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A mitologia da Bruxa de Blair em português

Na matéria sobre A Bruxa de Blair, eu expliquei o impacto que aquele filme causou na época e os elementos presentes que em conjunto acabaram o tornando uma obra que se destacou demais em uma época onde nada daquilo era comum. Inclusive até em tempos modernos existe muita discussão sobre a existência da bruxa.



O negócio é, enquanto muita gente crê que foi tudo uma farsa e o universo criado seja um jogo de marketing, há quem acredite exatamente no contrário. E assim creem que, embora, a gravação em si não seja real, as evidências e histórias apresentadas sejam sim de algo que aconteceu, especialmente com a quantidade de conteúdo sobre bruxaria real que se encontra por a. É o tipo de coisa que faz o povo de fóruns ir à loucura.

Mas sendo ou não verdade, é inegável que a atmosfera apresentada foi intensa. O negócio é, em 1999 o povo mal tinha PC e não era só no Brasil não, nos EUA também a coisa não era como hoje em dia, mas foi lançado um site chamado The Blair Witch Project onde havia vários relatos. E embora hoje em dia seja normal todo filme ter um site oficial, naquela época não era.

Agora imagina, no fim dos anos 90 você fica sabendo pro aquele seu único amigo que tem um computador, que existe um site cheio de detalhes macabros envolvendo aquilo que rolou no filme? A sensação era intensa. A coisa era equivalente a sensação que as creepypastas causam hoje em dia. Quero dizer, naquela época existiam sim histórias sombrias, mas eram passada pela boca do povo, como o Macabro final de Caverna do Dragão.

Mas aquilo era um site! Algo na internet! E embora hoje em dia a internet seja algo zuado onde a tosqueira rola solta, naquela época aquilo era algo tão limitado a um grupo, que saber que tinha registros de algo assim, apenas deixava a coisa mais sólida. E saber de algo assim dava uma vontade incontrolável de sair contando.

Mas eu fui procurar aqui e fiquei impressionado em ver que a mitologia da Bruxa de Blair não foi traduzida pra português por ninguém, só pedaços. Sendo assim, decidi colocar o texto original do site de 1999 em nossa língua. Fiquem de olho nas datas, é importante para ter uma noção do tempo que se passou entre os acontecimentos, confira!

Uma linha do tempo dos eventos importantes da história de Bruxa de Blair

O vilarejo de Blair era localizado no centro norte de Maryland, duas horas de Washington, D.C.

Fevereiro, 1785: Várias crianças acusaram Elly Kedward de atraí-las para sua casa e tirar sangue delas. Kedward foi considerada culpada de bruxaria, banida da vila durante um inverno particularmente rigoroso e presumiram sua morte.

Novembro, 1786: Em pleno inverno, todos os que acusaram Kedward junto com metade das crianças desapareceram. Temendo uma maldição, as pessoas do vilarejo deixaram Blair e juraram nunca dizer o nome de Elly Kedward novamente.

Novembro,1809: Foi publicado "O Culto da Bruxa de Blair". Esse livro raro, comumente considerado ficção, fala sobre uma cidade inteira que foi amaldiçoada por uma bruxa exilada.

1824: Foi fundada a vila Burkittsville, na área onde ficava Blair.

Agosto, 1825: Onze testemunhas relataram ver uma pálida mão de mulher agarrar e puxar a garota de dez anos de idade, Eileen Treacle na lagoa Tappy East. Seu corpo nunca foi encontrado, e durante treze dias depois do afogamento a lagoa ficou entupida com montes de gravetos cheios de óleo.

Março, 1886: O garoto de oito anos Robin Weaver foi dado como desaparecido e grupos de busca foram enviados. Apesar de Weaver retornar, um dos grupos de busca não voltou. Os corpos foram encontrados mais tarde em Coffin Rock amarrados juntos pelos braços e pernas e completamente estripados.

Novembro, 1940-Maio 1941: Começando com Emily Hollands, um total de sete crianças foram sequestradas na área próxima a Burkittsville, Maryland.

25 de Maio, 1941: Um velho eremita chamado Rustin Parr foi até um mercado local e disse às pessoas que ele "finalmente acabou". Após a polícia seguir por duas horas em sua cabana isolada na floresta, eles acharam os corpos das sete crianças desaparecidas no porão. Cada criança foi morta de forma ritualística e estripada. Parr admitiu tudo detalhadamente, dizendo às autoridades que ele fez isso pelo fantasma de "uma mulher velha" que ocupava a floresta perto da casa. Ele foi julgado rapidamente e enforcado.

20 de Outubro. 1994: Os estudantes da Montgomery College Heather Donahue, Joshua Leonard, e Michael Williams chegaram em Burkittsville para entrevistar os moradores locais sobre e lenda da Bruxa de Blair para um projeto. Heather entrevistou Mary Brown uma mulher velha e meio louca que viveu ali sua vida inteira. Mary disse ter visto a Bruxa de Blayr um dia perto de Tappy Creek em uma forma peluda, meio-mulher, meio-animal.
21 de Outubro, 1994: No início da manhã Heather entrevista dois pescadores que dizem aos jovens que Coffin Rock é menos de vinte minutos da vila e de fácil acesso por uma velha trilha. Os jovens foram para a floresta pouco depois e nunca mais foram vistos.

25 de Outubro, 1994: O primeiro alerta de busca a policiais foi emitido. O carro de Josh foi encontrado mais tarde estacionado na estrada Black Rock.

26 de Outubro, 1994: A policia estadual de Maryland iniciou uma busca na área de Black Hills, uma operação que durou dez dias e incluiu centenas de homens tendo o suporte de cachorros, helicópteros e até mesmo uma análise pelo satélite do Departamento de Defesa.

5 de Novembro, 1994: A busca terminou depois de 33,000 horas (somando o tempo gasto de cada homem) falhou em rastrear os estudantes ou qualquer um de seus equipamentos. A mãe de Heather, Angie Donahue, começou uma exaustiva busca pessoal por sua filha e seus dois companheiros.

19 de Junho, 1995: O caso foi arquivado e declarado sem solução.

16 de Outubro, 1995: Estudantes do Departamento de Antropologia da Universidade de Maryland descobriram uma mochila de lona contendo latas de filme, fitas DAT, fitas de video, uma gravadora Hi-8, o diário de Heather e uma câmera de filmes CP-16, tudo enterrado na base de uma cabana de 100 anos. Quando a evidência foi examinada, o Xerife de Burkittsville, Ron Cravens anunciou que os 11 rolos de fitas preto e branco e as 10 fitas da HI8 eram realmente propriedades de Heather Donahue e seus amigos.

15 de Dezembro, 1995: Depois de um estudo inicial do conteúdo da mochila, partes selecionadas das gravações foram mostradas para os familiares. De acordo com Angie Donahue, haviam diversos eventos estranhos, mas nada conclusivo. A família questionou a profundidade da análise e pediu para que dessem uma nova olhada.

19 de Fevereiro, 1996: Familiares veem um segundo grupo de gravações que os oficiais da lei locais consideraram ter sido alteradas. Indignada, Sra. Donahue vai ao público com sua revolta e o Xerife Cravens restringe todo o acesso às evidências; uma restrição que duas ações judiciais falharam em quebrar.

1 de Março, 1996: O departamento do Xerife anuncia que a evidência é inconclusiva e novamente o caso é arquivado e declarado como não resolvido. As gravações ficam para serem liberadas para as famílias quando o limite legal de sua classificação terminar, em 16 de outubro de 1997.

16 de Outubro, 1997: As imagens encontradas dos últimos momentos de seus filhos é dada às famílias de Heather Donahue, Joshua Leonard e Michael Williams. Angie Donahue contrata a Haxan Films para examinar as imagens e as montar na sequencia certa os eventos de 20 a 28 de Outubro de 1994.

E basicamente é isso, as imagens e vídeos estão em má qualidade porque são todas do texto original, em 1999 todo mundo usava internet discada e não se via vídeos e imagens em HD por aí. Agora imagina ler isso sozinho a noite no fim dos anos 90 quando não se era tão acostumado a histórias de terror? Uahahaha

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