A CD Projekt RED é uma empresa que ganhou imensa notoriedade especialmente após o lançamento do fabuloso The Witcher 3. Muita gente não tinha ideia da existência da empresa e se maravilhou com as atitudes adotadas por ela, como dar suporte a jogo pirata e contato direto com o público. No entanto teve muita gente que não gostou nem um pouco dela registrar a marca Cyberpunk.
Quando a empresa divulgou o espetacular trailer de Cyberpunk 2077 em janeiro de 2013, todo mundo ficou empolgado demais com o que aquilo mostrava. Era apenas um CG, mas a ideia de um universo cyberpunk sempre acaba atraindo demais. Aquele ambiente pesado e atmosférico em um mundo futurístico é demais.
O tempo passou, The Witcher 3 explodiu e a expectativa em cima do jogo futurístico só aumentou, afinal de contas só com esse lançamento que o nome da empresa realmente se tornou um dos mais conhecidos das pessoas. Então além dos outros jogos de The Witcher, o que ela tinha mais a oferecer? Os olhos se voltaram para Cyberpunk 2077.
Mas foi uma surpresa quando a empresa registrou não apenas a marca "Cyberpunk 2077", mas o próprio nome Cyberpunk. Como isso é um gênero, usando em diversas obras como Serial Experiments Lain, Neuromancer, Ghost in the Shell e outras marcas, a coisa pareceu simplesmente absurda demais. Afinal até então era algo aberto e qualquer pessoa podia criar algo com o nome Cyberpunk no título.
Como a empresa tem um contato bastante direto com o público, colocou uma carta aberta explicando o motivo de ter registrado a marca. A explicação é que querem proteger a marca, pois como é um nome genérico (já que é um gênero), com um número na frente, querem proteger a marca pra poder lançar continuações e não terem confusões.
Por exemplo, se eles decidem lançar Cyberpunk 2078, podem sem problemas, isso impede de outra pessoa lançar um jogo com esse nome ou Cyberpunk 2. Mas eles explicaram também que a marca é só para defesa, então o gênero continua sendo livre e as pessoas ainda podem descrever coisas como sendo cyberpunk. Disse também que registrar uma marca não é a mesma coisa que "direitos reservados" ou "patente",
Quanto a títulos ela explicou que não terá problema em títulos como "John Smith: Aventuras em um distópica sociedade Cyberpunk" ou "20 contos em Mundos Cyberpunk". Explicou que nada disso daria problemas com direitos autorais da marca Cyberpunk.
Sinceramente eu não gostei não... Tá certo que tem algumas obras bem safadas tipo Cyberpunk 3776, que foi lançado dois anos depois do trailer de 2077. Mas penso em vários nomes interessantes que poderiam surgir, tipo ela citou nomes enormes e que deixam claro que falam de gênero, mas e se alguém decidir lançar um jogo chamado Cyberpunk Nightmare? Que é um nome bem mais curto? Não daria problemas?
E quanto a outros tipos de mídia como filmes, séries, ou o que for? Por exemplo o livro Periferia Cyberpunk? O autor ainda tem o direito de lançar Tokyo Cyberpunk 2? Ou terá problemas com direitos já que o público pode pensar que se trata de uma história da mesma franquia só que se passando em Tóquio? Isso sem contar com inúmeras outras obras.
Isso me faz pensar em lançar um jogo de RPG, colocar o nome de RPG 2077 e registrar o nome RPG pra não gerar problemas. Tudo bem, é certo que não é todo dia que sai uma obra chamada Cyberpunk, mas ainda assim essa limitação na hora de colocar essa palavra no título parece bem desagradável.
Isso sem contar no quanto Cyberpunk costuma ser específico em seu estilo, por exemplo se registrassem algo chamado Shooter, poderia ser um jogo futurístico, atual, em um ambiente de fantasia, na primeira guerra mundial. Então a possibilidade de confundir uma marca cyberpunk com aquele universo é absurdamente alta.
Eu adoro a CD Projekt Red, mas não é por isso que apoio todas as decisões da empresa. Admiro a transparência dela e pelas várias atitudes bacanas que já teve, tenho certeza que a intenção é realmente boa. Mas o tempo passa, o povo que trabalha na empresa é bacana agora, mas e a galera que surgir? E quando surgir esse povo ainda vai ser o dono de Cyberpunk, e aí? Mas e vocês, o que acham?
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