Certamente muitas pessoas que visitam o blog, conhecem Neil Gaiman, especialmente os fãs de quadrinhos, já que esse é um dos grandes nomes do ramo e contribuiu com obras maravilhosas, como por exemplo Os livros da Magia. Boa parte das obras do autor são sombrias e existe um toque mágico, isso fez com que naturalmente fosse empolgante pra caramba quando eu visse um jogo que a história acabou saindo de sua mente, e claro, tive que ir correndo testar Wayward Manor para ver qual foi o resultado.
A história apresenta uma casa mal assombrada, onde você é um espírito que ali vive sozinho, ao menos até chegar uma família. A partir daí você começa a aprender sobre cada um deles enquanto os observa, mas principalmente, deve alimentar seus medos, e aos poucos fazê-los temer o desconhecido, fazendo assim com que você se torne cada vez mais poderoso.
Acredito que a primeira coisa realmente notável no jogo, é o visual, que tem um toque semelhante a animações do Tim Burton, como por exemplo o Estranho mundo de Jack, os personagens tem aquela silhueta meio macabra e o cenário em geral contém um toque sombrio. Apesar de tudo as coisas são muito fofas, não é um macabro que vai para o nível bizarro da coisa, mas sim aquele toque bonitinho do mal.
A jogabilidade apresenta elementos híbridos, sendo o gênero mais forte o de um puzzle comum, onde você deve fazer as coisas de um jeito certo para poder concluir o nível, no caso são colocados os personagens em um dos cômodos da casa e você pode interagir com objetos, tendo que assustá-los com algumas combinações. Por exemplo se você abre uma janela repentinamente, o personagem irá até lá ver o que aconteceu, e exatamente no momento em que ele passar em baixo de um lugar onde há uma garrafa, você pode empurrá-la fazendo com que ele grite de susto. Existe um certo nível de terror que você deve fazer com que o personagem atinja e então você terá poder o suficiente para tomar controle total sobre os objetos da sala. O segundo elemento é o de aventura point and click, pois apesar de tudo, o jogo tem uma história, e você deve interagir de formas variadas em cada cenário para assustar os personagens e aos poucos ver a trama sendo revelada.
O jogo acabou me lembrando um pouco o estilo de Neighbours from hell, porém o jogo peca exatamente na falta da possibilidade de se controlar diretamente o personagem, já que aqui você apenas aponta e clica. Ele tem umas variações interessantes, como por mais de um personagem na tela e ter que fazer com que um interaja com algo e assim crie um barulho, que acaba assustando o outro personagem que está em outro ambiente. Mesmo assim acaba parecendo um pouco superficial a interação, mesmo não sendo algo linear. Então acredito que poderia ter sido uma experiência mais divertida se você visse o personagem e pudesse fazê-lo se esconder, mesmo assim o jogo ainda consegue algum crédito a nível de jogo casual.
Agora a trilha sonora realmente ficou maravilhosa, com um toque bastante especial que também lembra as animações de Tim Burton, aquelas musiquinhas animadas onde vários personagens cantam juntos algo com um tom que ao mesmo tempo parece épico e macabro, ficou ótimo e é um verdadeiro prazer ouvir toda vez que alguma música toca.
Enfim, esse é um jogo que tenho que assumir que eu esperava um pouco mais exatamente por ter o Neil Gaiman no meio, no entanto ele também pode ser bastante divertido se for para se jogado apenas para se entreter. Quem se interessar pode dar uma conferida no site oficial do jogo.
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