Esse é um daqueles filmes que você percebe que foi feito com os pés muito no chão, pensando em um futuro não tão distante e que acaba surpreendendo no quanto um futuro assustador pode estar por vir e que ao terminar, você fica com aquele pensamento sobre o quanto a humanidade pode estar brincando com fogo sem perceber, e também aquela sensação estranha sobre "Será que isso seria bom no final das contas?".
A história apresenta o doutor Will Caster, que é muito famoso por seus experimentos com inteligência artificial e como ele quer aperfeiçoar ao máximo isso, e depois liberar na internet. Para agilizar as coisas, ao invés de criar uma inteligência do nada, ele escaneia o cérebro de um macaco e faz upload em um potente computador, o que rapidamente faz com que a máquina se aperfeiçoe e mostre incríveis avanços. Isso faz com que um grupo de pessoas preocupadas comece a temer até onde isso pode ir, e o atacam, deixando prestes a morrer. Em desespero, a sua mulher e parceira de trabalho decide fazer uma cópia do cérebro de seu marido para fazer upload na máquina.
Esse é um filme que me deixou com uma sensação muito grande de perturbação durante diversos momentos, mas especialmente após terminar de ver. Eu fiquei com uma sensação muito desagradável tudo aquilo. É o tipo de obra que te faz pensar sobre uma série de conceitos, como por exemplo o amor. A mente da pessoa é o suficiente para você amar? Poder conversar com ela após a morte, mas sabendo que aquilo não é verdadeiramente ela? Ou a submissão humana a algo muito superior, seria bom ter uma criatura infinitamente mais poderosa que a humanidade presente? Ela poderia nos proteger, ou poderia ser uma verdadeira ameaça?
Acredito que o filme tenha puxado muito do conto I Have No Mouth, and I Must Scream, que apresenta uma visão completamente perturbadora de uma inteligência artificial fora de controle, que evoluiu tanto a ponto de não ter mais o que fazer, gerando assim um gigantesco ódio incontrolável pela humanidade, e capacidades incríveis. A trama não segue o mesmo rumo, mas é notável que as pessoas não param para pensar o quanto a inteligência artificial pode ir muito além de uma versão virtual, afinal de contas máquinas super inteligentes obviamente querem se preservar e sabem que tem uma versão física delas que com o tempo irá se deteriorar, sendo assim é preciso ter um corpo físico.
Se você já leu sobre a gosma cinzenta, certamente irá acabar identificando certos elementos também no filme, o que só dá mais medo. Outra coisa interessante é ler aquela declaração de Stephen Hawking sobre os perigos da Inteligência Artificial, e como a humanidade está paradinha apenas vendo algo tão poderoso se aproximar, e sem ligar nem um pouco para consequências.
Enfim, fica aí uma dica de ótimo filme de ficção científica que usa elementos muito possíveis e próximos da nossa realidade, dando aquela sensação de que não é apenas um filme mostrando exageros futuristas, mas mostrando algo a um passo da realidade, o que o torna bastante medonho, recomendo muito! Se gostou, você pode conferir o filme aqui.
1 Comentários
No seriado Caprica , um prequel de Battlestar Galactica , há um enredo bastante parecido , bastante angustiante e que aborda este tema de mente , alma , etc.
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