Finalmente falarei sobre Street Fighter: Resurrection, que é nada menos do que a continuação do espetacular Assassin's Fist, mas que infelizmente não tem o mesmo estilo. É uma série sem dúvidas feita com amor e que carrega bem a essência de Street Fighter, o que é ótimo, por outro lado é exatamente isso que faz com que ela pareça animada demais e perca aquela atmosfera.
A história se passa uma década após os acontecimentos de Assassin's Fist e mostra Ken como dono de uma academia de artes marciais. A vida é calma até começarem a aparecer pessoas inusitadas, pois algo está acontecendo no mundo e lutadores estão se reunindo para enfrentar um grande mal que está retornando.
Eu lembro que fiquei eufórico quando terminou a primeira temporada de Assassin's Fist, aquilo era lindo demais, super perfeito. Fãs conseguiram fazer uma obra estilosa e encaixar no orçamento, disfarçando bem as limitações da coisa, apresentando uma fotografia espetacular e mostrando Street Fighter com elementos fortes de cultura oriental. Isso deu uma elegância própria incrível.
Street Fighter Assassin's Fist não é uma mera série com pessoas fantasiadas que acaba dando aquela sensação boba. Juntos, seus episódios formam um verdadeiro filme de artes marciais, envolvendo rancor, traição, honra, desespero. É algo que pegou apenas as partes sérias daquele universo e o usou como história.
Infelizmente depois que acaba a primeira temporada de uma forma eufórica e deixando todo mundo animado para a segunda, a série simplesmente sumiu do mapa. Se falou de uma segunda temporada chamada Street Fighter: World Warrior, que seria a sequencia direta da coisa, mas depois do anúncio o povo se calou, isso em 2014.
O tempo passou e em 2016 finalmente veio Street Fighter: Resurrection, dividida em quatro episódios de 8 a 9 minutos, ou seja algo minúsculo pra caramba em comparação à primeira série. Totalizando pouco mais de meia hora no fim das contas. Além disso se passando dez anos após a primeira temporada e assim deixando aquilo em aberto.
Resurrection não parece ter sido um nome à toa, parece de certa forma um trocadilho, falando sobre o retorno de Bison e também o retorno da própria série. Porém é deixado claro que várias coisas já aconteceram, os personagens já falam da Shadaloo e coisas que rolaram tempos antes. Ou seja, há um imenso buraco, dá pra entender é claro, apesar de ser meio estranho esse salto.
Uma coisa que me surpreendeu é o fato de que Laura é uma das personagens principais da série, porém ela só apareceu pela primeira vez em Street Fighter V, que foi lançado em 16 de fevereiro de 2016 enquanto Resurrection foi lançado dia 15 do mês seguinte, ou seja, menos de um mês depois veio a série.
Isso me faz pensar, será que eles coletaram algumas poucas informações da história de Laura e lançaram na série? Ou será que fizeram às pressas a coisa? Tipo pegando algumas ideias já presentes e pra aproveitar o lançamento do jogo para dar uma empurrada na popularidade da coisa? É um pouco difícil dizer.
A série é boa, mas o maior problema dela é inevitavelmente ficar às sombras de Assassin's Fist. Quero dizer, se a temporada anterior não existisse, seria uma loucura ver Resurrection sem comparar. Isso porque sim, é bem feita a coisa. Mas o problema é, a primeira mostra tudo de um jeito mais sério, o ambiente, a cultura japonesa transbordando, etc, enquanto a segunda é tudo mais... Street Fighter.
Quero dizer, o Nash tá espetacular, dá pra chamar facilmente de cosplayer perfeito, porém mesmo sendo bem feito, é algo excêntrico demais, daí metendo agentes secretos no meio, a coisa vira um verdadeiro carnaval. É notável que isso É STREET FIGHTER, e vendo dessa maneira, está maravilhoso, mas vendo como sequencia do anterior, parece que faltou algo.
Enfim, apesar de tudo não é uma série ruim, acho que o maior erro dela é ter saído depois da primeira temporada, provavelmente se a a primeira fosse a segunda (Tipo um prólogo do que rolou antes), seria muito mais empolgante. Mas de qualquer forma ainda é bem bacana e consegue divertir, o figurino é maravilhoso. Então recomendo!
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