Hoje em dia Drácula é um um item extremo da cultura pop. Tão usado e abusado que alguns consideram brega por aparecer demais, outros consideram admirável por ser um clássico. E como caiu em domínio público, as pessoas podem fazer o que bem entenderem. E enquanto no Brasil nós temos versões ultra luxuosas da obra original, vemos mundo afora a coisa seguir caminhos próprios e um exemplo é Drácula da Netflix, que usa parte da obra original, mas adiciona toques próprios.
A história início no século XVIII em um monastério onde Jonathan Harker é interrogado pela irmã Agatha e ele relata os acontecimentos em um castelo na Transilvânia pertencente a um conde, que segundo o interrogado, é a essência do próprio mal. No entanto o relato é confuso e há várias brechas que vão sendo reveladas.
Eu realmente não sabia nada sobre essa série e a achei bem por acaso. Estava procurando algo para assistir com um amigo e apareceu aquele trailer na Netflix. Não assisti, apenas vi o comecinho e me pareceu uma produção bem feita. Insisti um pouco e meu amigo topou conferir comigo. Depois descobri que tinha muita gente esperando por essa produção, mas eu fui um dos que achou de forma catada a coisa.
A vantagem é que eu não tinha nenhuma expectativa real, sendo assim a decepção que alguns podem ter sentido acabou sendo amenizada comigo. No caso, achei algo até que decente, acredito que com alguns retoques poderia ser algo perfeito, mas aí é pedir demais né? Porém realmente vejo aqui um tipo de série que tinha potencial para deixar sua marca de forma muito forte ao invés de ser apenas algo divertido.
Não é uma série tão sombria como pareceu ser na minha rápida olhada, porém tem um outro tipo de elegância interessante que é a semelhança com filmes de terror dos anos 80. Então por um lado tem algumas coisas que fazem certas quebras de clima como piadinhas aqui e ali, apagando a atmosfera pesadona. Mas por outro, tem técnicas de filme de horror antigo, algum gore bizarro aqui e ali e isso faz exatamente o contrário. No fim gostei da atmosfera geral.
Algo que não gostei, mas que acho que muita gente pode amar, é a personalidade da irmã Agatha. Acho muito bacana ser uma mulher bem inteligente, porém nesse caso achei forçado. Em O Silêncio dos Inocentes vemos uma personagem inteligente contida, enquanto a irmã Agatha foge absurdamente do padrão de uma pessoa da época e é notável que ela foi feita assim pra chamar atenção "Olha como ela é porra louca! Ela fala até palavrão!". Eu gostaria muito mais que a personagem surpreendesse sem parecer uma adolescente revoltada da época atual.
Mas é o que falei, acho que a Agatha é uma personagem que divide opiniões e que muitos podem achar exatamente o contrário e ver a personagem como algo ousado, fora do padrão, o que com certeza é verdade. Mas o que me incomodou é como ficou irreal, e que acho que combinaria bem com obras naturalmente exageradas relacionadas ao Drácula, tipo Van Helsing de 2004 que era cheio do exagero e dos personagens estilosos por completo e não apenas um personagem. Assim consigo ver como a obra poderia ser mais elegante se tirasse certos exageros, me agradaria muito.
Não é uma adaptação direta do romance de Bram Stoker, porém acho que ao menos a primeira parte é muito bem adaptada. O negócio é que a série tem um foco maior em expandir o universo do que meramente fazer outra adaptação da coisa. Sendo assim você vê elementos que você já conhecia, mas alguns estão um pouco modificados. Achei a condução da coisa muito boa, com alguns dos pequenos detalhes reutilizados e não pareceu destruir a coisa quando a história começou a mudar pra valer.
Naturalmente acho que terá quem não vai gostar do fato de terem modificado a história, mas creio que já tem filmes demais do Drácula, não? E achar uma adaptação bacana não é tão difícil assim, mesmo que seja uma versão "pirata" que clona completamente, como é o caso de Nosferatu. Sendo assim não creio que seja bem um ponto negativo né?
Em uma visão geral, é uma série que achei elegante, com uma boa produção. É muito bacana o climinha de conto de terror que tem na maioria do tempo. A ambientação do tipo um monastério cercado por criaturas da noite, a narrativa do castelo ou mesmo um navio onde há um assassino é demais. É muito climinha de conto noturno e ao meu ver o ponto mais alto da série. Me lembrou muito a sensação de Vampyr.
Agora assumo que não gostei muito da ideia do terceiro episódio... Na verdade na hora que o episódio 2 chegou ao fim, já pensei "Ah não...". E novamente, acho que muita gente vai gostar. Pois foi apresentado ali um conceito que obviamente foi feito pra impactar com um "Ohhhh!", que pra mim foi mais pra "Poxa, que merda... Tava tão legal como tava...". Mas não acho que tenha ficado ruim o terceiro episódio, só não era o tipo de coisa que eu tava afim de assistir.
São adicionados muitos conceitos, a atmosfera de horror dos anos 80 some completamente. Senti que tudo ficou muito mais leve, um climinha mais descontraído e descolado, o que achei uma verdadeira pena, se querem saber. Mas o episódio em si achei divertido, foi legal. Algumas partes meio chatinhas demais (Sim, estou falando da parte da Moça Nita), e que até poderia ficar interessante se tivesse mais tempo e fosse introduzido de forma mais suave, mas no fim, acho que os dois primeiros superam muito.
Ao meu ver, o ator do Drácula se encaixou muito bem e conseguiu passar algo que não consigo ver tão frequentemente em interpretações do personagem, que é o toque da sedução. Ele não é só o vampirão malvadão, é possível sentir o quanto ele é sedutor e faz as pessoas se sentirem muito especiais e atraídas por ele. Essa essência é algo fundamental para esse personagem e acho que ficou um espetáculo.
Enfim, é uma série que gostei, foi um bom passatempo, assisti bem rapidinho pois cada um dos três episódios tem monstruosas uma hora e meia de duração, o que é maior que muito filme por aí e mais um elemento que acho que dá uma certa elegância à coisa, me fazendo lembrar a clássica Masters of Horror e com cada um funcionando como se fosse uma história fechada, sem uma necessidade muito grande dos outros. Vale a pena como uma diversão rápida.
Eu realmente não sabia nada sobre essa série e a achei bem por acaso. Estava procurando algo para assistir com um amigo e apareceu aquele trailer na Netflix. Não assisti, apenas vi o comecinho e me pareceu uma produção bem feita. Insisti um pouco e meu amigo topou conferir comigo. Depois descobri que tinha muita gente esperando por essa produção, mas eu fui um dos que achou de forma catada a coisa.
A vantagem é que eu não tinha nenhuma expectativa real, sendo assim a decepção que alguns podem ter sentido acabou sendo amenizada comigo. No caso, achei algo até que decente, acredito que com alguns retoques poderia ser algo perfeito, mas aí é pedir demais né? Porém realmente vejo aqui um tipo de série que tinha potencial para deixar sua marca de forma muito forte ao invés de ser apenas algo divertido.
Não é uma série tão sombria como pareceu ser na minha rápida olhada, porém tem um outro tipo de elegância interessante que é a semelhança com filmes de terror dos anos 80. Então por um lado tem algumas coisas que fazem certas quebras de clima como piadinhas aqui e ali, apagando a atmosfera pesadona. Mas por outro, tem técnicas de filme de horror antigo, algum gore bizarro aqui e ali e isso faz exatamente o contrário. No fim gostei da atmosfera geral.
Algo que não gostei, mas que acho que muita gente pode amar, é a personalidade da irmã Agatha. Acho muito bacana ser uma mulher bem inteligente, porém nesse caso achei forçado. Em O Silêncio dos Inocentes vemos uma personagem inteligente contida, enquanto a irmã Agatha foge absurdamente do padrão de uma pessoa da época e é notável que ela foi feita assim pra chamar atenção "Olha como ela é porra louca! Ela fala até palavrão!". Eu gostaria muito mais que a personagem surpreendesse sem parecer uma adolescente revoltada da época atual.
Mas é o que falei, acho que a Agatha é uma personagem que divide opiniões e que muitos podem achar exatamente o contrário e ver a personagem como algo ousado, fora do padrão, o que com certeza é verdade. Mas o que me incomodou é como ficou irreal, e que acho que combinaria bem com obras naturalmente exageradas relacionadas ao Drácula, tipo Van Helsing de 2004 que era cheio do exagero e dos personagens estilosos por completo e não apenas um personagem. Assim consigo ver como a obra poderia ser mais elegante se tirasse certos exageros, me agradaria muito.
Não é uma adaptação direta do romance de Bram Stoker, porém acho que ao menos a primeira parte é muito bem adaptada. O negócio é que a série tem um foco maior em expandir o universo do que meramente fazer outra adaptação da coisa. Sendo assim você vê elementos que você já conhecia, mas alguns estão um pouco modificados. Achei a condução da coisa muito boa, com alguns dos pequenos detalhes reutilizados e não pareceu destruir a coisa quando a história começou a mudar pra valer.
Naturalmente acho que terá quem não vai gostar do fato de terem modificado a história, mas creio que já tem filmes demais do Drácula, não? E achar uma adaptação bacana não é tão difícil assim, mesmo que seja uma versão "pirata" que clona completamente, como é o caso de Nosferatu. Sendo assim não creio que seja bem um ponto negativo né?
Em uma visão geral, é uma série que achei elegante, com uma boa produção. É muito bacana o climinha de conto de terror que tem na maioria do tempo. A ambientação do tipo um monastério cercado por criaturas da noite, a narrativa do castelo ou mesmo um navio onde há um assassino é demais. É muito climinha de conto noturno e ao meu ver o ponto mais alto da série. Me lembrou muito a sensação de Vampyr.
Agora assumo que não gostei muito da ideia do terceiro episódio... Na verdade na hora que o episódio 2 chegou ao fim, já pensei "Ah não...". E novamente, acho que muita gente vai gostar. Pois foi apresentado ali um conceito que obviamente foi feito pra impactar com um "Ohhhh!", que pra mim foi mais pra "Poxa, que merda... Tava tão legal como tava...". Mas não acho que tenha ficado ruim o terceiro episódio, só não era o tipo de coisa que eu tava afim de assistir.
São adicionados muitos conceitos, a atmosfera de horror dos anos 80 some completamente. Senti que tudo ficou muito mais leve, um climinha mais descontraído e descolado, o que achei uma verdadeira pena, se querem saber. Mas o episódio em si achei divertido, foi legal. Algumas partes meio chatinhas demais (Sim, estou falando da parte da Moça Nita), e que até poderia ficar interessante se tivesse mais tempo e fosse introduzido de forma mais suave, mas no fim, acho que os dois primeiros superam muito.
Ao meu ver, o ator do Drácula se encaixou muito bem e conseguiu passar algo que não consigo ver tão frequentemente em interpretações do personagem, que é o toque da sedução. Ele não é só o vampirão malvadão, é possível sentir o quanto ele é sedutor e faz as pessoas se sentirem muito especiais e atraídas por ele. Essa essência é algo fundamental para esse personagem e acho que ficou um espetáculo.
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