Esses dias fui assistir Netflix Party com um amigo e ele escolheu Murder Party, um filme de 2007 indie e bem esquisito que eu não tinha ideia do que se tratava, mas pelo nome, imaginei que era algo genérico, um monte de adolescentes em uma festa e então uma chacina ou algo assim. Bom... É algo mais voltado para um público que é fã de histórias de psicopatas, porém com um toque meio hipster de ser.
A história é sobre um solteiro quarentão chamado Christopher, que mora com seu gato e tenta viver sua vida como dá. Ele é um cara meio atrapalhado e bem estilo tiozão mesmo, e durante o dia das bruxas acaba achando na rua um convite que era levado pelo vento. Nele dizia que a pessoa estava convidada para a "Festa Assassina" e logo Christopher percebe que se deu bem! Bom... Ao menos é o que parece.
A princípio eu não conseguia me situar bem em relação a um monte de coisas do filme, como por exemplo a época que se passava, parecia ser os anos 80, pois aparecia o protagonista indo à locadora alugar fitas de vídeo e colocaram todo o visual externo sem coisas que indicassem algo moderno, parecia realmente ser retro. Mas no fim das contas acho que era só pra confundir quem assistia mesmo, pois logo meteram celulares no meio, descartando a ideia de que fizeram algo tipo Corrente do Mal, colocando o filme pra ser atemporal.
O filme se passa a maioria do tempo em um galpão e apesar de não ter me passado uma sensação de algo intenso e maravilhoso, acabou se destacando por ser diferente. Os participantes da festa são um monte de psicopatas excêntricos e artistas. Eles querem fazer uma chacina, porém querem algo diferenciado, que seja visto como arte. É só a bagaceira.
Acabei descobrindo que o filme não era de terror. Isso pode ser bem desagradável para alguns. Pra falar a verdade dependendo do clima eu poderia não estar com mente muito aberta pra isso também, porém felizmente estava no clima de apenas assistir algo sem saber do que se tratava. E assim aceitei numa boa que é uma comédia suave.
Não é um besteirol, é mais para humor negro. Aquele climinha de algo macabro, meio esculhambado, porém sem forçar para que o público sorria. Os risos vem mais da parte gore e desesperada dos vilões botando pra quebrar atrás do protagonista, que acaba passando uma atmosfera caricata que lembra personagens de jogos, tipo o Al Emmo ou o cavaleiro atrapalhado de Dragon's Lair.
Christopher usa uma fantasia de cavaleiro medieval feita de papelão e um óculos. Ele não fala muito, a maioria das falas são dos vilões, as participações do protagonista são mais com sons de sustinhos, aqueles meio fininhos, curtos e contidos "Ah!, Uh!, AHHHH!!!". Agora imagina esse cara correndo por aí e um maluco todo ensanguentado atrás dele com um machado. É bem essa a sensação do filme.
Mas sem sombra de dúvidas é uma experiência que no geral parece neutra. Ele não é um filme intenso, o que diferencia ele é mais o fato de não ser só uma cópia de outro filme. Mas falta aquele gostinho especial. Talvez para alguns exatamente esse toque seco da coisa é o que possa tornar ele especial, mas não foi o que senti. Eu achei bacana, mas não me apaixonei.
Depois descobri que é uma produção que foi feita entre amigos, boa parte do elenco se conhecia desde os anos 80 e inclusive a maioria tem o mesmo nome dos personagens. É notável que a produção tem um toque pessoal e isso é bom, você percebe que é bem indie, mas no geral é muito bem feito dentro da limitação do orçamento, as cenas externas são robustas em detalhes a nível de grandes produções.
Enfim, esse é um filme que eu recomendo para aqueles momentos que você não tem muito o que fazer e apenas quer assistir algo a noite com os amigos. Pode gerar belas gargalhadas com o jeito de agir dos personagens estranhos e esse climinha meio excêntrico que eles tem. Agora se você estiver sem saco e a penas quer algo mais focado na diversão, melhor passar longe, a diversão aqui tem um estilo meio fora do padrão.
0 Comentários