Finalmente tirei um tempo para assistir IT, e acho que acabei caindo em um daqueles casos da expectativa que mata a diversão. Digo isso porque o povo ficou tão frenético, apareceu uma legião de pessoas dizendo que teria pesadelos com palhaços, teve até aquele lance do Burger King que quis proibir o filme nos cinemas russos. Isso sem contar com o marketing, como o curta metragem interativo, e até aqui no Brasil a coisa foi pesada, tendo direito a uma pegadinha própria.
Mas bom, vamos começar do início né? It é um livro de Stephen King, que foi lançado em 1986, surpreendendo de imediato pela sua grossura exagerada, tendo mais de mil páginas. Mas logo sendo também um sucesso, assim como livros em geral do autor. Já no começo dos anos 90 foi lançada a mini série It: Uma obra prima do medo, que teve seus quatro episódios juntos e convertidos em um filme.
A história se passa na cidade de Derry, onde o nível de desaparecimento é maior do que a média, e durante uma terrível tempestade um garoto desaparece. Até mesmo seus pais desistem de procurá-lo e acham que o menino está morto, mas o irmão continua investigando, e logo descobre que tudo é mais sinistro do que parece.
Quando esse filme foi anunciado, logo pensei que seria apenas mais um filme, afinal nunca vi o palhaço Pennywise fazendo tanto sucesso quanto outras obras do autor. O via aqui e ali, mas no geral era mais uma criação apenas. Talvez fosse até mesmo visto como brega, afinal de contas é um palhaço assassino né?
Não estou minimizando a influência de Pennywise na Cultura Pop, é claro certamente foi graças a Stephen King que vimos outros palhaços malditos por aí, como o do We All Scream for Ice Cream, que aparece em Masters of Horror, ou mesmo o palhaço assassino Twisty de American Horror Story. No entanto antes do filme, eu não via o povo idolatrando a obra dos anos 90. Quando escrevi sobre aqui no blog, o povo nem ao menos comentou nada.
Ou seja, parecia aquele tipo de coisa bacana, mas que não consegue encantar. Sendo assim ao ver que iria ter um "remake", logo imaginei que seria só mais um filme, que o povo não ia dar a mínima bola. E que provavelmente seria até genérico, pois a imagem do Pennywise clássico estava tão impregnada que seria meio estranho trocar o visual e ator.
Então imaginem a minha surpresa ao ver o pessoal falando sobre? A empolgação, a gritaria. Isso sem contar com os dramáticos que citei no começo da matéria, falando que jamais iriam dormir novamente ou teriam pesadelos pra sempre com palhaços, além dos mais exagerados, jurando ter Coulrofobia, um tipo de fobia que só é mesmo popular entre crianças.
Talvez o grande empurrão na popularidade do filme tenha sido o fato de terem aproveitado a tendência de idolatração dos anos 80, contratando o ator Finn Wolfhard, de Stranger Things, e adicionando uma atmosfera extremamente retro, capaz de causar nostalgia em qualquer um, tendo vivido ou não naquela época.
Eu tinha chegado a comentar na comparação entre o trailer de 2017 e a versão de 1990 sobre como era engraçado como a versão de 2017 parecia mais retro do que a versão dos anos 90. E isso realmente é porque a versão daquela época não tinha foco em ser retro (mesmo as crianças mostradas sendo dos anos 60).
Mas bom, o tempo passou e não assisti, até finalmente achar um tempo e tenho que dizer que gostei do filme, porém eu realmente imaginei que iria ter um terror mais pesado. Aquela tensão de ter algo escondido em algum lugar, porém não é o que acontece... Em relação ao terror, achei o filme bem padrão, nada que consiga marcar.
Achei o início do filme meio cansativo, pois são várias crianças e eles vão mostrando uma a uma como tem o primeiro contato com Pennywise, porém chega um momento em que é uma cena atrás da outra e em um ponto eu já estava pensando "Nossa, agora só faltam dois, aleluia! Depois disso o filme começa!".
Acho que poderia ter sido de uma forma mais tranquila, porém talvez a maioria das pessoas não se importe ou mesmo note essa sequencia enorme de cenas de introdução. Afinal de contas em filmes de terror é normal ter cenas de terror né? Mas não sei... Talvez eu tenha achado cansativo por notar que estava sendo uma atrás da outra só pra depois todos falarem que viram.
Porém depois que isso passa, o filme fica mais fluído, de certa forma me lembrou quando assisti Invocação do Mal, que no geral é um filme com uma história super padrão, mas que agrada pela fluidez. E em alguns pontos It consegue ficar desse jeito, simplesmente aconchegante de se assistir, não apresentando nada de inovador, mas com uma atmosfera agradável.
Enfim, tá aí um bom filme de terror. Eu gostaria de ter gostado mais, porém sei que ainda assim é muito melhor do que a maioria dos filmes do gênero. Acredito que funcionaria muito melhor como uma série, graças à correria em apresentar os personagens, mas ainda assim é um filme que recomendo. Quem se interessar pode conferir aqui.
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