Todos nós sabemos que rolaram inúmeras histórias na era medieval, no entanto é fácil só pensar nas mais grandiosas envolvendo batalhas épicas, reinos inteiros e etc. Os jogos são mais um reflexo disso, sendo assim é fácil esquecer que existiram também pessoas simples com vidas bem diferentes. E Graveyard Keeper é um jogo que vem com uma proposta que foca exatamente em algo diferente, no caso você é um coveiro medieval!
A história inicial é meio inusitada e tive a mesma surpresa que tive ao jogar o primeiro Assassin's Creed, isso porque o começo é no futuro, mostrando um cara que tem uma vida tranquila com uma esposa que o ama, no entanto após um acidente ele acaba despertando na era medieval e todos dizem que ele é o novo coveiro da cidade. Sem opção ele passa a exercer essa profissão e conhecer o lugar.
Eu fiquei meses ansioso esperando por esse jogo, a temática simplesmente me atraia demais, sendo um jogo do gênero CMS totalmente inusitado. Apesar de eu já ter visto um jogo de administração de cemitério, que é o brasileiríssimo Cim-Itério, mas esse é underground demais e de uma outra era, que acabou morrendo por ter nascido em uma época onde as coisas eram difíceis demais para desenvolvedores brasileiros.
Mas me surpreendeu o fato de que o jogo não foca exclusivamente no cemitério como pensei que seria. Ao invés disso ele está muito mais próximo de jogos como Moonlighter e Shoppe Keep 2, ou seja, são jogos de administração, mas que focam na vida do personagem e você vai muito mais além do que o seu campo de negócios.
No caso de Graveyard Keeper a coisa vai até mais além, já que o mundo 2D apresentado é imenso e não são áreas conectadas como em Dink Smallwood, é um mundo aberto mesmo que você anda pra caramba para resolver as coisas, tendo múltiplas missões dos mais variados tipos. Foi algo que gostei, mas que assumo que muitos podem não gostar tanto.
O negócio é que o jogo acaba se tornando um RPG mesmo, em que você vaga por aí, fala com pessoas, consegue missões e as resolve. Se a pessoa for jogar e quiser exclusivamente administrar o cemitério, pode ficar meio frustrada em ter que sair do lugar, atravessar um enorme campo e então chegar até a cidade mais próxima para resolver as coisas.
O jogo é dos mesmos criadores do aclamado Punch Club, e você consegue ver bem que existe uma certa atmosfera familiar. Mas lá é um simulador de vida de lutador, e aqui é de coveiro, e a ideia também é bem mais ambiciosa, pois você realmente controla o personagem ao invés de ser um point and click.
A mecânica no cemitério é escolher onde cavar os túmulos, decorá-los e fazer outras coisinhas. Você vai melhorando o seu nível dependendo do quanto se esforçar para adicionar túmulos de qualidade ao invés de ser só um buraco com um defunto. Em certas ocasiões terá que desenterrar algum cadáver, seja pra mudar de lugar, seja pra jogar fora.
Existe um toque de humor muito bom no jogo, por exemplo tem um lugar na cidade que compra carne, e bom... Você tem muita carne pra vender! Esse toque de humor negro é muito frequente e a tradução pra português ficou espetacular, o tradutor fez realmente piadinhas que funcionam para o público nacional.
Enfim, Graveyard Keeper é um jogo híbrido que mistura administração e aventura. Tem um clima simpático, mas um toque de humor negro, pode gerar uma boa diversão, no entanto acho que não dá pra esperar algo super inovador nem como CMS nem como jogo de aventura, então é mais pra passar o tempo tranquilo mesmo. Recomendo sempre dar uma olhadinha no preço dele na Greenman Gaming antes de comprar na steam, algumas vezes os preços deles estão bem abaixo do normal, e sempre lembre de olhar os cupons de desconto que eles espalham pelo site, que deixa a coisa mais barata ainda, dê uma conferida aqui.
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