Com certeza Stephen King se deu bem em 2017, com uma série de adaptações variadas, sendo It: A Coisa, a mais aclamada de todas, apesar de algumas que são só o bagaço, tipo a série The Mist, que foi rapidamente cancelada. Mas em entrevista, o autor disse que de suas obras, considera a melhor adaptação do ano, o filme da Netflix chamado 1922. Então chegou a hora de falar um pouco sobre ele!
No ano de 1922 o fazendeiro Wilfred mora com sua esposa e filho em uma fazenda, no entanto ela insiste que irá vender tudo, pois quer morar na cidade, e ele não sabe o que fazer, pois apesar das terras estarem em sua família por gerações, mais da metade delas foi herdada da família da esposa. E assim ele acaba a matando com ajuda do filho, porém logo as coisas começam a ficar estranhas e ratos começam a surgir em sua casa, assim como vultos do que parece ser a própria mulher.
Esse é um daqueles filmes que tem um certo charme que já vem com a ideia em si. O fato de ser no início dos anos 20 e ser uma obra de terror, dá um toque tão especial à coisa, algo diferente. Não é como se fosse um terror que pode estar rolando há alguns km da sua casa, mas sim algo distante no tempo. Gera aquele climinha de história de assombração antiga.
Apesar de tudo assumo que eu esperava muito mais desse filme. Isso porque ele é um bom filme, mas imaginei que eu ia ficar completamente encantado. Talvez seja porque eu assisti poucos dias depois de ver A Babá, que também é da Netflix e me deixou eufórico. E somando isso com o fato de ser um filme do Stephen King, parecia ter tudo pra ser perfeito.
Bom, não é perfeito, mas é um bom filme, um bom passa tempo. Tem uma atmosfera ótima, a atuação é fenomenal. Além disso o filme tem um ritmo certo, não é lento a ponto de dormir, mas não é igual filmes tipo Lucy, que passam aquela sensação de serem tão rápido que parece que só tem começo e fim.
O visual também é bem fantástico, apesar da maioria do tempo ser na fazenda, vez ou outra aparecem cenas na cidade, então tem coisas que uma produção barata não iria conseguir bancar, como a presença de calhambeques por exemplo. Adaptar uma outra época sempre é um trabalho complicado para se ficar convincente.
Agora o que acho que faltou foi um terror mais pesado, esse é um filme mórbido, não passa uma tensão na coisa. Você vê as coisas e tal, mas não são do tipo que dão medo, que bate aquela atmosfera que te deixa arrepiado pensando no que vai rolar. Felizmente não apelaram pro scary jump também, como muitos fazem por não conseguir por essa atmosfera.
E outra coisa é que eu esperava mais de uma história do Stephen King, sinceramente. Não é que seja ruim, mas é algo tão encaixadinho que é algo que achei digno de alguém que resolveu escrever um conto de terror na internet e ao invés de preparar algo diferente, simplesmente foi contando uma história sem se preocupar com algo muito profundo.
O filme foi baseado em um dos contos do livro Escuridão Total, Sem Estrelas, mas parece que rolou o contrário do que aconteceu na série The Mist, lá tinham uma história espetacular que foi desperdiçada com uma direção porca pra caramba. Aqui temos uma direção incrível com uma ótima fotografia e bom ritmo, mas com uma história "linear" demais.
Enfim, esse é um filme bom, mas especialmente se você ficou empolgado com It: A Coisa e for correndo assistir algo do Stephen King esperando alguma coisa extremamente diferente, recomendo mesmo deixar pra ver em um outro momento. É uma obra legal pra ver em um fim de noite tranquilo, mas é uma obra que o foco é mais passar uma mensagem sobre consequências de atos, então um fã de terror pode acabar não achando o que realmente procura.
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