Um jogo que me apaixonei foi Death Mark, e isso me fez mergulhar no horror japonês, o que acabou gerando matérias como Espíritos Yūrei e Hyaku Monogatari Kaidankai. Em meio a essas pesquisas acabei descobrindo NG, que até então era exclusivo se não me engano de PS Vita. Gostei muito de saber que era a sequencia espiritual, e ambos fazem parte da franquia Spirit Hunter, sendo que esse é o volume 2.
O ano é 1999 e você assume o controle de Akira Kijima, um jovem que perdeu os pais poucos anos antes e começou a ser criado pela tia, que o adotou como filho no papel. E assim começou a cuidar de sua nova irmã mais nova. No entanto, durante o verão, ele passa a ter cada vez mais contato com eventos estranhos, até que a garota desaparece e ele precisa ir atrás, mas passa a entrar em contato com um mundo cada vez mais sobrenatural.
Antes de tudo já vou dizendo que assumo que esperava mais do jogo. Isso porque eu gostei tanto de Death Mark que quando vi sobre uma sequencia, já imaginei o quanto não seria mais luxuosa. No entanto infelizmente essa expectativa não foi superada e as mesmas técnicas são usadas, não rolou um investimento a mais.
Eu imaginei que iriam ter mais animações e uma variação maior de planos de fundo. No entanto boa parte das cenas de ação são apenas descritas e com algo simbólico atrás. Isso é tão frequente que eu inclusive me surpreendia quando os caras se davam o trabalho de fazer alguma mudança no cenário, como quando você coloca flores em um vaso e elas aparecem. Eu fiquei surpreso com isso, coisa que definitivamente não deveria acontecer.
Me agradou muito o ambiente escolhido, a virada do milênio, a paranoia. Inclusive é fantástico ver detalhes macabros relacionados à época, como já no começo onde aparecem dois bêbados conversando sobre a profecia de Nostradamus sobre o fim do mundo (Que era super falada nessa época) e o Bug do Milênio, erro dos PC's que prometia acabar com a tecnologia por bugar tudo.
Eu gosto muito da ideia de simulação de ambiente japonês sobrenatural. Não sabia qual era a história de NG e nem pesquisei, mas não tenho problema com tramas envolvendo jovens, desde que seja bem conduzida, como O Vampiro que Ri, que é um dos mangás mais épicos que já vi e tenho uma dificuldade cabulosa em achar algo semelhante.
Infelizmente muito aqui é colocado de uma forma meio clichê demais. No Death Mark já tinha algumas coisinhas meio assim, mas existia uma elegância. Já aqui escracham muito, você é um delinquente juvenil com uma cara de que tem nojo de tudo. Mesmo tendo opções de escolha, não adianta muito tentar ser legal, pois a atitude automática do personagem tende demais pra esse lado, então o fator "escolha" é dificultado. Não que eu queria ser o bonzinho, mas é estranho usar um belo sorriso como reação e logo depois aparecer a cara de desprezo do personagem.
A mecânica é exatamente a mesma, na maioria do tempo é falatório. Os personagens não calam o bico, então é o tipo de jogo que é pra quem tem paciência, pois o foco é todo na trama, aí vez ou outra aparecem opções que no fim das contas dão na mesma. O que realmente considero jogabilidade são nos momentos de vida ou morte, que você tem que escolher o que fazer na sequencia, mas mesmo que morra, aparece a opção de reiniciar o desafio, ou seja, é bem fácil.
O visual é bonito, menos sombrio que Death Mark, já que parece ter cores mais fortes, mas ainda assim legal, especialmente dos cenários, que são fenomenais pra caramba e às vezes impressionam. Queria que tivessem mais imagens, iria fazer a diferença. Ângulos como a visão através do olho mágico da porta dão um charme imenso à coisa.
Enfim, é um jogo bacana até, mas depois de jogar o anterior, fica difícil conseguir se apaixonar, pois não superou as minhas expectativas. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na loja direta, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.
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