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Tokyo Vice | Série da HBO mostra o submundo da Yakuza no Japão dos anos 90

É fácil se apaixonar pela cultura japonesa, indo desde as gigantes cidades super tecnológicas até um mergulho no ambiente mitológico, como os Clássicos Japoneses Sobrenaturais. Obviamente o submundo é uma parte intrigante, tanto que obras como Samurai Shirô, que mostra ações da Yakuza no Brasil, foi premiada e ainda ganhou adaptação para filme. Obviamente, uma obra tão incrível como Tóquio Proibida: Uma viagem perigosa pelo submundo japonês, simplesmente não podia ficar de fora do radar das emissoras.
 
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No ano de 1999, o americano Jake Adelstein foi para o Japão em busca de uma nova vida, distante de seus problemas familiares e procurando se provar. No entanto, as coisas acabam não sendo como ele imaginava, e na busca de algo novo, acaba fazendo a prova para entrar no Yomiuri Shimbun, o maior jornal do Japão e um dos maiores do mundo. E o que inicialmente são apenas matérias sobre coisas normais e cotidianas, logo se mostram como entradas para um verdadeiro submundo do crime japonês. 
Essa é uma série que eu realmente fiquei sabendo de surpresa no fim das contas, pois simplesmente não tinha visto informações algumas sobre, quando vi, já tava na beira da estreia da segunda temporada. E, ao perguntar, vi que muita gente também não ficou sabendo da coisa. Acho até estranho, já que a coisa por completa é bastante apelativa, sendo da HBO, ambientada no Japão na virada do milênio, e ainda apresentando o mundo da Yakuza! Como isso não foi um estouro imediato?

Apesar da participação do próprio autor, por algum motivo mudaram algumas coisas. Provavelmente dificuldades técnicas. Mas a coisa é apresentada em 1999, enquanto o livro mostra a chegada no começo da década de 90. Apesar de tudo, dá pra sentir bem esse climinha, com a limitação tecnológica da coisa e que tem um charme enorme que podemos ver em alguns filmes japoneses desse tempo, como Tomie, Parasite Eve e Ringu.
É maravilhoso ver que não adaptaram para que Jake fosse o típico fodão mais inteligente que todos e que consegue ter sacadas geniais que sempre surpreende os inimigos. Talvez porque tenham decidido manter algo baseado em uma história real. Sendo assim, temos ele se lascando muito, sofrendo, errando, inclusive sendo espancado. A sensação de vitórias que o personagem tem, é algo que parece ter surgido de trabalho árduo, e não porque ele é o herói e já estava preparado. Apesar de que no começo dá a sensação de que isso vai acontecer.
 
Também é muito bacana como as pessoas em geral são mostradas como algo mais real. Os Yakuza, por exemplo, não são só uns bandidões máquinas de matar. Eles mesmos têm medo e sentem a pressão, e isso inclui os próprios chefes, que não são mestres do mal implacáveis. Dá pra ver a pressão que podem receber da polícia, e o medo que os policiais têm, além da corrupção e vida urbana no submundo.
Eu não gostei muito da fotografia não, achei um tanto bagaceira, me passando a sensação de algo filmado usando um celular de altíssima definição. Levando em consideração o quanto amei a fotografia de Copenhagen Cowboy, que mostra o submundo do crime dinamarquês, imaginei que uma cidade psicodélica como Tóquio poderia ter recebido algo semelhante. Por outro lado, o amigo que assistiu comigo disse que isso passou pra ele um charme a mais, fugindo do padrão de obras super estilosas e dando um toque peculiar à coisa. No fim das contas acabei me acostumando e não percebendo mais.

Imagino que deva ter custado uma fortuna fazer tudo, pois foi necessário um cuidado monstro pra adaptar algo para a década de 90, colocando itens da época em todo lugar, inclusive em ambientes abertos lotados de pessoas. Além disso, praticamente o elenco inteiro fala inglês e japonês, e tem MUIIIITO japonês ali viu. O mesmo para o elenco ocidental, já que não é só Jake, tem outras pessoas de outros lugares, que também falam frequentemente. Essa é daquelas séries que o idioma muda o tempo todo.
A série me passou uma sensação muito aconchegante, apresentando o submundo japonês com impacto cultural. Inclusive de vez em quando apresentando algumas coisas super nostálgicas do fim dos anos 90, como um momento em que um amigo Yakuza do Jake está dirigindo em um fim de noite, e no rádio começa a tocar "I Want It That Way" dos Backstreet Boys, e ele começa a cantar junto. O Jake começa a rir com o quanto é inusitado, e eles discutem sobre o significado dessa letra. Quem viveu junto e lembra, se diverte junto como se estivesse lá.

Enfim, tá aí uma opção bem interessante de série que talvez você goste muito. Dá pra ver a primeira temporada bem rapidinho, pois são apenas 8 episódios. E existe aquele toque a mais, já que acaba sendo bastante educativo sobre muitas coisas. Se você está procurando por algo fora do padrão, definitivamente deve se atrair. O livro foi lançado em português e atualmente tá com desconto, confira:

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Sobre o livro

"Tokyo Vice" é uma obra literária escrita por Jake Adelstein, um ex-jornalista americano que trabalhou no Japão e que oferece uma visão intensa e fascinante do submundo criminal de Tóquio. Publicado em 2009, o livro é uma narrativa não-ficcional baseada nas experiências reais de Adelstein enquanto repórter policial para o jornal japonês Yomiuri Shimbun.

A obra é um mergulho profundo na cultura e na criminalidade de Tóquio, revelando as entranhas dos grupos criminosos, como a yakuza, a influência que exercem na sociedade e a complexa relação entre a polícia e o crime organizado.

Jake Adelstein relata suas experiências investigativas, expondo a corrupção policial, os jogos de poder entre as diferentes facções yakuza e os crimes hediondos que permeiam a metrópole japonesa. Ao mesmo tempo, ele oferece insights sobre a cultura japonesa, suas nuances, tradições e estruturas sociais que muitas vezes colidem com a natureza criminosa que ele expõe.

Um dos pontos fortes de "Tokyo Vice" é a sua narrativa cativante. Adelstein consegue equilibrar o suspense dos acontecimentos criminais com reflexões profundas sobre ética, moralidade e sua própria jornada pessoal como estrangeiro investigando crimes no Japão.

A exploração da yakuza, uma das organizações criminosas mais conhecidas do mundo, é especialmente fascinante. Adelstein desmistifica muitos dos estereótipos existentes e oferece uma visão mais complexa sobre o papel e a influência da yakuza na sociedade japonesa, mostrando como essa organização criminosa está enraizada em várias esferas da vida cotidiana no país.

Além disso, o livro aborda questões pertinentes sobre a ética jornalística, os dilemas morais enfrentados ao investigar o crime organizado e os riscos envolvidos em expor a verdade em um ambiente onde a corrupção pode ser onipresente.

"Tokyo Vice" não apenas entretém, mas também educa, oferecendo uma janela para uma cultura diferente e desafiando muitas das percepções convencionais sobre o Japão e sua criminalidade. O livro é uma leitura obrigatória para aqueles interessados em jornalismo investigativo, cultura japonesa e estudos sobre criminalidade organizada.

A obra de Jake Adelstein foi tão impactante que inspirou a produção de uma série de televisão com o mesmo nome. Estrelada por Ansel Elgort e Ken Watanabe, a adaptação para a tela expande ainda mais o alcance da história, levando-a a um público mais amplo e oferecendo uma visão visualmente envolvente do mundo sombrio e intrigante retratado no livro.

Em resumo, "Tokyo Vice" é uma obra que vai além de ser um simples relato sobre crimes no Japão. É um mergulho profundo na complexa interseção entre jornalismo, ética, cultura e criminalidade, oferecendo uma perspectiva única e envolvente sobre um dos submundos criminais mais fascinantes e desconhecidos do mundo.

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