Acho que grande parte dos visitantes do blog conhece Mad Max ao menos de vista, isso porque ele está muito presente na cultura pop, no entanto a maioria das pessoas acaba pensando no personagem mais como aquela visão sobre o deserto, gasolina e um mundo sem leis, porém nem sempre tudo foi exatamente assim, e no primeiro filme da franquia o clima era um bocado diferente, mesmo com a violência rolando solta, existia uma outra essência. Quando eu era criança inclusive eu achava bem esquisito aquilo, pois eu não entendia como o primeiro filme podia ser "no presente" e então o personagem de repente ter ido para o futuro ou uma outra dimensão. Claro, não é isso que ocorre, mas existe uma mudança brusca nos filmes da saga que acabou me fazendo pensar isso na época, e hoje vou falar sobre o primeiro filme.
A história se passa em um futuro bastante próximo, o começo do filme já diz que são alguns anos a partir de agora, naturalmente isso acaba se tornando uma realidade alternativa, pois o filme é de 1979 e certamente aquele caos já teria atingido nossa realidade. Mas bom, no universo apresentado, o mundo está em um clima de terror, a violência dominou as ruas, gangues fazem o que querem, e a polícia agora é corrupta e faz as coisas da forma que bem entende. Isso gera muita morte e destruição, além de pavor entre a população, e um desses policiais é Max, um homem que tem um filho e uma mulher, e acaba se metendo com perigosos motoqueiros.
Acredito que o criador da história devia ter uma frustração imensa, pois a quantidade de vinganças que aparece dá aquela sensação de que esse é um caminho sem fim, que pode começar por acaso, mas então fugir do controle, e uma ação causar uma reação furiosa. Basicamente a história de Mad Max é sobre vingança, e eu nem vou falar sobre a vingança principal do filme, porque seria spoiler para quem ainda não viu, mas ela no fim das contas acaba sendo só mais uma de uma série de "retornos" que os personagens dão uns nos outros e isso tem início com um personagem chamado "Night Rider" no começo da história e que está muito drogado, por isso acaba se dando mal.
O universo que é mostrado me agradou demais, o filme é um tanto pesado e aparecem cenas meio tensas, algumas das mortes eu acho que podem ser chocantes para muita gente. O ambiente parece muito com a atualidade, com prédios, rodovias, etc, mas com um pesado clima de medo, onde as pessoas sabem que a qualquer momento pode entrar algum louco onde você trabalha e simplesmente resolver te matar, é tudo muito fora de controle.
Esse filme é australiano, e não americano como muitos pensam, e uma coisa interessante é que Mel Gibson teve que ser dublado na versão americana, pois o seu sotaque australiano era tão carregado, que os produtores acharam que o público simplesmente não iria entender o que diabos o cara estava dizendo. Outra coisa interessante, é que os caras tinham muito pouco dinheiro pra fazer a coisa, e inclusive o próprio diretor destruiu uma Van sua para fazer uma cena, porém foi o filme mais lucrativo da história até 1998, pois o investimento foi de 400 mil e o retorno foi de 100 milhões, Mel Gibson virou uma estrela a partir desse filme.
Enfim, esse é mais um daqueles filmes que você precisa assistir não apenas pela questão da diversão, mas para conseguir pegar melhor os elementos da cultura pop. Apesar disso é bem voltado para um público mais maduro, pois apesar da ação do filme, existe um toque bem sério, cenas de diálogos e questões morais, sendo assim pode ser entediante para quem apenas quer passar o tempo vendo umas explosões. É possível achar a coleção inteira de filmes da franquia bem barata aqui.
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