Em fevereiro de 1928 foi publicado um verdadeiro clássico na revista "pulp magazine Weird Tales", e eu realmente acredito que H.P. Lovecraft nem ao menos imaginava a que proporções iria chegar aquilo. "O chamado de Cthulhu" era o nome, e foi uma verdadeira influência gigantesca na cultura pop, hoje em dia conhecemos muito bem os Mitos de Cthulhu e vemos sua influência para toda parte. E hoje vou falar sobre a primeira adaptação para filme que esse conto teve, e levou exatamente o mesmo nome.
A história apresenta Francis Wayland Thurston, um homem que investiga os papéis deixado por seu tio avô após a morte e começa a ficar obcecado pelos mesmos. Os arquivos apresentam uma série de e eventos bizarros ao redor do mundo, incluindo algo envolvendo um misterioso culto e o retorno de uma criatura muito antiga que se esconde no mar, chamada Cthulhu.
Esse filme é independente e foi criado pela H. P. Lovecraft Historical Society, um grupo fundado no Colorado em 1984 e que são fanáticos pelas obras de Lovecraft, criando assim uma série de materiais baseados nessa obra, assim como promovendo eventos e se unindo para jogar RPG em live action. Em 2005 eles lançaram esse filme baseado no conto.
Acredito que a primeira coisa que acaba por chamar a atenção é o fato de que escolheram fazer um filme a moda antiga. Ou seja, usaram o mesmo padrão que o filme teria se fosse lançado em 1928, preto e branco e mudo, com as falas sendo apresentadas em quadros com fundos pretos. O que aliás, foi uma ótima ideia, pois ao mesmo tempo que dá um estilo próprio e diferente ao filme, também fez com que não ficasse com aquela carinha de filme trash pela falta de orçamento. Então no fim das contas acabou saindo algo com uma qualidade muito boa. Pareceu bem aquele ditado "Quem não tem cão, caça com gato!" e os caras se viraram do jeito que puderam e de forma inteligente.
No entanto obviamente esse é o tipo de filme que acaba não atraindo a todos os públicos, é necessário estar disposto na hora de assistir, pois a música de fundo constante, o estilo preto e branco e a falta de vozes, pode fazer com que as pessoas acabam se cansando. O visual do filme mistura o de filmes clássicos americanos, que são apenas preto e branco, com o expressionismo alemão, ou seja aqueles filmes com casas tortas e ambientes um tanto surreais, como por exemplo Metropolis e certos momentos de Nosferatu. Porém essa parte de visual distorcido é apresentada apenas em certas partes, como por exemplo em sonhos e momentos em que um acontecimento está sendo narrado.
Acho muito recomendável que a pessoa conheça um pouco sobre Cthulhu antes de assistir o filme, pois vai facilitar bastante entender certas coisas, que podem ser só baboseiras simbólicas, como por exemplo quando um personagem fala sobre o alinhar das estrelas e o retorno do deus dele, para quem não sabe que Cthulhu vai retornar quando houver uma determinada posição das estrelas, pode achar que é só uma fala que foi colocada pra ficar bonita, mas realmente é exatamente aquilo.
Mas apesar de tudo, pra aqueles que aguentam bem filme mudo, podem assistir numa boa sem saber de nada, que vão entender bem, o filme tem um clima sombrio muito gostoso de se ver, como a bizarrice que os policiais presenciam ao descobrir o culto, ou mesmo quando Cthulhu aparece, então ficou muito bom.
Enfim, esse não é um longa metragem, mas sim um média metragem, com quarenta e poucos minutos de duração, então dá pra assistir bem rapidamente e vale a pena para quem ama as obras de Lovecraft e para quem curte filmes sombrios.
1 Comentários
eita aquela mão do polvo agarrando no final 0_0
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