Obras como Mice and Mystics e Overgrowth acabam gerando uma atmosfera peculiar, e quando existe um toco mais sério na coisa, isso se torna mais interessante ainda, e esse é bem o caso de Ghost of a Tale, um jogo em um ambiente medieval super atmosférico em que você assume o controle de um simpático ratinho.
A história tem início em uma masmorra onde o rato Tilo está preso, até que ele recebe uma carta misteriosa de alguém pedindo para encontrá-lo e uma forma de fugir dali. Apesar de tudo, o resto do castelo é lotado de ratazanas armadas prontas para eliminar qualquer ameaça ou tentativa de fuga e por isso é preciso uma enorme cautela.
A história tem início em uma masmorra onde o rato Tilo está preso, até que ele recebe uma carta misteriosa de alguém pedindo para encontrá-lo e uma forma de fugir dali. Apesar de tudo, o resto do castelo é lotado de ratazanas armadas prontas para eliminar qualquer ameaça ou tentativa de fuga e por isso é preciso uma enorme cautela.
A grosso modo, esse jogo pode ser visto puramente como sendo do gênero stealth, no entanto existe uma grande quantidade de elementos que acabam fazendo com que o jogo apresente uma experiência bastante única, com RPG e até terror, tornando-o ainda mais atraente exatamente por ser daquele tipo que é meio difícil achar algo semelhante.
A atmosfera medieval somada ao stealth acabam lembrando a princípio jogos como Shadwen e Styx: Shards of Darkness, apresentando um ambiente obscuro e sujo com castelos, e o fato de ser necessário se esconder nas sombras acaba dando um toque semelhante a ambas as obras, embora cada uma tenha sua peculiaridade, e nesse aqui por exemplo na maioria do tempo você não pode eliminar de verdade os inimigos.
Então o stealth desse aqui acaba dando um toque de terror ao jogo, já que você tem que evitar e fugir dos inimigos, se estão de costas não pode simplesmente assassiná-los. E mesmo as opções de desmaiá-los acabam sendo um pouco limitadas, portanto o mais comum será esperar saírem de um lugar e então passar por trás.
Apesar de tudo a maioria dos inimigos não é implacável como um Hello Neighbor da vida, a visão limitada deles te beneficia bastante, então enquanto para uns poderá dar um medo enorme de correr e acabar em um beco sem saída, para outros poderá ser bem tranquilo fugir e talvez sejam até mesmo ousados o suficiente para passar correndo na frente dos guardas pra chegar rapidamente a um lugar.
Esse é um jogo bem robusto em história e existe um toque de fantasia e mistério maravilhoso, tornando as coisas muito atmosféricas, seja a carta daquele que te ajuda a fugir, sejam os personagens que você encontra, como o sapo pirata insano ou a dupla de ladrões que acabou também sendo presa na masmorra.
Cada personagem que você pode falar acaba te oferecendo algo, seja missões, seja informações. E o mais legal é que existe uma enorme variação na forma de se comunicar, por exemplo o ferreiro pode te vender informações, já um dos personagens pede pra você ajudar ele a fazer uma rima de uma música e é preciso continuar com algo que rima à medida em que ele canta a parte dele.
Com essa troca frequente de informações e missões coletadas, você aos poucos vai descobrindo mistérios do castelo, passagens secretas, atitudes de certos guardas, dicas de coisas escondidas, etc. Você vai e volta diversas vezes nos ambientes e aos poucos vai percebendo o que tem que fazer paga conseguir ir além.
Existe também um inventário lotado de coisas, e é engraçado como dependendo do que você estiver vestindo, os outros personagens vão agir de uma forma diferente para tratar você. Por exemplo o ferreiro se recusa a falar qualquer coisa se você estiver vestido de pirata, pois é mal para os negócios, já o pirata sapo fica bem mais amigável.
A interação com os objetos do ambiente é fenomenal e você precisa realmente observar cada detalhe do lugar, pois objetos não ficam piscando pra indicar que dá pra interagir, você precisa realmente olhar e ver, e isso não inclui só objetos na altura do ratinho, é na frente, em cima, embaixo, ou onde for. Se algo estiver algo demais e parecer ter algo, pegue um banquinho, coloque ali, suba nele e confira pra ver se tem algo.
Existe também passagem de tempo, dia e noite vão fazer as coisas serem diferentes, os guardas podem estar dormindo ou sonolentos, com visão mais limitada, mas você também tem que se adaptar e pegar uma lamparina para enxergar em lugares muito escuros, porém é preciso de velas ou combustível para manter a luz acesa.
Os gráficos são fenomenais! Foram inúmeras as vezes em que citei ele enquanto apresentava ao vivo no Twitch do Nerd Maldito, ao contrário do que se espera de jogos com animais humanoides como Twinsen's Odyssey, ele não é estilo cartoon, mas algo realista, beirando o Dark Fantasy, com uma iluminação maravilhosa e ambientes escuros, além de uma quantidade imensa de elementos, sejam folhas caindo, sejam insetos vagando. Foi uma surpresa quando descobri que é feito no Unity, mas aí lembrei do The Blacksmith, que já mostrou o potencial de algo do tipo.
Enfim, um ótimo jogo para quem gosta de explorar e um toque atmosférico. Você tem uma imensa liberdade para correr, saltar, pular coisas, dando uma diferenciada de jogos Stealth padrões, e somando isso aos outros elementos acaba naturalmente se tornando algo único. Então fica essa dica para quem procura algo diferente.
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