Robert Galbraith - O pseudônimo de J. K Rowling

Imagine carregar o peso da saga Harry Potter nas costas? Se você fosse a J. K Rowling e terminasse de escrever o último livro, imagine ter que inventar algo novo e saber que não vai ser apenas um livro, mas vai ter que ser equivalente ou melhor que os livros do bruxo? Pois é, a autora britânica sentiu muito bem esse peso nas costas. Ao se terminar algo que gera uma legião de fãs, a coisa fica complicada, pois mesmo que você escreva algo bom, isso não será mais o suficiente, haverá uma expectativa tão alta, que bom não pode ser mais uma opção, o tempo todo é preciso fazer algo equivalente, e esse "equivalente" uma hora não vai ser mais o suficiente também e tem que se superar. Sendo assim tudo fica muito mais complicado, e por mais que se escreva com um enorme prazer e se saiba que aquilo está sendo com amor e por diversão, as pessoas são influenciadas pelo o que já foi criado.

Nem todo mundo sabe, mas quando se escreve um livro, não é obrigatório o autor por o próprio nome, ele pode muito bem por apenas um pseudônimo e lançar dessa forma. O motivo para se ter um pseudônimo é variado, então podem ser coisas simples como por exemplo a pessoa achar seu nome feio, lançar um livro dessa maneira não é algo difícil e no próprio contrato com as editoras já existe a opção de pseudônimo. Mas no caso de Rowling, o motivo dela querer fazer isso foi muito mais voltado para a paz de espírito, a calma de escrever tranquilamente. Como todo mundo sabe, a mulher já ficou podre de rica com Harry Potter, sendo assim não era pela grana, e sim em ver o sucesso natural de sua obra, com críticas honestas e sem expectativas.

E assim surgia Robert Galbraith, um ex membro da polícia militar que resolveu escrever um livro e que nunca se sentiu muito bem em aparecer em público. Sobre a escolha desse nome, a autora declarou:

“Escolhi Robert porque é um dos meus nomes masculinos preferidos, porque Robert F. Kennedy é o meu herói, e porque, felizmente, não o tinha usado em nenhuma das personagens da série Harry Potter.”

 “Quando era criança, queria mesmo chamar-me Ella Galbraith, mas não sei porquê, nem me lembro de alguma vez ter conhecido alguém com esse nome.”

E assim em abril de 2013 saiu o primeiro livro de Robert Galbraith, chamado "O Chamado do Cuco", uma história de investigação policial. As críticas foram em geral muito positivas, apesar das baixíssimas vendas, porém algo completamente esperado para um escritor iniciante, então não estava nada alarmante. A autora também treinou uma assinatura falsa completamente nova e bem diferente da sua.

Naturalmente, uma escritora como essa precisa ser cliente de alguns lugares para facilitar a sua vida, e entre eles estava a empresa britânica de advogados chamada Russells. Nesse lugar não teve jeito e e ela teve que revelar sua verdadeira identidade, porém garantiram sigilo, mas em julho do mesmo ano algo aconteceu. Um dos advogados da firma contou pra melhor amiga de sua esposa sobre um tal livro policial, e que na verdade o autor dele era J.K Rowling, mas ninguém sabia. Até aí tudo bem, foi algo bem familiar e "interno", mas quando essa melhor amiga estava no twitter e viu uma jornalista do The Sunday Times comentar algo sobre "O Chamado do Cuco", ela enviou uma mensagem dizendo que ele na verdade era J. K Rowling. E foi aí que a coisa caiu na boca do povo com a publicação do jornal. A autora declarou o seguinte sobre o ocorrido:

"Um pequeno número de pessoas conhecia o meu pseudônimo e não foi agradável saber que uma mulher de quem nunca tinha ouvido falar até domingo à noite descobriu o que muitos dos meus melhores amigos não sabiam”

“Se alguém tivesse assistido aos planos labirínticos que concebi para esconder a minha identidade, ou visto a minha expressão quando percebi que o jogo tinha acabado, perceberia quão pouco quis ser descoberta.”

Até então o livro tinha vendido apenas 1500 cópias, mas após a revelação disparou e vendeu feito água. Editoras do mundo todo que nem ao menos sonhavam em adaptar também logo começaram os preparativos para tradução é claro. Tornou-se um best seller imediato, e naturalmente muitos falaram que ela só fez isso pela fama, mas a autora explicou que se fosse por isso, ela já teria desde o início usado o seu próprio nome, e mediante as acusações, a empresa de advogados enviou um pedido de desculpas e também uma declaração de que nem a autora, nem o editor tiveram nada a ver com a revelação:

 “Confirmamos que esta fuga de informação não foi parte de qualquer plano de marketing e que nem J. K. Rowling, nem o seu agente ou editor estiveram envolvidos”

Mas no final das contas, a autora acabou dizendo que não abandonaria o pseudônimo, e manteria o mesmo estilo e assinatura, aproveitou também para dizer que estava escrevendo o segundo livro da série, chamado The Silkworm. Você pode achar O Chamado do Cuco em português aqui.

Sobre J.K Rowling

J.K. Rowling é uma escritora britânica mais conhecida por sua série de livros de fantasia "Harry Potter". Desde o lançamento de seu primeiro livro em 1997, a série " Harry Potter" tem sido amplamente divulgada e vendeu milhões de exemplares em todo o mundo, além de ter sido adaptada para o cinema.

Antes do sucesso de "Harry Potter", J.K. Rowling enfrentou desafios financeiros e pessoais, incluindo a perda de seu pai e a rejeição por diversas editoras. No entanto, ela finalmente conseguiu publicar seu primeiro livro "Harry Potter e a Pedra Filosofal".

Depois do sucesso de "Harry Potter", J.K. Rowling continuou escrevendo e explorando novos temas e gêneros, incluindo "As Crônicas de Nárnia", "O Casual Vacancy" e "A Geração do Viral". No entanto, ela também enfrentou a pressão de seguir o sucesso de "Harry Potter", que foi onde a sua maior base de fãs se concentrou.

A carreira de J.K. Rowling é notável por seu impacto na indústria editorial e pelo sucesso global de sua série no mundo bruxo que criou o amor de muita gente. No entanto, a escritora também enfrentou desafios e críticas pesadas ao longo de sua carreira, especialmente por suas atitudes polêmicas e comentários que irritam muita gente. Independentemente disso, ela continua sendo uma figura influente e respeitada na indústria literária.

Sobre o Universo de Harry Potter

Harry Potter é uma franquia literária e cultural que tem encantado milhões de pessoas em todo o mundo. Criada pela autora Joanne Kathleen Rowling, a série de sete livros conta a história do jovem bruxo Harry Potter e suas aventuras no mundo mágico. Desde a publicação do primeiro livro, "Harry Potter e a Pedra Filosofal", em 1997, a série tem sido um sucesso global, vendendo milhões de exemplares e inspirando uma ampla gama de outras obras de ficção. E inclusive as capas brasileiras de Harry Potter são umas das mais bonitas do mundo.

Além dos livros, a franquia Harry Potter inclui filmes, jogos, sites de fãs e até mesmo um parque temático. A série também tem uma base de fãs dedicados, que se reúnem em sites como o Archive of Our Own para compartilhar sua paixão pela série com fanfics. Inclusive já rolaram polêmicas relacionadas a outras obras, como a acusação que alguns fãs fazem de Harry Potter ter copiado "Os Livros da Magia".

Uma amostra da grandiosidade do universo, foi o impacto de alguns atores que fizeram parte da série de filmes e como suas carreiras ganharam uma base enorme, como o trio Daniel Radcliffe (fez Harry Potter e o vimos em papéis inusitados como no filme de terror "A Mulher de Preto"), Rupert Grint (fez Rony Weasley e é um dos personagens principais da série de suspense da Apple, "Servant") e Emma Watson (fez Hermione Grander e participou do filme de suspense "Regressão") ou Eddie Redmayne (Protagonista de "Animais Fantásticos de Onde Habitam", Newt Scamander). 

 

Mas a coisa foi muito além dos protagonistas. Temos por exemplo Jamie Campbell Bower, que interpretou Grindelwald/Gellert Grindewald em "Harry Potter e as Relíquias da Morte" (Ele também brilhou na quarta temporada de Stranger Things) e até a presença de brasileiros como o ator Alfred Enoch, que fez Dino Thomas na saga Harry Potter original e a atriz Maria Fernanda Cândido, que interpretou Vivência Santos em "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore". Além de ter aqueles que deixaram saudades, como Anthony Robert McMillan, que interpretou Rúbeo Hagrid.

Uma das coisas que faz com que Harry Potter seja tão especial para muitos leitores, telespectadores e gamers, é sua capacidade de criar um mundo completamente novo e envolvente que se expande. A série apresenta uma ampla gama de personagens e criaturas mágicas, bem como uma ampla variedade de locais e instituições, incluindo Hogwarts, a escola de magia e bruxaria, e as casas de Hufflepuff (Lufa-Lufa), Slytherin (Sonserina), Gryffindor (Grifinória) e Ravenclaw (Corvinal).

Além disso, a franquia expandidiu para incluir outros jogos e aplicativos, alguns que não deram muito certo como Harry Potter Wizards Unite, que focava em realidade aumentada (RA), permitindo que os jogadores explorassem o mundo mágico e realizassem tarefas mágicas, mas que foi de base porque ninguém jogava a bagaça. Um jogo que causou um efeito contrário foi Hogwarts Legacy, que permite que os jogadores assumam o papel de um aluno de Hogwarts e experimentem a vida escolar na escola de magia.

 

Esse jogo causou um baita estouro já em seu anúncio, indo desde algo local, como o interesse pelos dubladores brasileiros de Hogwarts Legacy, até os gastos cabulosos que o povo fez em versões mais robustas como Hogwarts Legacy Deluxe Edition, que vem com vários extras digitais do jogo, até quem realmente está disposto a gastar muito e decidiu pegar a cabulosa Hogwarts Legacy Collector's Edition, que vem com nada menos do que uma varinha que levita de verdade. Não preciso nem dizer que a busca pelos requisitos mínimos de Hogwarts Legacy estourou com o lançamento, né?

Os jogos de Harry Potter inclusive sempre foram um sonho! Mesmo na época em que Harry Potter e a Pedra Filosofal foi lançado, já tinha alguns fangames. Alguns bem bizarros como Harry's Legend, em que Harry Potter espanca os inimigos e não tem magia nenhuma. Mas com o tempo passando, fomos vendo um novo jogo a cada filme. Inclusive a ideia do MMO de Harry Potter era genial, e os próprios fãs fizeram obras grandiosas como o maravilhoso The Floo Network, que recria o mundo bruxo inteiro em Minecraft e é perfeito pra jogar RPG online com os amigos.

Outro aspecto que contribui para o sucesso de Harry Potter é a quantidade de detalhes e profundidade que a autoura colocou no mundo mágico. O site especializado em Harry Potter, Pottermore é um exemplo, permitindo que os fãs mergulhem ainda mais profundamente no universo, aprendendo sobre as casas de Hogwarts, os personagens e as criaturas mágicas. Músicas temáticas é o que não falta, quem não morre de rir com as bagaceiras dos raps de Harry Potter? Ou mesmo aqui no blog, onde anualmente temos as Receitas do Volder.

O sucesso de Harry Potter também é influenciado por sua habilidade de se conectar com o público em uma profunda nível emocional. A história de Harry e sua jornada para derrotar Voldemort e proteger o mundo bruxo é repleta de reviravoltas e lições valiosas sobre amizade, coragem e amor. Até personagens secundários acabaram ganhando fãs, Albus Dumbledore, por exemplo, é um personagem que em obras em geral seria só ignorado, mas o diretor de Hogwarts toca o coração de muita gente, é um dos personagens mais queridos da série, com sua sabedoria e apoio a Harry ao longo da série. 

Fãs inclusive são tão obcecados, que já colocaram uma inteligência artificial para mostrar como seriam os personagens de Harry Potter segundo a descrição exata nos livros, e o resultado foi um tanto inusitado para vários deles, enquanto para outros foi algo que dá pra dizer que a adaptação caprichou bem até demais.

A franquia Harry Potter também tem sido comparada a outras obras de ficção de sucesso, como O Senhor dos Anéis de J.R.R. Tolkien. Assim como essa série, Harry Potter apresenta um mundo complexo e envolvente, repleto de personagens memoráveis e histórias épicas. O filme "Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald", que apresenta Jamie Campbell Bower como Gellert Grindewald, é um exemplo de como a franquia conseguiu se expandir para além dos livros, a ponto de gerar um spin-off e dar sequência a ele.

Claro que a coisa não é só alegria, e tivemos vários escândalos de Harry Potter, um exemplo é como o  ator que fez Neville Longbottom irritou muito os brasileiros, mas sem sombra de dúvidas, não tem quem cause mais treta do que a própria J.K. Rowling, se por uma época muitos fãs achavam simpático ela assumir uma identidade falsa pra lançar livros com outro nome, ou ficavam empolgados com o lançamento da série de TV Morte Súbita, que também é uma adaptação de Rowling, os seus comentários contra pessoas trans fizeram muitos fãs separarem completamente a obra da autora, passando a ignorá-la.

Em resumo, Harry Potter é uma franquia literária e cultural que deu o que falar com o passar dos anos, e tem encantado milhões de pessoas em todo o mundo, mas também gerado falatório negativo. Com sua criação rica em detalhes, personagens memoráveis e histórias emocionantes, não é de se admirar que a série continue a inspirar novas gerações de fãs e expandir ainda mais o mundo bruxo. Confira mais coisas interessantes no Blog Nerd Maldito.