Assumo que atualmente não estou muito no clima de jogar Visual Novel, e quando o desenvolvedor me enviou uma cópia desse jogo, não esperava tanto assim. Apesar de tudo, assumo que é uma proposta um tanto interessante e para quem está no clima, pode ser realmente divertido. A princípio pensei que era apenas outro jogo do gênero, e vendo o quanto hoje em dia é fácil aprender a desenhar mangá e existem ferramentas como a Tyranobuilder, que facilitam criar um Visual Novel, não tinha como pensar diferente, mas realmente notei um esforço.
Em "Ciel Fledge: A Daughter Raising Simulator", você assume o papel de um adulto responsável por cuidar de uma criança e ver suas fases da vida passando até que ela se torne uma adulta. Apesar da proposta em si ser interessante e não ser mais um simulador de namoro, como é bastante comum no gênero.
Graças às imagens, também acabei nem cogitando sobre se tratar de uma história em algum ambiente diferenciado do nosso tempo. Porém a história tem seu lado sombrio, algo meio semelhante a animes como Ergo Proxy. A trama se passa em 3716 e o mundo está sob ameaça de uma criatura alienígena conhecida como Gigante. Os humanos tiveram que se refugiar em arcas voadoras, que são gigantescas cidades. No entanto após um acidente com uma das arcas, as outras passaram a tentar achar sobreviventes e é onde encontram a garota chamada Ciel, que não se lembra de nada.
O jogo mostra o dia a dia da sua filha adotiva, você deve selecionar a semana dela. No entanto é preciso ficar atento a determinados aspectos como a estamina e o nível de estresse. Se você colocar algo focado somente em exercícios e trabalho, sem diversão, sem sono, isso vai ter consequências. Tipo como se fosse um tamagotchi.
Porém você também interage com ela, conversa, existe mesmo uma história na coisa. Não é como se fosse um sandbox em que você só simula sem trama. Existem por exemplo os encontros, que você pode ou não pular. Há combates meio semelhantes a um JRPG, porém focado em resolução de um puzzle meio esquisito.
É possível saltar combates, mas você não ganha itens que os inimigos soltam, como petiscos para você dar para sua filha. Por outro lado, entrar em um combate a deixa cansada e se você perder, pode só sair perdendo em tudo mesmo. Sendo assim, dependendo do jogador, pode ser melhor simplesmente sair pulando encontros.
As mecânicas do jogo com um mapinha e conversas com outros personagens acaba sendo sim muito semelhante a outros Visual Novels, porém a presença de uma série de mecânicas de interação o torna muito mais movimentado do que obras como Death Mark, NG e Army of Tentacles, que muitas vezes dedicam muito tempo a conversas e podem ser bem cansativos.
Apesar de tudo, como jogos do gênero em geral, você sente que existe uma certa limitação. Então é aquele tipo de obra que você tem que jogar já com isso bem em mente. Existe uma mudança rápida entre telas (mapinha, escola, casa, rua, etc...), o que passa a sensação de que os personagens sempre estão indo de um lugar pra outro e as coisas sempre estão acontecendo, mas ainda assim tem suas limitações.
Visualmente o jogo é ok, não me surpreendeu muito. Tem um estilo bem limpo que pode agradar bastante aqueles que se incomodam fácil com visuais poluídos. Existe o seu charme próprio com um forte toque no verde claro. Algo que inclusive acaba sendo um forte contraste, já que se trata de um jogo pós-apocalíptico.
Enfim, Ciel Fledge: A Daughter Raising Simulator é uma ótima opção pra quem estiver com aquela vontade louca de jogar um Visual Novel, mas não ter paciência alguma para jogar aqueles que praticamente o tempo todo são falatórios. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.
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