Esse é um daqueles jogos indie que você vê que tem uma certa limitação em sua jogabilidade, mas ao mesmo tempo parece algo bastante grandioso em sua proposta com controles esquisitos que podem causar estranheza no começo, mas uma atmosfera tão intensa, com clima de mistério e sobrevivência, que rapidamente você nota que é o que se pode chamar de uma verdadeira obra cult.
A história tem início durante a primeira guerra mundial, quando o submarino HMS E18 em uma missão em que deve fazer um ataque surpresa aos alemães. No entanto quando ativam a arma secreta contra os inimigos, algo acontece e o submarino desaparece, indo parar em algum outro lugar do espaço e tempo e com recursos limitadíssimos.
Uma coisa curiosa sobre esse jogo é o fato de que ele é baseado na história do verdadeiro submarino inglês HMS E8, que foi usado em missões. Porém em junho de 1916 ele simplesmente sumiu do mapa e por mais que procurassem, ninguém achou nada. Quase um século depois que finalmente conseguiram localizá-lo, isso no ano de 2009. Mas não se sabe o que aconteceu com aquela tripulação e como um negócio daquele tamanho conseguiu desaparecer por tanto tempo.
A jogabilidade é bem estranha, ele é um daqueles jogos táticos em que você tem uma equipe e deve usá-la para fazer as missões. Só que o diferencial é que ele é em tempo real e tem uma física que atinge constantemente o personagem, ou seja você vai posicionando um por um nos lugares certos, mas os inimigos continuam vindo e as coisas continuam acontecendo.
A gravidade é algo que você tem que se preocupar e as vezes é preciso tomar decisões muito repentinas. Se há uma explosão de gás em algum lugar que arremessa um personagem seu para longe, ele pode cair no vazio e você o perde pra sempre. Por isso ações rápidas precisam acontecer, coisas como mudar na hora pra aquele personagem e ativar o jato de ar dele pra ser lançado de volta.
O máximo que se tem para pensar rápido é um sistema semelhante ao do jogo We Are the Dwarves, em que você pode apertar o botão de pausa e tomar decisões com um pouco mais de calma. Porém não espere por turnos dos inimigos, eles vão continuar vindo e os eventos como pedras desabando de lugares vão continuar acontecendo.
Esse é um jogo com limitação de recursos, e é aí que a coisa fica apertada, existem elementos de roguelike nele com morte permanente e uma leve alteração nos ambientes em que você visita. Os recursos disponíveis são tripulação, armas, ar e comida. E em geral nas missões você vai coletar recursos, tendo missões principais e algumas opcionais que você tem que decidir se vale a pena mesmo fazer e desperdiçar recursos.
Então já viu a tensão que é né? Passa aquela sensação meio Battlestar Galactica, de "Nós estamos ferrados!" e ao mesmo tempo adiciona um belo toque dieselpunk devido à tecnologia e obviamente devido a mistura de mar, aliens com tentáculos, começo do século 20 com os mistérios do universos, é inevitável lembrar da obra de H.P. Lovecraft onde pessoas comuns de repente encontram o horror.
E se você é fã de jogos como o viciante FTL: Faster than light, também notar um sentimento parecido aqui, aquela ideia de que tudo está desmoronando e você precisa ir se adaptando aos poucos para conseguir ir em frente. Realmente é algo muito bem bolado e que também faz você ter aquela satisfação. Você escolhe as missões e vê quanto vai te custar e a recompensa daquela área do espaço.
Uma das outras coisas que gostei foi o fato de se passar na primeira guerra mundial, todo mundo só fala da segunda. Acho que isso acaba dando um charme a mais em obras como o jogo Call of Cthulhu: The Wasted Land ou o filme de terror Deathwatch. E aqui novamente temos esse ambiente que tem naturalmente um toque mais sombrio, que fica ainda mais intenso com a adição de ficção científica.
0 Comentários