Esse é um belo jogo de plataforma brasileiro, que acabei conhecendo de última hora por recomendações de alguns leitores, e acabei resolvendo testar para ver se é bom mesmo, ou se os leitores estavam exagerando. Mas o jogo já demonstra um certo peso por tratar-se do vencedor do BIG Festival 2014, um evento especializado em jogos indies desenvolvidos no Brasil.
A história mostra um cacique chamado Tabata, que é está possuído por um espírito maligno e muito doente graças a isso. O pajé da tribo, Raoni, explica que será necessário um colar de penas, que ao ser usado, é capaz de expulsar o espírito maligno do corpo da pessoa possuída. Infelizmente nada é tão fácil, e apesar de outros ingredientes estarem disponíveis, uma última parte falta, a pena de uma harpia chamada Uiruuetê, e essa vive no topo da montanha mais alta. Mas o lugar é guardado por uma criatura chamada Mapinguari, o que faz com que o pajé não dê permissão para que ninguém vá, mas o índio Aritana sai escondido e parte em busca da pena.
Esse é um jogo de plataforma com um visual 2.5D, onde você deve atravessar ambientes naturais muito bem detalhados, enfrentar diversos inimigos com as suas características próprias, usar habilidades especiais e tentar se adaptar a diversas situações onde são apresentados momentos em que você não pode simplesmente sair correndo e passar diretamente, mas sim tem que resolver algo antes.
Acredito que seja impossível não jogar esse jogo e não pensar na franquia Donkey Kong Country, para quem viveu na época do Super Nintendo e jogou os títulos disponíveis para o console, certamente ficou marcado por aquela jogabilidade incrível na floresta, com criaturas terrestres e voadoras que faziam o personagem girar ao saltar sobre elas. Em Aritana, eu tive uma grande sensação nostálgica de estar revivendo aqueles momentos, correndo pela floresta, coletando bonus, descobrindo lugares secretos e enfrentando criaturas.
Com certeza o jogo acaba atraindo mais, aqueles que amam jogos de plataforma, então é natural que para aqueles que não se atraiam pelo gênero, esse acabe não sendo a melhor opção. Agora se você gosta, certamente irá encarar um jogo robusto e bem sólido em sua jogabilidade, apresentando elementos que apesar de não serem exatamente inovadores, conseguem ser muito divertidos e gerar aquela grande sensação de satisfação.
Os controles do jogo são ótimos no joypad do Xbox 360, apesar de que inicialmente eu fiquei um pouco confuso, já que você ataca usando o analógico direito, e salta usando RT, inicialmente isso foi meio esquisito, mas depois acabou ficando muito gostoso de se jogar assim, então é aquela sensação estranha temporária.
O personagem vai ganhando novas habilidades aos poucos, e você tem que ir se adaptando a elas, usando de maneira adequada, para aqueles jogadores mais desesperados e que gostam apenas de sair correndo, é preciso ter uma habilidade incrível, pois o jogo te obriga a se adaptar a situações rapidamente, você vê isso já no começo quando destrava o modo "ágil" do personagem, onde ele pode pular mais alto e alcançar locais que não seria possível de outra maneira, no entanto é preciso do modo "combate" para se lutar, isso faz com que as vezes você tenha que pular distante para atingir um inimigo no ar, mas esteja preparado para mudar rapidamente de modo para poder fazer um ataque e assim continuar.
Agora uma das coisas que achei que dá um baita brilho especial ao jogo, foi a dificuldade, ele realmente é desafiador, como os tempos modernos acabaram nos acostumando a jogos fáceis, quando aparece um desses, bate aquela sensação de "Como assim? Eu morri?", e então você morre de novo e de novo. Mas não é do tipo de jogo que te deixa frustrado por parecer mal programado, muito pelo contrário, esse é o tipo de jogo que te faz sentir que você não conseguiu apenas por vacilo, e que você é capaz sim de passar daquela parte, mas por besteira que cometeu, acabou morrendo. E os criadores pelo jeito sabiam bem da dificuldade, pois algumas conquistas são feitas através de vários tipos de morte.
Graficamente o jogo é muito simpático, existe um toque meio cartunizado na coisa, com visuais bem coloridos mesmo e cheio de detalhes belos. Além disso existe toda uma atmosfera que faz sentir aquela coisa de estar em um cenário brasileiro mesmo, há diversos espíritos da floresta, e elementos mais conhecidos por nós, como por exemplo a fruta guaraná, que pode ser coletada como bônus. Mas o jogo também é polido na questão da movimentação, por exemplo quando você dá um pulo, ao cair, o personagem dá aqueles passos desajeitados para frente antes de voltar a correr normalmente, e quando você se aproxima muito da beirada de um lugar, ele fica tentando se equilibrar para não cair.
Enfim, aí está uma bela obra, que certamente é robusta o suficiente para gerar muita diversão a aqueles que amam jogos de plataforma, além de ter uma bela trilha sonora com climinha de selva. Quem se interessar pode dar uma conferida na página do jogo na steam, e em especial esse jogo, eu recomendo que vocês comprem não apenas porque é divertido, mas porque é um investimento no mercado nacional do hobbie que tanto amamos. Agora confiram o trailer emocionante:
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