Chegou a hora de falar sobre Final Fantasy VII: Advent Children, um filme que assisti pela primeira vez lá por 2004 ou 2005. Eu ainda não tinha zerado Final Fantasy VII, mas como falei na análise do jogo, eu tinha um certo carinho especial por ele, sendo assim quando vi que tinha um filme, fiquei curioso e tinha uma expectativa, até porque o trailer era espetacular, super movimentado e cheio de exageros, então era um filme de ação que parecia uma boa.
O resultado foi que fiquei meio encabulado com a coisa, por um lado era um filme de ação maravilhoso, cheio de cenas extremamente mentirosas no estilo de batalhas de anime e que consegue fazer um público ansioso por pancadaria suspirar com a quantidade de coisas voando pra todo lado e combates fantásticos que não dão tempo para se pensar muito no que está acontecendo.
Por outro lado, no quesito história a sensação inicial foi de um filme fraco pra caramba, quando pensava na história desse filme a coisa era extremamente básica, "Chegaram uns vilões, os heróis foram lá, lutaram com eles e acabou o filme". Isso me causou um vazio, sem contar que eu não tinha entendido um monte de coisas, ficou algo super raso, mas eu tinha uma pulga atrás da orelha pois não sabia se aquela era a história de Final Fantasy VII ou se era um spin off da coisa, daí ficou no meu passado com aquela sensação de filme que não sei bem o que sinto sobre.
Os anos passaram e zerei Final Fantasy VII, isso fez com que se tornasse o momento perfeito para reassistir aquele filme e ver como alguém que conhece a coisa, descobrir se aquilo era ruim mesmo ou se foi porque eu não entendi nada. E assim uma década depois peguei mais uma vez para vê-lo, já com a versão melhorada lançada em 2009 e chamada de Final Fantasy VII: Advent Children Complete, que vem com mais de meia hora a mais de filme, aperfeiçoamento gráfico com novos detalhes e resolução, e melhor áudio.
A história apresenta um mundo que sofreu uma catástrofe e pessoas tentam restaurar sua vida em um ambiente com muita pobreza e destruição. Além disso uma nova doença chamada Geostigma atinge cada vez mais pessoas e não para de ser transmitida, não tem cura e ninguém sabe o que é exatamente. Cloud Strife é uma das pessoas que contraiu a doença e tenta conviver com isso.
Simultaneamente três homens misteriosos chegam à cidade de Midgar, eles começam a causar o terror nas pessoas e perseguem por algo que chamam de "Mãe", tentam achar qualquer indicação de onde está a sua localização. Sabem apenas que a organização responsável (indiretamente) pela catástrofe é que tem a resposta para isso.
Bom, assistindo de novo eu entendi exatamente o motivo de não ter gostado. Também vi que muitas das críticas do filme são negativas e é algo que meio que com razão, pois é aquele tipo de coisa que está fechado a fãs e mesmo assim ainda não apresenta a grandiosidade de Final Fantasy VII como um todo, o que acaba dificultando ser o tipo de obra que encante a maioria. Lembrando que estou me referindo a forma que a trama é desenvolvida, pois em geral as críticas são boas ao visual lindo e aos combates muito rápidos.
O negócio é o seguinte, a Visual Works é uma empresa que foi preparar uma Techdemo para apresentar uma tecnologia à Square Enix. Lembram daquela techdemo de FF7 para Playstation 3? Pois é, certamente ela também foi o resultado da ideia. Mas acontece que a original acabou ficando bonita demais e os caras se empolgaram, e assim conseguiram autorização para ir além e demonstrar a tecnologia como forma de filme.
E assim surgiu Final Fantasy VII: Advent Children, que você nota bem que faz questão de mostrar personagens conhecidos, cenários conhecidos e citar acontecimentos. Ele não é a história de Final Fantasy VII, ele é algo que apresenta o que aconteceu depois, sendo assim é uma sequencia do jogo, pode E DEVE ser assistido imediatamente quando você zera, isso se encaixa perfeitamente.
Mas a história é rápida, é direto ao ponto, poderia sim ter sido algo mais intenso, no entanto com tanta gente aparecendo sem parar isso seria difícil. A verdade é que acho que a melhor forma de se ver esse filme é como uma missão do jogo. Como se você gerasse e tivesse uma última missão que é essa, com esse pensamento acho que fica fácil ver a coisa como épica.
No entanto como é um filme, fia difícil demais pensar assim, pois você quer UM FILME, algo com uma história bem sólida. E pensando de forma mais profunda, a verdade é que a história não é ruim, é completamente a ver com a coisa. Tudo se passa dois anos depois dos acontecimentos do jogo, a ideia do Geostigma foi foda, e a ideia de quem são os três personagens que aparecem é foda! Mas se você não zerou o jogo e não tem paciência pra ficar vendo detalhes, eles só vão passando e só resta a casca da coisa.
Por exemplo tem um momento que o personagem chamado Denzel está em meio ao caos durante um ataque e então aparece um flash representando os pensamentos dele e uma notícia na TV com algo do tipo "Grupo Avalanche faz ataque terrorista destrói o setor 7". Esse tipo de coisa não faz pensar muito, até porque nem é explicado, mas quem jogou controlou o grupo e fez o ataque, matou um monte de gente inocente e você já entende que o Denzel foi uma das vítimas daquilo e esse caos o faz lembrar. Mas quem nunca jogou vai pensar o que se nem falam mais nada sobre? Só vai deixar passar... Só vai ver como um daqueles filmes esquisitos cheio de um monte de informações nada a ver.
Então como falei, é algo que vendo de forma alta "apareceram, lutaram com os heróis, morreram, FIM", mas vendo como alguém que conhece, é cheio de detalhes, há uma sensação de algo curto, mas é intenso, pois você vai ligando um monte de coisas, vai pegando cada referência. É de arrepiar ver ambientes que você visitou tanto, e o próprio começo do filme apresenta um remake da cena pós créditos de Final Fantasy VII, então imagino quem viu na época e já tinha zerado, deve ter sido fantástico esse encaixe de "Caramba, essa é a cena que passa depois dos créditos do jogo, só que em um visual maravilhoso!!! O filme começa com a cena de onde o jogo termina!".
Portanto é chato dizer, mas essa é daquelas obras que tem pré-requisito, claro certamente tem gente que não viu nada de FF7 e amou, mas é possível ver pelas críticas na internet que a maioria não viu assim. Esse é um filme que deve ser visto como uma missão extra, isso o torna épico. Mas sendo visto como filme mesmo fica complicado. Caso se interesse pode conferir aqui.
2 Comentários
É legal ver os personagens do jogo tão querido, os bonecos octogonais serem animados no filmes e tal... Mas esse estilo nipônico de animação, aonde quase todo mundo tem essa aparência e estilo emo, é o que me faz ficar longe desse tipo de negócio, eu já tentei mas esse negócio não me desce mais, poucos se salvam.
ResponderExcluirNão sei como essa moda pegou no mundo. Isso vem desde o Capitão Comando aonde temos o líder meio cybernético, um ninja maneiro, uma múmia ok e... Um bebê dentro de um robô... Sempre tem aquela representação da bobagem nipônica, da cabeça infantiloide de um japonês que deve usar fralda e quer por sua essência no meio de tudo. Argh.
Hahahahaha, melhor comment ever, Rian.
ResponderExcluirEu assisti esse filme faz muitos anos... entendi porra nenhuma, mas tinha uma única cena que curti pra caramba, não lembro direito da cena, mas se não me engano era o Cloud matando um bixo grande lá, rasgando ele todo.