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Entrevista com Daina Giannecchini, uma das diretoras da série de ficção brasileira 3%

Bom pessoal, hoje eu vou publicar aqui uma entrevista com uma das diretoras da espetecular série 3% primeiro leiam a apresentação que pedi para a diretora fazer e logo depois estão as perguntas que fiz
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Meu nome é Daina Giannecchini, sou de São Paulo, nasci em 02/05/1988. Em 2006 entrei no Curso Superior do Audiovisual, na USP, onde conheci o Pedro Aguilera, criador do 3%, o Jotagá Crema e a Dani Libardi, diretores. A gente trabalha junto há bastante tempo. Na verdade tudo começou quando o Jotagá e outros colegas do nosso curso fizeram um exercício curricular, no primeiro ano da faculdade, que foi o Matrix Baixo Orçamento
O video teve uma repercussão legal na época e ele, o Aguilera, a Dani e mais uma galera começou a trabalhar na Maria Bonita Filmes (produtora do piloto do 3%), formando um coletivo. Eles criavam e realizavam programas pilotos e uns especiais pro Multishow, TV Cultura, Univesp, teve umas coisas bem legais! Depois, em 2008/2009, eu entrei pro coletivo, e a gente começou a criar projetos de série para os editais que o MINC tinha lançado, o FICTV e o ANIMATV. Aí é que começa a história do 3%... 

Como surgiu a idéia para a história? Você se baseou em algo? Quando foi?

A ideia do 3% é do Pedro Aguilera e surgiu no começo de 2009, como resposta ao FICTV, um edital para teledramaturgia seriada com foco na juventude C,D,E, que seria exibida na TV Brasil. A ideia veio por influência de distopias que o Aguilera estava lendo na época, como 1984 e Admirável Mundo Novo. Um dos conflitos vividos pelos jovens que mais o atraía é a entrada no mercado de trabalho, e a partir disso o Aguilera resolveu exagerar características dos vários processos de seleção existentes em nossa sociedade, e criar um mundo alternativo, dividido entre o Lado de Cá e o Lado de Lá, cujo ponto de encontro é um processo centralizado, cruel e intenso, que os jovens enfrentam ao completar 20 anos.

Onde ocorreram as filmagens?

As filmagens do piloto aconteceram nas obras de uma produtora, lá na Vila Leopoldina(Lapa-SP). Foi um achado porque as obras estavam paradas na ocasião, então depois de muito sufoco encontramos tudo que o queríamos: salas, corredores, labirintos de concreto nu, sem pinturas nem revestimentos, sem móveis. A partir do trabalho do diretor de arte, o Fabinho, aquilo tudo ganhou personalidade, com grades, divisórias, tinta cinza, objetos escolhidos a dedo, e então ganhamos nosso processo de seleção.

Vocês bancaram o projeto todo sozinhos? Teve algum patrocínio?

O piloto foi realizado com os recursos desse edital do Ministério da Cultura. Mais de 200 projetos foram inscritos no FICTV, e 8 deles foram selecionados para filmar o piloto, dentre eles, o 3%. Sem esse prêmio teria sido impossível realizar um piloto com tal qualidade. Por isso a necessidade de encontrarmos patrocinadores que acreditem no projeto e nos permitam fazer o resto da temporada com a mesma estrutura.
Quanto tempo durou as filmagens do primeiro episódio?

As filmagens duraram 6 diárias! No total, desde que entramos em preparação até a entrega do piloto final, quando finalizamos o trabalho de montagem, som, cor, foram uns 6 meses, comecinho de 2010.

Como ocorreu a seleção de atores?

A Patrícia Faria foi nossa produtora de elenco. Foi ótimo, ela nos apresentou vários atores excelentes e fizemos um casting bem legal. Nós, diretores, fizemos testes com cerca de 80 atores, entre jovens e adultos. Depois, selecionamos uma turma de jovens e realizamos algumas vivências com ajuda do preparador de elenco Roberto Audio, para definir as personagens. Procuramos atores que transmitissem vivência e variedade de emoções, capazes de segurar o drama de uma série inteira. Tivemos um bom período de ensaios com o Beto Audio, em que pudemos criar junto com os atores os personagens, ajustar o tom, e desenhar as cenas. Eu participei ativamente desse processo, enquanto o Jotagá e a Dani cuidaram de perto da criação visual e da decupagem do piloto.
Foi bem legal esse processo porque pudemos trabalhar com atores realmente muito talentosos. No elenco adulto, destaco os entrevistadores Luciana Schwinden, Cesar Gouvea e Luciana Paes, cada um de grupos de teatro paulistas bastante diferentes mas igualmente bons (a Luciana é do Vertigem, o Cesar é muito conhecido pelo trabalho de improviso no Jogando no Quintal, e a Luciana faz parte da Cia do Hiato, companhia que já recebeu muitos prêmios pelo recente trabalho que está desenvolvendo).
O elenco jovem é encabeçado pela Julia Ianina (Bruna), Rita Batata (Michele), José Geraldo Rodrigues (Rafael), ambos que já trabalharam, além de no teatro, em muitos curtas e longas metragens, e o Thiago Balieiro (Fernando), cuja estreia para as câmeras aconteceu com o 3%. O legal é a identificação que existe entre nós e o núcleo de protagonistas, porque éramos os mais jovens da equipe, todos mais ou menos na mesma faixa de idade, e, embora cada um já tivesse tido trabalhos bem legais em suas áreas, estamos todos tateando nosso caminho, descobrindo do que gostamos e o que queremos fazer, então isso despertou um carinho muito grande uns pelos outros, além, claro, de uma conexão natural...
Você poderia falar algumas curiosiades sobre a série?

Curiosidades? Nossa, me pegou... =)
Foi o nosso primeiro grande trabalho de direção, com uma equipe profissional, com tantos atores e figurantes... Cada um de nós já tinha dirigido alguns curtas, fosse ficção, doc ou animação, mas eram coisas menores... Então todo o processo de direção foi um desafio, mas um desafio muito saboroso, daqueles com gostinho de quero mais... Dirigir em trio também não foi nem de longe um empecilho. Nós somos bastante amigos e trabalhamos bem juntos, tanto que temos um coletivo de criação e direção, junto do Aguilera e mais dois amigos, o Ivan e a Mabel. É claro que na pré-produção havia o triplo de discussão e argumentação para cada decisão, mas acho que isso se reflete positivamente no resultado do piloto.
Outra curiosidade é que antes dessa versão que tá disponível no youtube, houve uma versão do piloto que foi levada a uma avaliação preliminar de público. É sempre bom ouvir o que o público tem a dizer... Essa versão não tinha a narração da personagem Bruna e o final era mais tenso e pessimista. Aí, de acordo com os comentários surgidos na sessão teste, tentamos aprimorar o piloto inserindo a narração da Bruna, além de reeditar o final, mais otimista, que dá o gancho para o próximo episódio e toda a temporada. 
Aliás, sobre a temporada, o que se pode esperar é que o universo de “3%” é mais complexo do que parece. A ideia é continuar trabalhando com esse clima de tensão e terror psicológico, enquanto aos poucos vamos revelando a complexidade desse universo, e acompanhando a experiência intensa dos nossos personagens. Acima de tudo queremos mexer com o espectador, afinal de contas, retratamos um outro mundo em outro tempo, mas com características universais que fazem pensar sobre os nossos próprios Lados de Cá e de Lá.
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É isso aí pessoal, essa foi a Daina Giannecchini e espero que tenham gostado e lembrem-se de espalhar para o máximo de amigos que puderem a série 3%
E twittem aí para seus amigos pessoal =D

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4 Comentários

  1. Po a mina pareceu mó gente fina. Quero muito ver mais dessa série.

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  2. O talento tá ai, só falta o incentivo.

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  3. Sky, tu não tem noção do quanto vc me ajudou postando essa série aqui no blog.

    Faço teatro e tô no processo de criação de um espetáculo chamado "Lá", e essa série me deu muito laboratório. Valeu Sky e valeu 3porcento.

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  4. queria muito assistir essa serie espero que algum canal compre essa ideia. os canais aberto tem muitas series boas... embora todas americanas algumas brasileiras apenas de comedia romantica e essas coisas que a globo coloca. e agora que eles criaram 3% alguma emissora deveria publicar

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