Parece que 2016 foi o ano escolhido para colocar as obras mais satânicas todas juntas em forma de série. Ironicamente todas adaptações de outro tipo de mídia, tivemos Damien, Preacher e Outcast em uma tacada só. E pra finalizar lançaram o remake do clássico do terror O Exorcista, porém em forma de seriado. Então foram várias séries baseadas em filmes e HQ's e agora chegou a hora de falar sobre essa última.
É bem improvável que você não conheça o filme, mas caso realmente não saiba de nada, trata-se da história de uma garota que acaba sendo possuída pelo demônio e isso faz com que dois padres, Tomas Ortega e Marcus Keane, se unam para tentar fazer um ritual de exorcismo, no entanto o poder da entidade é absurdo, podendo mover objetos e causando deformações na garota.
Esse é o tipo de série que automaticamente chama a atenção das pessoas, afinal de contas usa um clássico como base e causa ao mesmo tempo interesse e preocupação, pois a própria proposta é tendenciosa, então não é surpresa quando sai uma baita de uma tosqueira, pois é impressionante a capacidade dos roteiristas e diretores em distorcer fórmulas.
Por outro lado, também é possível que a coisa fique maravilhosa, afinal de contas nada impede que o criador de um remake tenha mais talento que o próprio criador de uma obra original. Aliás, o próprio filme é uma conversão de mídia também, ele é baseado no livro Exorcismo, que conta eventos bizarros que aconteceram com um garoto no fim dos anos 40, e que inclusive foi lançado no Brasil pela editora Darkside.
Sendo assim, por que não? Uma coisa que gerou algumas críticas mas que sinceramente eu gostei pra caramba foi a presença do ator Alfonso Herrera (Padre Tomas Ortega). O negócio é que o cara era um RBD e isso gera um baita preconceito. Mas sinceramente fiquei feliz por ele, ver um ator latino-americano crescendo assim, primeiro participando da polêmica Sense8 e depois pegando papel de protagonista.
No entanto, tenho que assumir que a primeira vista não gostei da forma que os roteiristas colocaram os padres. No início tanto Padre Tomas quanto padre Marcus são meio excêntricos demais, o primeiro parece um garotão surfista que dá sermões de forma descolada, o segundo parece um padre rebelde que faz as coisas diferentes e chega até a apontar uma arma pra outro padre que tenta impedir que ele exorcize um garoto.
Esse toque excêntrico ficou meio hollywoodiano demais, achei bobinho. Mas felizmente ainda no primeiro episódio a coisa fica mais sombria e você pode ver os personagens sofrendo com seus erros. Isso dá um toque de maior seriedade à coisa. A mudança é tão brusca que achei bizarro, parece até que um roteirista começou a escrever e outro tomou o papel da mão dele e continuou. Pelo menos ficou melhor a coisa, mais sombria.
Eu sinceramente gostei da série, ela usa técnicas de filme de terror. Não tenta se segurar para não assustar o público e isso é muito bom. Tem algumas cenas macabras e até mesmo usaram técnicas de fotografia interessantes para substituir elementos ultrapassados da obra original. Por exemplo o diabo que fica piscando na tela vez ou outra no filme, aqui ao invés disso é mostrado a garota, mas em uma cena bem mais duradoura e com ela sendo envolvida pelas sombras.
Enfim, vale a pena dar uma olhada. Se você é fã de terror, definitivamente essa vai acabar agradando bastante. Comecei com o pé um pouco atrás, no entanto a medida que o primeiro episódio foi passando e cenas assustadoras surgindo, percebi que a coisa tava realmente me agradando, sendo assim recomendo!
1 Comentários
Um dos roteiristas dessa série, o Jeremy Slater, já roteirizou Quarteto Fantástico (2015) e The Lazarus Efect (não lembro do título no BR), dois filmes ligeiramente ruins com um roteiro todo cagado.
ResponderExcluirÉ impressão minha ou eles REALMENTE trocaram de roteirista no meio da produção disso aí? Porque eu não consigo imaginar o Jeremy escrevendo algo que preste. '-'
(E ele vai fazer o roteiro do Death Note da Netflix, infelizmente. -_-)