Acho que quase todos vocês devem ter assistido Jurassic Park 2 (Ou O Mundo Perdido: Jurassic Park) e que a maioria deve adorar esse universo. Então acho que pode ser uma ótima surpresa saber que ele não apenas foi baseado em um livro, mas tem uma história quase que completamente diferente. Isso o torna uma versão alternativa do segundo filme da franquia, mas sendo a versão "original" da coisa. Então vamos falar de O Mundo Perdido, de Michael Crichton.
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Antes de tudo eu gostaria de dizer que quando fui ler esse livro, não lembrava de como era o filme Jurassic Park 2, eu simplesmente esqueci da história. Só lembrava de duas cenas, a introdução com a garotinha que encontra um monte de dinossaurinhos na praia, e a cena do tiranossauro correndo em uma cidade. Fora isso eu esqueci, o que era bom, afinal de contas ia ler sem lembrar das coisas. Mas no fim das contas deu na mesma, pois quando terminei fui correndo assistir e vi que é uma história completamente diferente com uma ou outra cena semelhante ao livro.
Quando eu li o livro de Jurassic Park, fiquei simplesmente maravilhado demais, afinal de contas não esperava ter lá uma grande sensação com uma história que eu já conhecia, porém descobri que era muito mais, um livro profundo, inteligente, com explicações maravilhosas sobre geografia, biologia, descrições intensas sobre movimentação e atitude de criaturas. Então se me encantou mesmo sendo um livro que eu lembrava, imagina um que eu não lembrava?
Infelizmente a coisa não foi bem assim, esse é um livro legal, mas com uma carinha de reciclado. A sensação que tive foi que o Michael Crichton viu o sucesso de Jurassic Park em 1993 e correu pra produzir uma sequencia sem ter a mesma inspiração, apenas para puxar mais. Não digo que tenha sido só pelo dinheiro, normalmente quando você acaba uma obra, surgem naturalmente ideias de uma sequencia, mas é preciso esperar a coisa se desenvolver naturalmente até se formar. A sensação é que ele cobriu as lacunas que faltavam às pressas.
Mas claro, isso não significa que seja um livro ruim, ele é bom, tem seus momentos, com certeza aconteceu uma bela de uma pesquisa pra apresentar certos detalhes. Mas é uma obra que fica às sombras da história original, o que é uma pena, especialmente para quem vai correndo ler depois que termina o primeiro livro. Normalmente a pessoa está com a expectativa lá em cima, o que só piora.
A história dessa vez tem base no sonho de um cientista chamado Richard Levine, ele é genial e rico. Suas pesquisas acabam indicando a possibilidade da existência de um lugar na terra que ficou isolado do resto do mundo e manteve dinossauros vivos. Isso faz com que vá reduzindo o número de possíveis lugares até chegar a uma pequena ilha na Costa Rica, e assim monta uma equipe pra ir até lá.
Bom, a primeira coisa que eu não gostei no livro foi já no início quando o autor ressuscitou um personagem. Existe uma explicaçãozinha e tal, mas achei tão morna que pareceu algo do tipo "Morto, eu? Hahaha, todo mundo fala isso gente!", ainda mais que esse personagem teve uma morte poética no livro anterior, algo bonito de se ver pela simbologia da coisa, e aqui o autor simplesmente tacou isso no saco.
Mas tudo bem né? Dava pra engolir, foi bom ver esse personagem vivo de novo, já que era bem interessante. A parte boa da coisa é que o autor não inventou de reunir todo o grupo anterior e os colocar em uma nova aventura, eu imaginei que isso ia acontecer e até seria possível recolocar pelo menos uns dois sem forçar, mas ele preferiu deixar apenas o ressuscitado mesmo, o que dá um certo charme na coisa.
Por outro lado, é de dar vergonha a forma como ele substituiu descaradamente personagens originais por outras caras. Alguns deles chegaram a incomodar, em especial as crianças. Dá pra acreditar que o cara colocou novas crianças? Quero dizer, na primeira história havia toda uma lógica em fazer crianças participarem daquilo, era um teste do parque e elas eram netas do Hammond. Agora nesse nem muita lógica tem, só estão lá.
Aliás, são personagens bem forçadas, um garoto e uma garota que todas as cenas em que são úteis passam aquela sensação de "O autor poderia ter colocado qualquer personagem pra fazer isso e só colocou nesses pra não serem inúteis demais". A forma que eles vão parar na expedição na ilha selvagem da Costa Rica é só se escondendo no banheiro do trailer que é levado pra lá. Tipo Speed Racer, dá pra acreditar?
A ilha em que a história se passa não é a Isla Nublar onde fica o parque, mas sim a Isla Sorna, uma outra onde ficam os laboratórios, então há instalações. Mas infelizmente elas praticamente não são usadas, a coisa quase toda se passa no trailer, em um esconderijo em uma árvore e na floresta. Quando eu paro pra pensar, aconteceram diversas situações no livro, espionagem industrial, preparação, porém quando penso no todo, a sensação é de que só vi gritaria na floresta.
No primeiro livro eu me via frequentemente lendo momentos incríveis com descrições realmente profundas sobre coisas variadas. Em O Mundo Perdido eu só consigo lembrar de uma única vez que o autor fez isso de forma que me pareceu apaixonada, e ironicamente foi a última frase do livro. É marcante um final com um diálogo intenso, mas com a ausência do mesmo no resto do livro acaba sendo também frustrante.
Esse foi o único livro que em uns 75% eu parei e pensei "Será que eu to sendo fresco? Ou esse livro não está realmente sendo tudo o que deveria ser? É legal mas... Minha expectativa tava muito alta?". Daí fui pesquisar pra ver o que falaram na época e vi que as análises são mistas. A melhor descrição que achei foi de uma jornalista que disse que The Lost World é para Jurassic Park o que Comida de Microondas é para Comida de Fogão.
Ou seja, é algo que você vê que é legal, mas que passa aquela sensação de que é um desperdício de potencial. Depois de ler Jurassic Park você quer no mínimo mais do mesmo, mas aqui não tem o parque, não tem a surpresa dos dinossauros aparecendo a primeira vez, não tem o fator novidade. Crichton precisava ter substituído isso por outras coisas, mas ao invés disso só colocou um monte de cientistas analisando o lugar e uma matança aqui e ali.
Até mesmo elementos novos que poderiam gerar momentos fantásticos não
foram usados, tipo os Carnotauros. Quando esses seres aparecem é um
momento atmosférico e fica aquela sensação de que algo realmente
emocionante e diferente vai acontecer! Bom... Não acontece... Aliás, o
livro é cheio de ideias fantásticas que parecem ter sido abandonadas.
Tipo um outro grupo que também vai à ilha, em geral as coisas tem um
início incrível que te deixa imaginando o que vai rolar, mas o autor dá um fechamento brusco como se tivesse ficado cansado. Lembram do que falei sobre ele parecer cobrir as lacunas rapidamente pra lançar logo um segundo livro? Pois é exatamente o que esses desfechos rápidos passam.
Nossa, como eu to descendo o cacete nesse livro ein? Juro que não era a intenção, porque eu realmente achei um livro bom, só que acho que os pontos negativos acabaram sendo mais memoráveis pra mim. Espero que entendam o que estou querendo dizer, é uma obra boa e se Jurassic Park não existisse talvez fosse até épica. Mas fica difícil não comentar certos aspectos sabendo o que já foi apresentado antes.
Por exemplo achei interessante terem colocado uma personagem chamada Sarah Harding, ela é tipo a Lara Croft, certamente uma das personagens femininas mais fodonas que já vi. Age de forma bem intensa, sem parar. A ação com ela é bastante contínua, normalmente são colocados homens nesse tipo de papel, achei bacana isso.
É muito legal também ver uma história extra no universo de Jurassic Park, aliás, se esse livro fosse uma extensão do primeiro e não uma continuação, o conteúdo poderia ser bem interessante, claro que resumindo certas coisas, afinal de contas tem quase 500 páginas. Também poderia ter funcionado melhor se fosse um pouco mais curto. A ideia de uma outra ilha é algo muito legal.
O acabamento da editora Aleph ficou maravilhoso demais, é lindo pra se ter na estante. Isso porque enquanto o primeiro livro parece uma fatia de carne com frente e fundo preto e lateral vermelha, o segundo parece o mesmo só que com a pele do lado e a parte da carne sendo a frente e fundo. Existe um contraste maravilhoso quando os dois são colocados juntos.
Enfim, Jurassic Park foi um livro que inspirou uma geração e certamente se ele não existisse, não teríamos coisas como o jogo Carnivores. The Lost World por outro lado é um livro bom, mas que deve ser lido sem uma expectativa muito alta, isso fará a experiência ser muito mais agradável do que se você esperar um outro Jurassic Park. Não é um livro ruim, é uma boa leitura, só é preciso saber o que esperar de verdade. Então vale a pena, você pode conferir. Se você se interessar está disponível a venda aqui:
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Sobre a franquia
Além de Jurassic Park, a sequência de filmes que se seguiu manteve o interesse do público ao longo dos anos. O segundo filme, O Mundo Perdido: Jurassic Park, lançado em 1997, continuou a explorar o fascínio pelos dinossauros e os perigos de brincar com a genética. Em 2001, Jurassic Park III trouxe uma nova aventura, ainda que com menor impacto que os anteriores.
A franquia foi revitalizada com Jurassic World em 2015, onde um novo parque temático foi criado e, como esperado, as coisas rapidamente saem do controle. O sucesso deste filme abriu caminho para as sequências Jurassic World: Reino Ameaçado em 2018 e Jurassic World: Domínio. Essas produções continuaram a explorar o conflito entre humanos e dinossauros de forma épica.
Parte do sucesso da franquia está nos efeitos visuais, que evoluíram com o tempo. Desde o uso de animatronics no primeiro filme até os avançados efeitos em CGI das sequências, os dinossauros sempre foram retratados de maneira realista. Isso ajudou a franquia a se manter relevante e atrativa para novas gerações de espectadores.
Além dos filmes, o universo de Jurassic Park se expandiu para outras mídias. Jogos como Jurassic Park: The Game e Jurassic World Evolution permitem que os jogadores explorem esse mundo de dinossauros. Há também séries animadas como Jurassic World: Acampamento Jurássico, que mantém o espírito de aventura vivo em diferentes formatos.
Outro fator que mantém a franquia em alta é o apelo nostálgico. Muitos dos fãs que assistiram ao primeiro filme nos anos 90 continuam acompanhando as novas produções, compartilhando a experiência com uma nova geração. Esse ciclo de fãs antigos e novos garante que a marca Jurassic Park siga forte no cinema e além.
Jurassic Park também influenciou outras produções. Filmes como King Kong, Godzilla e até Avatar trazem elementos que lembram a grandiosidade das cenas de dinossauros de Jurassic Park, mostrando como a franquia abriu portas para o cinema blockbuster com criaturas gigantescas e ameaçadoras.
Enfim, a franquia Jurassic Park não é apenas uma série de filmes sobre dinossauros, mas um verdadeiro fenômeno cultural. Com histórias emocionantes, efeitos especiais de ponta e uma legião de fãs fiéis, Jurassic Park permanece como um dos maiores sucessos do cinema mundial.
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