Eu já citei Motion Comics tantas vezes aqui no blog, que acho que é melhor finalmente falar um pouco sobre esse estilo de arte que facilita muito a vida das pessoas. Ele é equivalente aos audiolivros, só que das histórias em quadrinhos. Então se você fica encantado com aquele monte de graphic novels, mas não tem tempo ou é preguiçoso demais para ler, isso vai te ajudar demais!
Os Motion Comics são revistas em quadrinhos que foram animadas de uma forma bruta, ou seja não são adaptações para desenhos animados, mas sim as próprias telas originais de uma HQ são pegas para serem usadas como base da coisa. O resultado disso é um estilo de animação que não é suave como animações convencionais.
As técnicas usadas podem ir desde coisas simples até animações complexas. Um exemplo simples é pegar um quadro em que um personagem está olhando para o céu, e colocar a câmera primeiro focando no rosto do personagem e então ir subindo aos poucos. Dessa maneira não há uma animação real da imagem em si, mas como é adicionada uma câmera em movimento, já torna a coisa animada.
Mas o estilo mais comum é pegarem uma imagem, recortarem certos elementos dela e colocarem esses elementos em movimento na tela. Por exemplo se em um quadro aparece um dardo voando em direção a um alvo, em um motion comic esse dardo é pego, colocado no seu ponto de início e então se movimentando até acertar.
Vez ou outra é necessário um retoque dos artistas de motion comic, se uma garrafa aparece estraçalhada após uma queda, por exemplo, é necessário que eles redesenhem a garrafa ainda intacta, pois precisarão mostrar esse objeto voando antes de se estraçalhar.
Em alguns poucos casos ainda existem artistas que fazem modelos 3D de rostos de personagens, mas usam a técnica cell shadder, para parecer um desenho animado real, e assim substituem as faces por rostos 3D que se movimentam de forma realista. Muitas vezes chega a ficar esquisito, pois dá um contraste muito forte com a animação limitada dos outros objetos.
Essas animações também recebem dublagem, a maioria mantém os balões de fala, que surgem ao mesmo tempo em que a voz surge no vídeo. No entanto tem alguns que eliminam por completo a coisa, mas costuma ser a minoria das obras, até porque muitas tem onomatopeias, que também acabam sendo animadas e acompanhadas de efeitos sonoros e até música.
As primeiras animações desse estilo surgiram em animações independente no começo da década de 2000, com a popularização dos computadores as pessoas começaram a querer fazer animações, no entanto como vocês sabem bem, é bastante caro fazer isso, então se viravam como podiam e assim surgiam os Motion Comics.
Apesar de tudo, por mais incrível que pareça, o conceito da coisa surgiu na ficção científica, na obra do autor Philip K. Dick, no livro "A Arma Impossível", em que ele descreve detalhadamente o conceito de uma Motion Comic. Mas assim como muito do que nasce na ficção científica, naquela época era algo limitado apenas à imaginação.
Enfim, essa é uma ótima opção para quem quer agilizar leitura ou simplesmente ver obras de uma maneira diferente. O mais legal é que diversas das obras são dubladas em português pelos próprios fãs ou pelo menos legendados. Eu já citei aqui no blog alguns, como Watchmen, que ficou fenomenal, a edição de The Walking Dead, ou mesmo coisas que nem são adaptações, mas que usam a técnica, como a série N do Stephen King. Agora fiquem com um exemplo sem animações de elementos, feito por fã:
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