Aqui está um daqueles belíssimos jogos de mistério, que tem uma atmosfera que rapidamente consegue te surpreender e manter dentro do ritmo agradável da coisa. O jogo é desenvolvido pelo estúdio espanhol Kursed Studios, e tem um visual no estilo RPG Maker, porém a jogabilidade é mesmo a de um jogo de exploração e sempre com aquela atmosfera pesada que não chega a ser terror, mas que te deixa o tempo todo pensativo sobre que lugar é esse e o que está acontecendo.
A história se passa no ano de 1965 e apresenta um rapaz chamado David García, que há uma década sente um enorme vazio desde a morte da sua mãe. Ele passou a ser criado por uma família rica que lhe tratou muito bem, e se tornou rotineiro todo mês visitar o túmulo de sua mãe. No entanto em uma dessas visitas, ele tem uma surpresa ao encontrar uma senhora colocando flores no túmulo. Ao cumprimentá-la, a mulher pergunta se ele quer conhecer sua avó, e surpreso ele aceita de imediato, e assim a mulher lhe fala que ele deve ir ao vilarejo de Agapán em quatro dias, mas em meio ao nervosismo ele não consegue esperar e parte imediatamente. Chegando lá, logo percebe o quanto é um lugar estranho, com pessoas que agem de maneira peculiar.
Só pela história, esse jogo já é um baita de um atrativo, ela ter sido colocada nos anos 60 dá um charme especial que me atrai demais, sempre me apaixono por obras que se passam em décadas anteriores ao ano 2000, aquela falta de tecnologia me encanta muito e acho que dá um tempero especialmente a histórias de mistério.
Mas antes de jogar eu não tinha ideia que esse jogo se passava nos anos 60, então foi uma doce surpresa quando fui experimentar. A verdade o que me atraiu é em como ele me lembrou Silent Hill, todo aquele climinha de cidade misteriosa, inclusive muitos elementos que vi na franquia, por exemplo em Silent Hill 2, como o clássico encontro de James no cemitério com Angela em frente a uma sepultura, ou a cidade ter um bocado de neblina e muito mistério.
Apesar de tudo, esse é o jogo onde a experiência é suave, a coisa está mais concentrada no mistério, é um clima sombrio sim, mas não assustador. Você se sente vagando por uma cidadezinha misteriosa, mas não sabe o que aconteceu por ali e o motivo de algumas pessoas agirem tão estranhamente, além de algumas situações meio bizarras.
A jogabilidade te coloca para andar pelo lugar, tentar achar sua avó e ir coletando pistas de coisas que se vai achando aos poucos, algumas situações vão te conduzindo aos poucos em direções variadas, e a sua análise vai dizendo pouco a pouco sobre detalhes da cidade. Embora visualmente e em diversos detalhes o jogo me lembre Silent Hill, quando fui jogar, percebi que o sentimento que tive mesmo foi o de ter voltado ao Hotel Dusk: Room 215, aquele climinha de mistério pálido, com vários personagens e em um lugar no meio do nada.
O gráfico do jogo é muito bonito, embora use o padrão RPG Maker, existiu todo um cuidado com a paleta de cores, o visual cheio de suspense, e ainda diversas apresentações com traços de anime que agradam muito, em cutscenes a desenvolvedora fez bonito em colocar não apenas o gráfico no estilo JRPG, mas também com mudanças constantes para imagens em tela cheia que não são animações, mas que tem pequenas mudanças, dando a sensação de que o personagem se moveu na tela, e deixando a coisa bem mais animada. Esse não é daqueles jogos onde os personagens ficam parados e você tem que ler durante um século um diálogo que não acaba nunca, é cheio de mudanças enquanto as coisas acontecem, algo que foi de muito bom gosto.
Enfim, se você estiver procurando por uma experiência de mistério atmosférico como The Charnel House Trilogy, algo feito não para te assustar, mas para te envolver completamente, certamente Agapan pode acabar te encantando muito! Vale a pena dar uma conferida no site da G2A, pois lá eles costumam vender keys da steam por um valor bem mais barato que na própria steam e ainda aceitam boleto bancário. Dê uma conferida aqui.
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