Esse é um jogo com um belo conceito e se destaca pela grande ideia que foi aplicada, por isso de imediato já merece um certo respeito. Apesar de tudo, Stained pode passar aquela sensação de não ter sido polido o suficiente e causar uma certa frustração por parte de alguns, especialmente pela questão da movimentação do personagem, então é uma daquelas obras que pode ser visto puramente como um jogo de essência indie, ou como um jogo que deveria ter esperado um pouco antes de lançar a sua versão final.
Mas vamos falar um pouco mais a fundo agora, o jogo se passa em um mundo medieval desolado, onde houve uma intensa guerra no passado, acabando por um extermínio em massa. Tempos depois, um estranho encapuzado chega às ruínas de um castelo cheio de janelas de vidros, e aos poucos a trama vai sendo revelada sobre o que foi aquele lugar e quem é o personagem que você controla.
Apesar da forma simples da trama, eu realmente gostei dela, e ainda mais do jeito em que é apresentado, a narração em um diário que o personagem encontra logo no começo do jogo é espetacular, consegue realmente passar o espírito da coisa e te colocar naquele clima que o jogo mostra.
A jogabilidade é de um jogo de plataforma com quebra-cabeças para serem resolvidos constantemente e combate, então acaba lembrando o estilo de Trine, apesar de você controlar apenas um personagem aqui. Carregado uma foice, você deve enfrentar diversos inimigos e usá-la em lugares, assim é possível destruir obstáculos, coletar pedaços de vidros de janelas, e ativar algumas coisas, como por exemplo lustres, que você bate e desabam.
Os inimigos do jogo são interessantes pra caramba, eles são feitos de vidro, todos em visuais semelhantes ao daquelas janelas que é normal se ter em catedrais e algumas construções medievais, portanto são guerreiros e criaturas com um visual meio torto, feitos de pedaços de vidro. Uma das coisas mais interessantes quanto ao combate desse jogo é que os inimigos são despedaçados, mas a qualquer momento os pedaços no chão podem voltar a se unir e gerar uma criatura completamente nova.
O visual do jogo tem os seus altos e baixos, no geral eu o achei um tanto fraco, mas é meio injusto simplesmente julgar assim para um jogo indie, portanto existem sim as suas belezas, os próprios inimigos são bem interessantes, e há alguns efeitos que conseguem ter um destaque, por exemplo quando um lustre desaba no chão, após algum tempo ele volta no tempo e você pode ver todos os cacos de vidro saírem do chão e se reunirem novamente no lustre.
Mas acho que uma coisa que acaba realmente sendo complicada de se aturar no jogo, é a movimentação, o personagem é duro demais, e se move de uma forma um tanto superficial, os ataques não te passam aquela sensação de impacto e parece ser tudo muito "Espero que acerte", isso acaba sendo meio desanimador, porque acho que o controle do personagem é uma das coisas que mais precisa ter destaque.
Mas enfim, esse é um jogo que tem seus altos e baixos, a ideia é muito interessante, mas a aplicação de certos elementos acabou não ficando tão boa. O jogo é divertido, mas acaba sendo difícil não se pensar em como poderia ter sido melhor. Para quem se interessar pode dar uma conferida no site oficial do jogo.
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