois acaba sendo ousada, já que é naturalmente difícil criar uma atmosfera de medo em algo muito luminoso. E aqui a forma que o diretor lida com isso é colocando aquele climinha intrigante, pois você sente o perigo o tempo todo. Porém algo bem bacana também é que os membros da comunidade não ficam bancando os malvados, nem nada. Você realmente vê que eles falam com todo o coração.
Ou seja, a atmosfera não é daquele tipo Far Cry 5, que é benéfico, porém todo mundo armado e facilmente irado. Aqui você vê coisas um tanto perturbadoras, mas que os membros fazem com toda naturalidade e tentam acalmar os personagens. Além disso o uso de drogas gera aquele climinha de "Será que é real ou não?". Isso porque eles têm as crenças deles e envolve sim muita coisa mística, inclusive feitiços. E aparecem coisas sobrenaturais, mas será que são mesmo? Ou será a penca de drogas que usam?
A fotografia do filme é muito bonita mesmo. Cria aquela atmosfera de pureza, tudo muito claro, envolvendo flores, todo mundo de branco, um vasto gramado. Aquele climinha realmente bem gostoso, mas que ao mesmo tempo deixa quem assiste bem atento, pois dá pra notar o tempo todo que o perigo está nesse lugar, não é apenas beleza, é algo que está escondido por trás de tudo.
A narrativa dos personagens é bastante semelhante a contos de fada mesmo. O namorado da protagonista consegue ser um personagem absurdamente irritante. As coisas são colocadas de maneira muito escrachada na maneira dele agir. Uma pessoa que não está nem aí, que sinceramente me deixou um tanto irritado, com tão babaca que é o personagem, e os outros personagens também têm características fortes, como Dani, que é apegada a ele de maneira nada saudável, ou os amigos que têm dois lados, mostrando formas de pensar opostas para o casal.
Esse não é um filme de gritaria, é mais para a sensação de impotência diante de algo muito maior. Existe um certo gore apelativo em alguns momentos, mas são cenas concentradas. Não é aquele tipo de coisa que aparece o tempo todo. De repente acontece algo meio cabuloso que pode dar um certo incômodo pela bizarrice.
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