Chegou a hora de finalmente falar sobre Far Cry Primal, o jogo que levou a franquia para um novo ponto de vista e conseguiu ser provocante por completo. Posso dizer que a experiência realmente é bastante fantástica apesar de ter seus probleminhas em relação a inovação da coisa, mas ainda assim consegue divertir bastante.
Primeiro tenho que dizer que eu não pensava que esse jogo seria algo a nível da franquia principal, mas sim um spin off com cara de "bonus". Ou seja de início eu o vi como se fosse um Far Cry Blood Dragon, que é praticamente um mod de Far Cry 3, ficou incrível mas é só uma experiência rápida de quatro horas de duração. Como Primal também foge da era moderna e apresenta um outro universo, logo pensei que seguiria o mesmo estilo só que a verdade é que trata-se de um baita título realmente muito bem trabalhado, imenso e cheio de coisas pra fazer que tem uma boa duração.
A história se passa nos tempos da caverna em uma terra fictícia chamada Oros, onde um povo chamado Wenja vive, mas que é quase destruído por uma tribo rival comedora de homens chamada Udam e agora precisa se recuperar, além de também ter que lidar com uma segunda tribo que luta pelas terras, os Izila. Você assume o papel de Takkar, um habilidoso guerreiro que está disposto a novamente reunir e fortalecer seu povo.
Bom, se você nunca jogou nenhum jogo da franquia Far Cry, saiba que trata-se de um jogo em mundo aberto com um monte de coisas para fazer e evolução de personagem com melhorias tanto nas habilidades quanto em equipamentos e locais para serem tomados, causando assim cada vez mais uma sensação de expansão de território.
Uma das coisas que já de imediato eu adorei no jogo, foi a ideia de tribo que vai crescendo. Você vai salvando personagens das mãos de inimigos ou sai em grandes jornadas para encontrar Wenjas com habilidades especiais que fornecem benefícios para você. Isso faz com que cada vez mais sua aldeia vá ficando maior e você começa apenas com uma caverninha e uma única personagem.
Você ainda pode melhorar as ocas de seus aliados, isso faz com que elas fiquem com um melhor aspecto mas também te trazem recompensas permanentes fornecidas por eles. Mas para fazer isso você precisa coletar os recursos certos, sendo que vão desde coisas simples como pedaços de madeira até coisas bem mais complicadas como peles de animais raros. Isso te faz viajar pelo mapa em busca de certos elementos.
As árvores de talentos do personagem vão sendo destravadas e dependem da presença de certos Wenja, por exemplo existe o Xamã que te permite domar animais e o criador de ferramentas que te dá habilidades como escalar. Cada árvore de talentos está ligada a um membro, algo que achei muitíssimo maneiro pois te faz querer realmente encontrá-los.
E por falar em domar animais, essa é uma das coisas que alguns vão gostar muito de ver por aqui, cada vez mais você vai poder dominar criaturas diferentes, tendo também que destravar habilidade para poder ter novas. Você precisa realmente fazer a coisa de forma "Manual" não é só clicar no botão e pronto, é preciso localizar a criatura, jogar carne para distraí-la, chegar perto cautelosamente e só então tentar domá-la.
O animal que você escolher irá te seguir para todo lado e te ajudar nos combates, assim como pode também ser usado como forma de distração, por exemplo você pode ordenar que ele vá até um certo ponto para ser visto e atacado por inimigos enquanto você passa despercebido por uma outra área, facilitando assim o elemento stealth.
Você tem também uma coruja, que é um tipo de substituta do binóculo, você a joga e pode ver os inimigos através dos olhos dela, podendo marcá-los e com habilidades destravadas até fazer certas coisas mais avançadas como abrir jaulas de animais, atacar inimigos diretamente ou carregar certos tipos de "bombas" e lançá-los.
Esse é um jogo do gênero stonepunk, então por mais que tenha seus pés no chão em diversas coisas, também tem seus elementos um pouco tecnológicos demais mas em versão "das cavernas", nada muito exagerado mas que te faz pensar "Nossa!", lembra um bocado o filme 10.000 AC.
O enorme mapa do jogo é lotado de coisas pra fazer, tem enormes fogueiras pra você conquistar e tornar ponto de viagem rápida, animais para caçar (que também te caçam), missões alternativas, missões aleatórias de salvamento, missões principais, bases para invadir e aumentar o domínio do seu povo e várias outras coisas.
A sensação de sobrevivência é incrível, você se sente um verdadeiro coletor, observa os recursos que o lugar tem a oferecer e vai pegando, plantas, pedras, colmeias. É possível seguir rastros de animais selvagens, assim como evitá-los. Também é preciso ter cautela com a noite, quando as criaturas agressivas aumentam ou mesmo com o gelo, em que você tem que fazer uma roupa adequada para atravessar e acender fogueiras as vezes para não morrer de frio.
Uma coisa que vi em análises do jogo é que as pessoas parecem ter sido muito extremistas em suas opiniões, alguns dizendo que Far Cry Primal é completamente inovador e outros dizendo que é uma porcaria total com algumas reclamações chegando a níveis absurdos do tipo "É uma droga porque não tem armas de fogo e os personagens não falam inglês", mas a verdade é que é um jogo que parece estar mais no "Meio Termo" da coisa.
Se Far Cry Primal é um baita jogo divertido, lotado de coisas pra fazer e em um universo grandioso? Sim, com certeza é, um jogo fantástico! O problema dele é a falta de inovação, quem jogou Far Cry 4 após jogar o 3 viu que o jogo usava quase todas as mesmas mecânicas do anterior, mudando apenas o ambiente. Aqui a mesma coisa aconteceu, mudando apenas a era e adaptando as coisas.
A verdade é que Far Cry Primal parece mais um mod de Far Cry 4, sabem aqueles mods em que pegam cada elemento e adaptam mas a essência é a mesma? Pois é, aqui apesar de ter mecânicas realmente novas como dominar animais, praticamente todas as mecânicas não são novas, são meras adaptações.
Sendo assim esse é um jogo atmosférico, único em seu universo de era das cavernas em mundo aberto, mas que certamente só aqueles que não jogaram os anteriores que vão sentir por completo a maravilha que a essência do jogo tem a oferecer já que quase tudo foi visto anteriormente mas com uma maquiagem diferente.
Enfim, sim eu recomendo Far Cry Primal, talvez não seja adequado começar jogar logo após ter zerado o 3 ou 4, mas sem dúvidas é um jogo bem feito, bonito e bastante robusto, não inova o suficiente mas apresenta uma experiência fantástica mesmo assim. Vale a pena dar uma conferida no site da G2A pra ver o preço que está lá, pois muitas vezes eles costumam vender keys da steam e uplay por um valor bem mais barato que na própria uplay e ainda aceitam boleto bancário. Dê uma conferida no preço que tá lá, clicando aqui.
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