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We Happy Few - Aqui ou você é feliz ou é assassinado!

A humanidade anseia por um futuro utópico, mas quando se pensa em histórias, ninguém quer saber de ambientes perfeitos. Ambientes distópicos são muito mais atraente, essa ideia do perfeito dar errado e podermos ver o caos disfarçado de perfeição, como o de 1984, é muito mais emocionante! Em We Happy Few nós temos um pouco desse gostinho.


A história se passa em uma versão alternativa dos anos 60 com toques futurísticos, ou seja é um ambiente Diesel Punk. Apresentando aquele climinha tão interessante de estar no passado e futuro ao mesmo tempo, com máquinas que você vê que são avançadas demais para a época, porém usam aquele mesmo design tão peculiar que tínhamos na era do populuxe.

E por falar em populuxe, aqui temos um de seus elementos mais fortes, a paranoia pós-guerra. Então na trama a Inglaterra foi destruída pela guerra e reconstruída com auxilio de um medicamento que deixa os habitantes felizes a ponto de delirar e ver as coisas de uma forma que não são de verdade. Todos tem que tomar constantemente uma pílula chamada JOY (Alegria) para o efeito continuar.

Você é um desses habitantes, porém acaba não tomando a Joy e passa a ver a realidade como é de verdade. A coisa estoura mesmo ao ver seus colegas jogando piñata, mas quando a pessoa vendada acerta o boneco de burrinho com o taco e ele estoura, é que você vê que não era um burrinho cheio de doces, mas sim um cadáver de um rato. Sua ânsia de vômitos faz com que seus colegas percebam que você não está sob o efeito de Joy, tendo que fugir.

A partir daí você tem que viver escondido no esgoto da cidade, pensando em uma forma de fugir e sempre saindo para procurar suprimentos e informações. É necessário se misturar com a população e agir naturalmente como se usasse Joy, pois se desconfiam, você será perseguido e talvez até mesmo morto.

Alguns de vocês devem ter notado que esse jogo parece beber bastante da ideia apresentada no filme Equilibrium. Lá a terceira guerra mundial aconteceu e a humanidade decide que a única forma de uma quarta não ocorrer é acabando com as emoções e inventam um medicamento chamado Prozium (referente a Prozac, que é um anti-depressivo, ou seja causa "Alegria"). E quem não toma o medicamento tem que fingir tomar ou é perseguido.

Outro detalhe semelhante é a presença constante de um personagem maior que está com a cara em todos os lugares. No caso de Equilibrium temos o "Pai" que mantém as coisas funcionando. Já em We Happy Few nós temos o "Tio Jack", que está em todos os programas de TV, desde notícias até culinária. Essas apresentações são mostradas em live action igual em Alan Wake.

Tenho que assumir que esse jogo me surpreendeu mais do que eu imaginava que iria surpreender. Assim, quando vi um vídeo de apresentação, eu notei rapidamente que era uma ideia legal. Essa ideia de personagens com o rosto pintado representando uma máscara do que realmente são e a perseguição. O clima de terror em um lugar tão feliz, além do toque diesepunk e tal. Esse é o tipo de jogo que chama a atenção da maioria dos gamers já de primeira.

Mas o que eu não esperava é que o jogo te desse uma liberdade tão grande, ele tem o modo história, é tudo narrado, tem cutscenes. Mas o que se destacou na coisa foi o fato da coisa não ser fechada como eu imaginava. Muito pelo contrário, We Happy Few é um verdadeiro roguelike, e eu não estou falando de rogueLITE, mas um rogueLIKE mesmo com os principais elementos.

Então aqui nós temos um mundo gerado aleatoriamente, o que permite que a experiência seja diferente cada vez que você for jogar. Especialmente com o fato de ser um ambiente 3D, isso me impressionou demais! Normalmente jogos aleatórios que não são 2D, são jogos no estilo minecraft, com quadradinhos encaixados, já aqui são prédios, praças, etc.

Existe a morte permanente no jogo, e assim você tem que realmente ter cuidado. O elemento stealth está muitíssimo presente e toda vez que você nota um cidadão, tem que tomar cuidado com a forma de agir, saber quando deve correr e ficar sempre atento. Graças ao esconderijo, isso me fez lembrar demais a experiência do jogo Zombi, em que você também tem que se esconder e sair para fazer coisas.

É possível também forjar itens no jogo, você tem uma área com vários objetos que pode criar, mas para isso precisa dos ingredientes corretos. Sendo assim você sai pela cidade em busca de coisas e vai criando elas. Ao voltar para o esconderijo pode armazenar as coisas em um cofre para assim liberar espaço no inventário.

Também é necessário cuidar de seus status, você precisa comer, beber e dormir. Isso te faz ficar de olho constantemente para ver como está cada um dos níveis. Além de que é necessário se preocupar com sua saúde, você pode tomar uma surra e conseguir fugir, mas as feridas vão continuar lá e é preciso tratá-las!

O jogo tem ciclo de dia e noite, permitindo que você saiba o horário exato graças a um relógio que é mostrado na tela. Isso muda não apenas a iluminação do ambiente, mas também a presença ou não de determinados personagens. Sendo assim quando amanhece você pode notar mais pessoas andando pela rua e é preciso ser mais discreto.

Enfim, tá aí um joguinho charmoso pra caramba fundado pelo kickstarter pela Compulsion Games, com um visual bastante peculiar e que definitivamente tem um fator rejogabilidade imenso. Recomendo demais essa maravilha! Vale a pena dar uma conferida no site da G2A, pois lá eles costumam vender keys da steam por um valor bem mais barato que na própria steam e ainda aceitam boleto bancário. Dê uma conferida aqui.

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