Eu fico impressionado em como a Artifex Mundi consegue me causar fortes emoções e acho que em qualquer pessoa eles tem essa habilidade de rapidamente fazer se sentir dentro daquele universo. Já tinha algum tempo que eu não jogava um jogo deles, e então fui jogar Grim Legends 2: Song of the Dark Swan, que eu já sabia que seria legal, mas nem imaginava que ia me empolgar tanto já no início, com toda a sua maneira diferente de fazer as coisas acontecerem.
A história se passa em um universo medieval onde você assume o controle de uma curandeira e acaba recebendo uma carta do rei, dizendo que a rainha está com uma terrível doença e ele não sabe o que fazer, e assim você viaja de carruagem até o lugar, e logo prepara uma poção para que ela melhore, mas ao chegar ao quarto da rainha, as portas se fecham de forma misteriosa e um brilho verde passa a sair das brechas. Quando a porta é arrombada, a última coisa que você vê é o que parece ser um homem, saindo pela janela e levando o príncipe ainda bebê, a rainha está desmaiada e em sua mão há um colar de magia negra. Com todas as testemunhas e as leis rígidas do lugar, o rei não tem alternativa a não ser condená-la a morte, e implora por sua ajuda para descobrir quem armou isso.
Tenho que dizer que esse jogo é uma das melhores maneiras de mostrar que não é preciso de uma história inovadora para se fazer algo fantástico. O que importa realmente é a apresentação das coisas, e aqui elas são apresentadas de forma espetacular! Sim, a trama apenas mostra algo bem padrão, não tem elementos que nunca foram vistos antes ou mesmo um universo diferente como em alguns jogos da empresa, mas é simplesmente fantástico a forma que as coisas acontecem, o tempo certo e como você vai se sentindo cada vez mais dentro da conspiração contra a rainha.
A jogabilidade usa a mesma engine de jogos anteriores da Artifex Mundi, portanto você tem aqui um point and click em primeira pessoa, onde vai interagindo com objetos, cenários e personagens apenas no clique. Para muitos esse tipo de jogo pode não ser tão atraente, porém as coisas acontecem com tanta variação visual, que torna tudo mais movimentado. Por exemplo as vezes você encontra um determinado elemento que chama a atenção no visual geral e clica ali, e ao invés de apenas pegar o objeto, uma pequena tela aparece, mostrando mais de perto aquilo e quando clica de novo em um outro lugar dessa nova tela, pode ser que uma nova apareça mostrando mais perto ainda.
A alquimia é um dos detalhes mais gostosos do jogo, os quebra cabeças do jogo tem muito a ver com a temática e assim você precisa preparar poções, conseguir os ingredientes certos e ir para uma área onde deve misturá-los e fazer as coisas no momento exato, por exemplo acender o fogo, colocar água, misturar alguma erva, usar a concha para pegar uma determinada quantidade de poções. E ainda há o livro para consultar. O mesmo acontece com as típicas telas de jogos desse tipo onde você tem que achar vários objetos aleatórios, aqui eles fazem você achar objetos realmente úteis para juntos formarem um último objeto que deve ser usado, e mostram bem a evolução da empresa em aperfeiçoar a jogabilidade de obras desse tipo.
Graficamente o jogo é impecável, são como telas pintadas a mão, extremamente detalhadas e que conseguem facilmente fazer você ficar parado observando o carinho que foi usado para fazer algo assim, além de que há também certos efeitos da engine para deixar as coisas mais movimentadas, e animação facial dos personagens que faz parecer que são 3D, mesmo colocados em imagens obviamente 2D.
Enfim, se você quiser ver uma história apenas para se entreter, mas ficar muito satisfeito, Grim Legends 2: Song of the Dark Swan pode ser exatamente o que procura. Aqui a trama não é genial, mas é completamente intensa e vai definitivamente te deixar satisfeito. Quem se interessar é só dar uma conferida no site oficial do jogo.
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