Especialmente os mais velhos que estudam a história da arte, se negam a classificar video games como arte. No entanto Gris é o tipo de obra que acho que consegue deixar sem graça qualquer um que diz que video game não pode ser arte já que é meramente um "brinquedo", e não precisa de criatividade.
Aqui temos uma jornada pela tristeza de uma jovem chamada Gris, que se perde em seu próprio mundo e vaga por ele, passando por variadas experiências que refletem sua vida. Em um mundo onde dor e beleza se encontram de forma incrível. Ao mesmo tempo é perseguida por trevas e precisa fugir sem parar.
Antes de tudo, sabia que esse não é um jogo pra todo mundo. Ele é de plataforma, mas sem combate direto. O desafios são os puzzles presentes, alguns bem simples, outros já mais difíceis. Eu não achei super complicado, foi tranquilo, a experiência é tranquila e pra sentir o momento, algo semelhante a Abzu, Fugl e Proteus. Mas sem ser um simulador de andar, já que você precisa resolver os desafios pra seguir em frente.
Até mesmo os chefes são enfrentados em forma de Puzzle e é bem incrível você ver aquela criatura gigantesca ali na sua frente e perceber que é necessário fazer algo do jeito certo para conseguir colocá-la para correr. Como o jogo se passa em cenários específicos, e você tem que ir e voltar pra conseguir orbes de luz para abrir caminho, pode parecer um Metroidvania, mas não se encaixa nesse gênero porque depois que você resolve um cenário e atravessa pra próxima área, não pode mais voltar.
Graças a arte magnífica e ver a personagem indo e voltando em uma área, é fácil lembrar outras obras de visual lindo em que é preciso se dar essa volta pelo lugar, tipo Hollow Knight e Rain World, mas acho que se for comparar a jogabilidade mais parecida, acho que Semblance é um jogo que dá pra por lado a lado, incluindo o sistema de cada área ter uma cor própria e ser preciso coletar orbes, é muito semelhante.
E há essa atmosfera de jornada surreal incrível com uma personagem feminina, que vemos de vez em quando e tem um toque charmoso indescritível, como Child of Light e já vimos inclusive nos jogos brasileiros, Distortions e Toren. Você vai atravessando os lugares e não sabe o que te espera, encontra aliados, e mesmo os inimigos são pura beleza.
O cenário desse jogo se modifica de um jeito tão bonito, e é até estranho ver coisas que parecem assustadoras, mas continuam sendo belas. Como as pedras gigantes com pernas de aranha embaixo, quando você vê aquilo andando, parece que vai te atacar, mas é um adversário que está ali para atrapalhar a passagem.
Esse também é daqueles jogos que apesar de 2D, a câmera se afasta e aproxima para mostrar de perto certos detalhes pequenos e de longe uma visão maior de coisas grandiosas, tipo Jotun e Sundered, Night in the Woods e Desert Child. Aqui no caso, é incrível quando a tela se afasta bastante e você vê o tamanho de uma criatura.
Em boa parte dessas demonstrações grandiosas, o que mais surpreende não é o ser em si, mas como é lindamente animado. Esse jogo parece uma animação indie extremamente detalhada, que chama atenção rapidamente por ser fácil notar que foge bastante do padrão que estamos acostumados e pelo fato de não ser um trabalho preguiçoso.
Um exemplo é em uma parte quando você chega ao topo de um lugar, prestes a sair dele, mas vem um monte de trevas e te envolvem, formando um círculo, porém você estoura a parte de cima e voa pro alto, as trevas então se transformam em um pássaro gigante e voa atrás de você, ficando ao fundo, tudo isso com uma trilha sonora épica incrível.
Aliás, que trilha sonora maravilhosa! Esse jogo coloca nos momentos certos, o que causa aqueles arrepios que tanta gente gosta. Toda vez que acontece algo que é grande, você irá ver a música mudar para algo orquestrado que passa bem a essência do momento, tudo com animações frenéticas acontecendo.
Apesar de parecer, esse não é daqueles jogos que tem a mesma jogabilidade do começo ao fim, você ganha por exemplo pulo duplo que vai facilitar e se tornar obrigatório em alguns puzzles, ou a habilidade de nadar, que no começo você precisa usar a habilidade de ficar pesado pra mergulhar e atingir certos lugares, mas depois poderá ir ao fundo do mar.
Esse jogo é pura beleza e como disse, é o tipo de coisa que pode ser usada em discussões sobre jogos serem arte. Afinal se cinema é arte, por que jogos não são? Porque por muito tempo foram mais populares entre crianças? Porque são muito tecnológicos e artificiais? Me faz pensar na arte urbana de Edward Hopper, que não admira a natureza, mas cidades, e ainda assim é considerado um mestre.
Apesar de parecer, esse não é daqueles jogos que tem a mesma jogabilidade do começo ao fim, você ganha por exemplo pulo duplo que vai facilitar e se tornar obrigatório em alguns puzzles, ou a habilidade de nadar, que no começo você precisa usar a habilidade de ficar pesado pra mergulhar e atingir certos lugares, mas depois poderá ir ao fundo do mar.
Esse jogo é pura beleza e como disse, é o tipo de coisa que pode ser usada em discussões sobre jogos serem arte. Afinal se cinema é arte, por que jogos não são? Porque por muito tempo foram mais populares entre crianças? Porque são muito tecnológicos e artificiais? Me faz pensar na arte urbana de Edward Hopper, que não admira a natureza, mas cidades, e ainda assim é considerado um mestre.
Então tá aí um jogo lindão que se você é do tipo que curte quebra-cabeças e algo belo, com certeza vai se apaixonar. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na steam, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.
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