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Sadako vs. Kayako - Treta entre garotas amaldiçoadas

Antes de tudo já digo que é preciso dar um desconto para um filme como esses, afinal de contas é um fruto da cultura pop de algo que não deveria existir, mas que acabou acontecendo graças ao clamor dos fãs. Ou seja, é aquele tipo de obra que acaba distorcendo qualquer essência original exclusivamente para mostrar o que os fãs querem ver, não é pra ser levada tão a sério.



A história se passa em uma cidade onde duas maldições poderosas estão ocorrendo, uma casa onde todos aqueles que entram estão destinados a morrer e uma fita amaldiçoada encontrada em um antigo vídeo cassete e que acaba trazendo de volta uma maldição perdida no tempo. Com isso um médium tem a ideia de fazer as duas garotas malditas se amaldiçoarem e terem que lutar uma para destruir a outra.

Para quem ainda não sacou do que diabos eu estou falando, o filme O Grito é um remake do filme japonês Ju-On, e nele a antagonista se chama Kayako. Já em Ringu, que é o filme que deu origem ao remake O Chamado, tem a vilã Sadako (E não Samara como conhecemos na versão ocidental). Nesse filme as duas monstrengas entram em treta.

Eu esperava que esse filme não fosse de qualidade, mas mesmo dando um desconto acabei me decepcionando. É um pouco difícil de explicar, mas o negócio é que se o filme já era pra ser zuado, eu esperava que fosse uma zoeira louca, porém ao invés disso ele faz algo que achei bem desagradável. Apresenta um filme bem sério com personagens caricatos, ou seja, no fim não adianta nada tentar ser sério e colocar personagens que agem como anime.

É como se fosse uma obra que não consegue se encaixar em lugar algum, não consegue ser sério, não consegue ser engraçado, não consegue ser estiloso, não consegue se encaixar em nada. Especialmente depois da desgraça total que foi Sadako 3D, acho que tava na hora dessa gente entender que não é estiloso, mas não... Tá lá os médiuns da vez, um cara excêntrico e uma criança cega que visitam os lugares e agem de forma "Vejam, somos estilosos demais cara!".

Mas o filme não é puramente ruim, ele apenas tem cenas "catadas" demais, se você pegar essa obra e colocar em uma parte aleatória, vai aparecer algo que sozinho poderia ser algo de qualidade. Como os sustos dados pelo Toshio (Filho da Kayako), é terror mesmo a coisa. Ou a cena que tacam a fita amaldiçoada no chão, daí a Kayako esmaga e a Sadako olha com cara de "Mas o que diabos você fez???". Ou mesmo a cena dos médiuns na primeira aparição, que parece até adaptação de anime. O problema é que tudo isso junto acaba dando um perdido na coisa.

Ironicamente esse é o primeiro filme em que acontece algo que eu queria ver há tempos, que é a fita amaldiçoada entrando na era da internet. Afinal de contas videocassete é coisa dos anos 90 né? E outros tipos de mídia não tem o mesmo charme, quero dizer, O DVD AMALDIÇOADO, o BLURAY AMALDIÇOADO, isso não soa tão maldito quanto uma fita. Mas aqui tiveram a ideia fantástica de mostrar duas garotas comprando um videocassete em uma loja de velharias para converter uma fita de família para DVD e dentro dele está a fita.

Na real, o filme tinha até potencial para ser uma boa obra de terror, pois na maioria do tempo essa é a atmosfera usada. Infelizmente o problema é mesmo os personagens, essa ideia tão boba de tentar caricaturar live action sombrio não é legal, mas acredito que é o tipo de coisa que simplesmente não vai acabar tão cedo né?

Sobre o combate entre as duas entidades, acredito que essa é a maior decepção do filme, afinal de contas se o diabo do negócio se chama "Sadako vs. Kayako", é isso que você quer ver né? Mas adivinha só? A pancadaria só começa lá pelos últimos dez minutos de filme, sendo que a maioria do tempo são mostradas duas meninas gritando com medo ao invés da treta das entidades, sinceramente acho que se for juntar as partes que mostra a porrada mesmo deve dar uns dois minutos de filme só. Dá pra acreditar?

Enfim, tá aí um filme que é bem perdido, mas que acho essencial para fãs de Horror Japonês, pode ser um passa tempo bem momentâneo mesmo, algo sem compromisso, mas apenas se não tiver outra coisa para ver mesmo.

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