F Is for Family - Hilária série animada nos anos 70

Essa é uma daquelas séries em animações fantásticas que apresentam coisas do dia a dia de forma engraçada mas que no final acaba fazendo uma crítica social forte. É algo do tipo Ugly Americans, com coisas do cotidiano, no entanto o toque especial que essa série tem é o fato de que se passa nos anos 70! Então o universo apresentado é limitado às coisas da época, baixa tecnologia, problemas que precisam ser resolvidos de uma forma muito mais mecânica e etc.

A história apresenta Frank Murphy, um homem que em sua juventude era cheio de energia, se graduou na escola e foi para a guerra, quando menos imaginou já tinha engravidado uma moça e acabou ficando preso a uma família e seus sonhos se tornaram apenas coisas esquecidas. E assim precisa viver em seu trabalho horrível e cuidar de três filhos, sendo um deles um adolescente revoltado.

Só o fato de se passar nos anos 70 já me atraiu demais, acho sempre maravilhoso quando coisas se passam em épocas passadas sem serem frutos daquela época, isso porque parece existir um amor a mais ao retratar o ambiente. É diferente de algo que foi feito naquele período e as coisas eram apenas como eram. Por exemplo Donnie Darko, que é de 2001 mas a história se passa em 1988.

Além de tudo existe toda uma magia a mais com a ausência de tecnologia, isso sempre me fascina demais, quem lê o blog vê que eu sempre acabo citando especialmente os anos 90 que foi quando minha infância aconteceu. Esse impacto e mudança gera uma atmosfera incrível, o meu livro Folhas Secas Daquele Outono também é um fruto dessa paixão.

Essa é um animação original da Netflix e como eu sou bem apaixonado pelo o conteúdo produzido por ela, assim que vi uma imagem nem pensei duas vezes, já fui assistir para dar uma conferida e eu já sabia que iria me atrair um bocado. Dito e feito, uma baita de uma experiência agradável em uma história contínua que tem sim o tema do dia, mas vai evoluindo, consequências dos episódios passados refletem nos futuros.

É engraçado ver o desleixe apresentado nas pessoas da época, a idolatração da televisão e como ter uma em cores é puro status, a despreocupação em fazer certas coisas como dirigir bebendo. Além de certos elementos interessantes como o Rock da época e atitude dos fãs, o filho revoltado transmite bem a sua forma de ver as coisas.

Um detalhe que me assustou quando comecei a assistir foi a forma que os personagens falam palavrões tão naturalmente. Sim eu sei que tem uma penca de programas onde personagens falam palavrões, mas eu não tava preparado pra já na cena inicial o protagonista ir atender o telefone puto e dizer mais ou menos "Quer vender bíblias né? ENFIA ESSAS BÍBLIAS NO TEU CU SEU FILHO DA PUTA! O que é que você disse que vai fazer comigo? Ora seu desgraçado! Vem aqui dizer isso na minha cara!".

Então inicialmente eu meio que me assustei com a forma desbocada que os personagens agem, além de certas coisas explícitas demais como quando um dos filhos se esconde embaixo da cama dos pais e eles começam a transar, quando ele dá uma espiada é possível ver as coisas, sim eles desenharam mesmo e mostraram. O__O'

Mas como falei, além de situações engraçadas é apresentada uma história contínua, sendo assim você vê a coisa evoluindo e é de forma bem agradável. É uma daquelas histórias que vai te deixando empolgado em ver as coisas mudando, os problemas do pai no trabalho, a vontade da mãe de ser algo mais que uma mera dona de casa, o filho revoltado, o filho que toma porrada de um valentão, e a garotinha inocente que não tem uma história própria muito desenvolvida mas serve bastante de complemento em situações que envolvem os outros personagens.

Enfim, fica essa dica de série animada muito legal e com uma primeira temporada curtinha de apenas seis episódios, permitindo assim que você experimente o que ela tem a oferecer de forma bastante rápida e possa saber se vale ou não a pena continuar assistindo.