Eu já falei aqui no blog sobre o pavor que tenho do mar, a ideia de um ambiente tão vasto, que limita sua velocidade e pode esconder criaturas gigantes me dá um arrepio enorme, mas também uma imensa admiração. Existem várias obras com foco nos mistérios que os oceanos escondem, H.P. Lovecraft foi um dos que tornou isso o mais puro horror e filmes como Tubarão deixou pessoas em pânico. Hoje vou falar sobre uma dessas obras, com foco no modo cooperativo.
Detritos de um meteoro foram descobertos no fundo do oceano ártico, as amostras são capazes de criar energia pura auto-suficiente, e para criar uma campanha promocional para a coleta dos detritos, uma pequena equipe é enviada para capturar imagens. No entanto um acidente acontece e dois dos membros ficam presos no lugar cheio de criaturas que se tornaram mutantes graças ao contato com os restos do meteoro.
Esse é um jogo daqueles que o foco é bastante forte na história, e apesar de ter uma jogabilidade em que é preciso trabalhar em equipe, acredito que a maioria vai querer jogar apenas uma vez, já que a coisa não é tão variada. Sendo assim a experiência é divertida, é tensa, mas ao meu ver é única, tipo aqueles filmes que você assiste, gosta, mas não pretende rever porque já absorveu tudo.
É o tipo de coisa para aqueles momentos em que você quer passar um tempo com um amigo, fazer algo com ele, mas estão distantes, então decide embarcar em uma experiência cooperativa. Mas se por um lado o baixo fator de rejogabilidade está presente, por outro é apresentada uma experiência realmente muito atmosférica.
O clima tenso lembra demais obras como VESSEL, além de ficção científica pesadona dos anos 80 como O Enigma de Outro Mundo. É daquelas histórias que mostra pessoas usando equipamentos para medir certas coisas e uma essência de mistério extremamente forma, que você se sente indo cada vez mais para onde está algo horrível te esperando.
Sem sombra de dúvidas uma das coisas que mais ajuda nesse quesito é a trilha sonora, que é com certeza nota 10, orquestrada de um jeito que me surpreendeu demais. Eu realmente imaginei que seria algo genérico, mas acho que é um dos elementos que mais ajudam a manter a atmosfera do jogo, se adaptando muito bem aos momentos e te deixando nervoso em momentos tensos, além de dar aquele frio na barriga com momentos épicos.
A página da steam descreve o jogo como simulador de andar, que pra quem não sabe são jogos como Everybody's Gone to Rapture e o pequeno 9.03m, no entanto acho que isso pode acabar passando uma ideia errada da coisa. É verdade que basicamente você anda, mas não é porque não tem ataques que acho que deveria ser considerado assim, se não Amnesia também seria.
O negócio é que os desafios da coisa estão em conseguir atravessar os cenários, seja passar por um túnel cheio de criaturas gigantes que ficam entrando e saindo de certos pontos, dando dano se encostam em você, ou atravessar uma área aberta lotada de peixes parecidos com piranhas que te perseguem e são atraídas por calor.
O trabalho em equipe está no fato de que um dos jogadores tem uma arma e o outro tem luz, é necessário que um guie o outro proteja. Mas a situação pode mudar em alguns casos, como os tubarões que temem luz e o guia precisa usar isso como barreira para que o atacante passe por trás ou o siga. O ar também precisa ser compartilhado e uma contagem de minutos restantes de oxigênio é mostrada o tempo todo.
Enfim, Debris é um jogo interessante, ele está muito mais focado na atmosfera do que em qualquer outra coisa. É o tipo de obra que pode encantar pessoas que gostam de experiências mais mórbidas, mas que não é uma super atração também. Ou seja, é um ótimo passa-tempo para ser uma experiência de uma jogada só. O preço assusta um pouco, mas em época de promoção acho que vale a pena.
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